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Oráculo
Responsável - Lúcio Packter, filósofo formado pela PUC-Fafimc, de Porto Alegre.
O que é o raciocínio? |
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Leia o que escreveu Aristóteles sobre o tema:
Ora, o raciocínio é um argumento em que, estabelecidas certas coisas, outras coisas diferentes se deduzem necessariamente das primeiras. (a) O raciocínio é uma "demonstração" quando as premissas das quais parte são verdadeiras e primeiras, ou quando o conhecimento que delas temos provém originariamente de premissas primeiras e verdadeiras: e, por outro lado (b), o raciocínio é "dialético" quando parte de opiniões geralmente aceitas. São "verdadeiras" e "primeiras" aquelas coisas nas quais acreditamos em virtude de nenhuma outra coisa que não seja elas próprias; pois, no tocante aos primeiros princípios da ciência, é descabido buscar mais além o porquê e as razões dos mesmos; cada um dos primeiros princípios deve impor a convicção da sua verdade em si mesmo e por si mesmo. São, por outro lado, opiniões "geralmente aceitas" aquelas que todo mundo admite, ou a maioria das pessoas, ou os filósofos em outras palavras: todos, ou a maioria, ou os mais notáveis e eminentes. O raciocínio (c) é "contencioso" ou "erístico" quando parte de opiniões que parecem ser geralmente aceitas, mas não o são realmente, ou, então, se apenas parece raciocinar a partir de opiniões que são ou parecem ser geralmente aceitas. Pois nem toda opinião que parece ser geralmente aceita o é na realidade. Com efeito, em nenhuma das opiniões que chamamos geralmente aceitas a ilusão é claramente visível, como acontece com os princípios dos argumentos contenciosos, nos quais a natureza da falácia é de uma evidência imediata, e em geral até mesmo para as pessoas de pouco entendimento. Assim, pois, dos argumentos erísticos que mencionamos, os primeiros merecem realmente ser chamados "raciocínios , mas aos segundos devemos reservar o nome de "raciocínios erísticos contenciosos", e não simplesmente "raciocínios', visto que parecem raciocinar, mas na realidade não o fazem. Mais ainda (d): além de todos os raciocínios que mencionamos existem os paralogismos ou falsos raciocínios, que partem de premissas peculiares às ciências especiais, como acontece, por exemplo, na geometria e em suas ciências irmãs. Com efeito, esta forma de raciocínio parece diferir das que indicamos acima; o homem que traça uma figura falsa raciocina a partir de coisas que nem são primeiras e verdadeiras, nem tampouco geralmente aceitas. Com efeito, o modo de proceder desse homem não se ajusta à definição; ele não pressupõe opiniões que sejam admitidas por todos, ou pela maioria, ou pelos filósofos - isto é, por todos, pela maioria ou pelos mais eminentes -, mas conduz o seu raciocínio com base em pressupostos que, embora apropriados à ciência em causa, não são verdadeiros; e seu paralogismo se fundamenta ou numa falsa descrição dos semicírculos, ou no traçado errôneo de certas linhas. O que precede deve entender-se como uma visão sinóptica das espécies de raciocínio. De um modo geral, tanto no que se refere às que já discutimos como às que discutiremos mais tarde, podemos dizer que as distinções já feitas entre elas serão suficientes, pois não é nosso propósito dar a definição exata de cada uma delas. Desejamos apenas descrevê-las em linhas gerais, e cremos que, do ponto de vista do nosso método de investigação, basta que possamos reconhecer de algum modo cada uma delas. |
Como eu diferencio entre juízos analíticos e sintéticos? |
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Leia o que Kant escreveu:
Em todos os juízos em que se concebe a rela ção de um sujeito com um predicado (considerando só os juízos afirmativos, pois nos negativos é mais fácil fazer, depois, a aplicação), esta rela ção é possível de dois modos: ou o predicado B pertence ao sujeito A como algo nele contido (de um modo tácito), ou B é completamente estranho ao conceito A, se bem se ache enlaçado com ele. No primeiro caso chamo ao juízo analítico, no segundo, sintético. Os juízos analíticos (afirmativos) são, pois, aqueles em que o enlace do sujeito com o predicado se concebe por identidade; aqueles, ao contrário, cujo enlace é sem identidade, devem chamar-se juízos sintéticos. Poder-se-ia também denominar os primeiros de juízos explicativos, e aos segundos, de juízos extensivos, pelo motivo de que aqueles nada aditam ao sujeito pelo atributo, apenas decompondo o sujeito em conceitos parciais compreendidos e concebidos (ainda que tacitamente) no mesmo, enquanto que, pelo contrário, os últimos acrescentam ao conceito do sujeito um predicado que não era de modo algum pensado naquele e que não se obteria por nenhuma decomposição. Quando digo p. ex.: "todos os corpos são extensos”, formulo um juízo analítico, porque não tenho que sair do conceito de corpo para achar unida a ele a extensão, e só tenho que decompô-lo, quer dizer, só necessito tornar-me cônscio da diversidade que pensamos sempre em dito conceito para encontrar o predicado; é portanto um juízo analítico. Pelo contrário, quando digo: "todos os corpos são pesados”, já o predicado é algo comple tamente distinto do que em geral penso no simples conceito de corpo. A adição de tal atributo dá, pois, um juízo sintético. Os juízos da experiência, como tais, são todos sintéticos. Porque seria absurdo fundar um juízo analítico na experiência, pois para formá-lo não preciso sair do meu conceito e por conseguinte não me é necessário o testemunho da experiência. P. ex.: "um corpo é extenso” é uma proposição "a priori” e não um juízo da experiência porque antes de dirigir-me à experiência, tenho já em meu conceito todas as condições do juízo; só me resta, segundo o princípio de contradição, tirar o predicado do sujeito e ao mesmo tempo chegar a ter consciência da necessidade do juízo, necessidade que jamais a experiência poderá subministrar-me. Pelo contrário, embora eu não tire do conceito de corpo em geral o predicado pesado, indica, sem embargo, aquele conceito um objetivo da expe riência, uma parte da experiência total, à qual posso ainda aditar outra parte da mesma como pertencente a ela. Posso reconhecer antes, analiticamente, o conceito de corpo pelas propriedades da extensão, impenetrabilidade, forma etc., etc., as quais são todas pensadas neste conceito. Mas se amplio meu conhecimento e observo a experiência que me proporcionou o conceito de corpo, encontro enla çada constantemente com todas as anteriores propriedades e de gravidade (o peso), que adito sinte ticamente, como predicado, àquele conceito. |
Qual o pensamento de Cícero sobre a amizade? |
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O pensamento do filósofo é amplo sobre o tema. Podemos resumir no seguinte trecho:
"A amizade é uma suma harmonia nas coisas divinas e humanas, com benevolência e amor. Dons tão grandes, que não sei se os Deuses concederam (exceto a sabedoria), outro maior aos mortais. Preferem uns as riquezas, outros a boa saúde, outros o poder, outros as honras, e, muitos, os prazeres. Estes últimos são só muito próprios das bestas, e o outro caduco e perecível, dependente não do nosso arbítrio, mas da inconstante fortuna. E assim discorrem nobremente os que constituem o sumo bem na virtude e esta mesma é a que engendra e mantém as amizades, de modo que, sem ela, não pode existir amizade de modo nenhum. Interpretemos, pois, a virtude, como çostumamos entendê-la, pelo uso comum da vida e não ameacemos como alguns doutos por certa magnificiência de palavras. Contemos por bons aos que por tais são tidos, tais como os Paulos, os Catões, os Galos, os Cipiões, com os quais se contenta o comum da vida, e deixemos aqueles dos quais nos é impossivel falar. Entre tais sujeitos, tem a amizade tantas conveniências quantas não saberei eu dizer." |
Qual a crítica ao capitalismo que Augusto Cury faz em O Vendedor de Sonhos? |
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Há diversas críticas, como esta que segue:
"O sistema capitalista trouxe e tem trazido conquistas inimagináveis para a sociedade, mas corre sério risco de implosão em menos de um século... não mais como Marx previa, por disputas de classes sociais, mas pó um problema que está no seu cerne: ele produz a liberdade de possuir e se expressar, mas não a liberdade de ser. O desenvolvimento do capitalismo depende da ansiedade pelo desejado e não pelo necessário. Depende da insatisfação crônica para empurrar o consumo." |
O nada em Heidegger é algo que podemos conceber, saber, admitir? |
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Leia o que o filósofo escreve em Que é Metafísica, tradução de Stein.
Onde procuramos o nada? Onde encontramos o nada? Para que algo encontremos não precisamos, por acaso, já saber que existe? Realmente! Primeiramente e o mais das vezes o homem somente então é capaz de buscar se antecipou a presença do que busca. Agora, porém, aquilo que se busca é o nada. Existe afinal um buscar sem aquela antecipação, um buscar ao qual pertence um puro encontrar? Seja como for, nós conhecemos o nada, mesmo que seja apenas aquilo sobre o que cotidianamente falamos inadvertidamente. Podemos até, sem hesitar, ordenar numa definição este nada vulgar, em toda palidez do óbvio, que tão discretamente ronda em nossa conversa: O nada é a plena negação da totalidade do ente. Não nos dará, por acaso, esta característica do nada uma indicação da direção na qual unicamente teremos possibilidade de encontrá-lo? A totalidade do ente deve ser previamente dada para que possa ser submetida enquanto tal simplesmente à negação, na qual, então, o próprio nada se deverá manifestar. |
Existe algum estudo entre corpo e alma no hinduismo? |
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Sim, um importante texto na voz de Krishna, Canto XIII, do
Bhagavad-Gita. Fala Arjuna: 1. O que é matéria e o que é espírito? O que significa "meio", e "conhecedor do meio"?. O que é conhecimento e ojeto do conhecimento? Eis o que desejo saber, ó Keshava. Fala Krishna: 1. Este corpo, filho de Kuntî, é chamado meio e aquele que o conhece é chamado pelos sábios de conhecedor do meio. 2. Sabe também que Eu sou o conhecedor do meio em todos os meios, filho de Bharata. A ciência que abarca o meio e o conhecedor do meio, é a meu ver o que constitui a verdadeira sabedoria. 3. Escuta agora o que vou expor-te sobre o que é o meio, suas qualidades, modificações e origens, assim como sobre o que é o espírito e quais são seus poderes. 4. Ele já foi celebrado de várias maneiras pelos rishis nos diversos hinos védicos e também nos Brahma-sûtras que dele apresentam a análise racional e filosófica. 5. A energia imanifesta, indiscriminada; os cinco estados elementares da matéria; os dez sentidos e o sentido interno e os cinco domínios dos sentidos; 6. atração e aversão, prazer e dor, consciência, resistência e o organismo; eis o que constitui o meio e suas diversas modificações. 7. Modéstia, sinceridade, mansidão, paciência, retidão, submissão ao mestre, pureza, constância, domínio de si mesmo; 8. indiferença pelos objetos dos sentidos, falta de egoísmo, reflexão sobre os males inerentes ao nascimento, decrepitude, enfermidade, dor e morte; 9. desinteresse, ausência de idolatria pelos filhos, esposa, moradia e tudo o mais; contínua igualdade de ânimo nos acontecimentos agradáveis e desagradáveis; 10. constante, fervorosa e exclusiva devoção a Mim, retiro em lugares solitários, aversão ao Mundo; 11. aplicação assídua ao conhecimento do supremo espírito e reflexão sobre o bem que decorre do conhecimento da verdade; eis em que consiste a sabedoria; tudo que se opõe a isso é ignorância. 12. Vou mostrar-te agora o que se deve conhecer; aquele, através de cujo conhecimentos se alcança a imortalidade: o eterno e supremo Brahma, que não é qualificado nem como ser, nem como não-ser. 13. Suas mãos e seus pés estão por toda parte à nossa volta, suas cabeças, seus olhos e suas bocas são esses rostos inúmeros que vemos por toda a parte, seus ouvidos estão em toda parte, seus ouvidos estão em toda parte; incomensurável Ele preenche e envolve todo o Universo. Ele é o ser universal e nele vivemos. 14. Carecendo de sentidos, reflete-se em todas as funções sensitivas; desligado de todas as coisas, é seu suporte e isento de qualidades, participa de todas elas. 15. Encontra-se dentro e fora de todos os seres, é imóvel e ao mesmo tempo dotado de movimento, é imperceptível em sua sutileza extrema, e está ao mesmo tempo próximo e distante. 16. Indivisível, parece dividir-se em formas e criaturas distintas, sustentáculo de todos os seres, éo que as engendra e devora. 17. Luz de todas as luzes, brilha acima das trevas profundas. É o conhecimento e o objeto do conhecimento que reside em todos os corações. 18. Assim, brevemente expliquei-te o que é o meio, o conhecimento e o objeto do conhecimento. Meu devoto, sabendo isto, entra em minha essência. 19. Entende que tanto a matéria como o espírito não tem princípio e sabe igualmente que as modificações e qualidades nascem da matéria. 20. A matéria é considerada o agente produtor de causa e efeitos, enquanto que o espírito é o princípio que experimenta as sensações de prazer e dor. 21. Pois desde que o espírito reside na matéria, experimenta as (influências das) qualidades nela originadas; e seu apego a tais qualidades é causa de sua reencarnação em uma matriz boa ou má. 22. Testemunha, fonte de assentimento, experimentador, Senhor soberano e também Eu supremo, assim é o supremo espírito que habita este corpo. 23. Aquele que assim conhece o espírito e a matéria com suas qualidades, seja qual for sua condição, deixa de estar sujeito ao renascimento. 24. Este conhecimento pode ser alcançado pela meditação anterior, através da qual o Eu eterno se revela em nós mesmos, ou pela Sânkhya-yoga, ou ainda pela ypga da ação. 25. Existem alguns que, ignorando estes caminhos da yoga, meditam sobre o que ouviram de lábios alheios. Também eles, atendo-se de coração ao que ouviram, libertam-se da morte. 26. Sabe, príncipe dos Bhâratas, que todos os seres existentes, animados ou inanimados, são produto da união do meio e do conhecedor do meio. 27. Vê a verdade aquele que percebe o Senhor excelso presente da mesma forma em todas as criaturas, imperecível no seio do perecível. 28. Aquele que vê o senhor sempre igual, como habitante espiritual de todas as forças, todas as coisas e todos os seres, não se perde a si mesmo e, desta forma, atinge a meta suprema. 29. Também vê a verdade aquele que percebe que todas as ações são executadas pela matéria, e que o espírito permanece ativo. 30. Quando reconhece que todas as numerosas variedades de seres radicam no Uno e somente d'Ele procedem, alcança Brahma. 31. Carecendo de princípio e estando isento de qualidades, o imperecível espírito supremo não age, nem é maculado pela ação, ainda que esteja alojado no corpo, filho de Kuntî. 32. Assim como o éter, que tudo penetra, não é afetado por nenhuma impureza graças a sua sutileza, o espírito, presente em todas as partes, permanece imaculado no corpo. 33. Como um único Sol ilumina toda a terra, o Senhor do meio ilumina todo o meio, ó descendente de Bhârata. 34. Aqueles que, com o olho da sabedoria, vêem desta forma a diferença entre o meio e o conhecedor do meio, e como os seres se libertam da matéria, atingem o supremo. |
Existe relação direta entre linguagem e trabalho? |
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Leia o seguinte encarte retirado da obra de Engels, na qual ele relaciona homens e macacos.
A comparação com os animais mostra-nos que essa explicação da origem da linguagem a partir do trabalho e pelo trabalho é a única acertada. O pouco que os animais, inclusive os mais desenvolvidos, têm que comunicar uns aos outros pode ser transmitido sem o concurso da palavra articulada. Nenhum animal em estado selvagem sente-se prejudicado por sua incapacidade de falar ou de compreender a linguagem humana. Mas a situação muda por completo quando o animal foi domesticado pelo homem. O contato com o homem desenvolveu no cão e no cavalo um ouvido tão sensível à linguagem articulada que esses animais podem, dentro dos limites de suas representações, chegar a compreender qualquer idioma. Além disso, podem chegar a adquirir sentimentos antes desconhecidos por eles, como o apego ao homem, o sentimento de gratidão, etc. Quem conheça bem esses animais dificilmente poderá escapar à convicção de que, em muitos casos, essa incapacidade de falar é experimentada agora por eles como um defeito. Desgraçadamente, esse de feito não tem remédio, pois os seus órgãos vocais se acham demasiado especializados em determinada direção. Contudo, quando existe um órgão apropriado, essa Incapacidade pode ser superada dentro de certos limites. Os órgãos vocais das aves distinguem-se em forma radical dos do homem e, no entanto, as aves são os únicos animais que podem aprender a falar; e o animal de voz mais repulsiva, o papagaio, é o que melhor fala. E não importa que se nos objete dizendo-nos que o papagaio não sabe o que fala. Claro está que por gosto apenas de falar e por sociabilidade o papagaio pode estar horas e horas repetindo todo o seu vocabulário. Mas, dentro do marco de suas representações, pode chegar também a compreender o que diz. Ensinai a um papagaio dizer palavrões (uma das distrações favoritas dos marinheiros que regressam das zonas quentes) e vereis logo que se o irritardes ele fará uso desses palavrões com a mesma correção de qualquer verdureira de Berlim. E o mesmo ocorre com o pedido de gulodices. Primeiro o trabalho, e depois dele e com ele a palavra articulada, foram os dois estímulos principais sob cuja influência o cérebro do macaco foi-se transformando gradualmente em cérebro humano - que, apesar de toda sua semelhança, supera-o consideravelmente em tamanho e em perfeição. E à medida em que se desenvolvia o cérebro, desenvolviam-se também seus Instrumentos mais Imediatos: os órgãos dos sentidos. |
Algum filósofo ou pensador escreveu sobre como começar o dia? |
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Há muitas passagens. Selecionamos uma de Marco Aurélio, de suas Meditações.
Começa cada dia por dizer a ti próprio: hoje vou deparar com a intromissão,a ingratidão, a insolência, a deslealdade, a má-vontade e o egoísmo - todos devidos à ignorância por parte do ofensor sobre o que é o bem e o mal. Mas,pela minha parte, já há muito percebi a natureza do bem e a sua nobreza, a natureza do mal e a sua mesquinhez, e também a natureza do próprio culpado, que é meu irmão (não no sentido físico, mas como meu semelhante, igualmente dotado de razão e de uma parcela do divino); portanto nenhuma destas coisas me ofende, porque ninguém pode envolver-me naquilo que é degradante. Nem eu posso ficar zangado com o meu irmão ou entrar em conflito com ele; porque ele e eu nascemos para trabalhar juntos, como, de um homem, as duas mãos, os dois pés, as duas pálpebras ou os dentes de cima e de baixo. Criar dificuldades uns aos outros é contra as leis da Natureza - e o que é a irritação, ou a aversão, senão uma forma de criar dificuldades aos outros? |
Como referenciar: "Oráculo" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 27/11/2024 às 01:41. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/oraculo_resposta.php?pg=11