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Dicionário de Filosofia
Magnanimidade | ||
Segundo Aristóteles, a virtude que consiste em desejar grandes honras e em ser digno delas. Aristóteles dá muito relevo a essa virtude, porquanto ela acompanha e "engrandece" todas as outras: "Quem é digno de pequenas coisas e se considera digno delas é moderado, mas não magnânimo; a Magnanimidade é inseparável da grandeza, assim como a beleza é inseparável de um corpo grande, já que os corpos pequenos serão graciosos e proporcionais, mas não belos". A insistência nessa virtude é o sinal da persistência em Aristóteles da ética aristocrática arcaica. Para Descartes Magnanimidade é o mesmo que generosidade; identifica-se com a virtude de avaliar-se de acordo com seu próprio valor e não sentir ciúme ou inveja. |
Maiêutica | ||
Arte da parteira; em Teeteto de Platão, Sócrates compara seus ensinamentos a essa arte, porquanto consistem em dar à luz conhecimentos que se formam na mente de seus discípulos: "Tenho isso em comum com as parteiras: sou estéril de sabedoria; e aquilo que há anos muitos censuram em mim, que interrogo os outros, mas nunca respondo por mim porque não tenho pensamentos sábios a expor". |
Mais-valia | ||
Um dos conceitos fundamentais da economia de Marx. Uma vez que o valor nasce do trabalho e outra coisa não é senão trabalho materializado, se o empresário retribuísse ao assalariado o valor total produzido pelo seu trabalho, não existiria o fenômeno puramente capitalista do dinheiro que gera dinheiro. Mas como o empresário não retribui ao assalariado aquilo que corresponde ao valor por ele produzido, mas apenas o custo da sua força de trabalho (o suficiente para produzi-la, o mínimo vital), temos o fenômeno da Mais-valia que é a parte do valor produzido pelo trabalho assalariado da qual o capitalista se apodera. |
Malthusianismo | ||
1. Doutrina econômica de Thomas Robert Malthus, exposta em Ensaio sobre a população, que parte do princípio de que a população e os meios de subsistência crescem em proporções diferentes, passando-se a considerar os meios para evitar o desequilíbrio entre ambos. Malthus baseava-se no desenvolvimento da América do Norte, observando que ali a população tendia a crescer em progressão geométrica, duplicando a cada vinte e cinco anos, enquanto os meios de subsistência tendiam a crescer em progressão aritmética. Segundo Malthus, o desequilíbrio assim determinado provoca a intervenção dos meios repressivos (miséria, vício e outros flagelos sociais) que dizimam a população, e não há outra maneira de evitar a ação de tais meios a não ser substituindo-os por meios preventivos, que consistem no controle da natalidade. Para Malthus, portanto, o único remédio para os males sociais seria a abstenção de casar-se por parte das pessoas que não estejam em condições de prover ao sustento dos filhos, recomendando-se ao mesmo tempo "a conduta estritamente moral durante esse período de abstenção". Essa doutrina propôs um problema que continua vivo e atual na sociedade contemporânea, levando-se em conta os enormes índices de crescimento da população mundial.
2. Em geral, a teoria e a prática do controle voluntário da natalidade. |
Maneirismo | ||
A partir do século XVIII essa palavra foi usada para designar uma forma menor de expressão artística, produto da busca mal sucedida de originalidade. Kant diz "O Maneirismo é uma espécie de contrafação, que consiste em imitar a originalidade e, portanto, em afastar-se o máximo possível dos imitadores, sem, porém, possuir o talento de ser exemplar por si mesmo. (...) O precioso, o rebuscado e afetado que querem distinguir-se do comum mas carecem de talento lembram os modos de quem se escuta ou se movimenta como se estivesse em cena". No mesmo sentido, Hegel definia o Maneirismo como a forma de arte em que o artista, em vez de conservar a "objetividade" da arte, procura absorvê-la em sua individualidade "particular e acidental", contrapondo-a portanto, á originalidade. |
Maniqueísmo | ||
Doutrina do sacerdote persa Mani, que viveu no século III e proclamou-se o Paracleto, aquele que devia conduzir a doutrina cristã à perfeição. O Maniqueísmo é uma mistura imaginosa de elementos gnósticos, cristãos e orientais, sobre as bases do dualismo da religião de Zoroastro. Admite dois princípios: um do bem, ou princípio da luz, e outro do mal, ou princípio das trevas. No homem, esses dois princípios são representados por duas almas: a corpórea, que é a do mal, e a luminosa, que é a do bem. Pode-se chegar ao predomínio da alma luminosa através de uma ascese particular, que consiste em três selos: abstenção de alimentar-se de carne e de manter conversas impuras; abstenção da propriedade e do trabalho; abster-se do casamento e do concubinato. O Maniqueísmo foi muito difundido no Oriente e no Ocidente; aqui durou até o século VII. O grande adversário do Maniqueísmo foi Santo Agostinho, que dedicou grande número de obras á sua refutação. |
Maquiavelismo | ||
Doutrina política de Maquiavel ou o princípio no qual ela é convencionalmente resumida. A doutrina política do Maquiavelismo tem explicitamente o objetivo de indicar o caminho por meio do qual as comunidades políticas em geral (e a italiana em particular) podem renovar-se conservando-se, ou conservar-se renovando-se. Tal caminho é o retorno aos princípios, conforme a concepção que o Renascimento tem da renovação do homem em todos os campos. O retorno aos princípios de uma comunidade política supõe duas condições: 1ª que suas origens históricas sejam claramente reconhecidas, o que só pode ser feito por meio de uma investigação histórica objetiva; 2ª que sejam reconhecidas, em sua verdade afetiva, as condições a partir das quais ou através das quais o retorno deve ser realizado. A objetividade historiográfica e o realismo político constituem, assim, os dois pontos básicos do Maquiavelismo original. Graças a este segundo aspecto, Maquiavel foi considerado fundador da ciência empírica da política, ou seja, disciplina empírica que estuda as regras da arte de governar sem outra preocupação além da eficácia dessas regras. Por Maquiavelismo entende-se também o princípio no qual a partir do século XVII, a doutrina de Maquiavel passou a ser convencionalmente resumida: de que "o fim justifica os meios". Tal máxima, porém, não foi formulada por Maquiavel, que não considera o listado como fim absoluto e não o julga dotado de existência superior à do indivíduo. Além disso, Maquiavel tinha grande simpatia pela honestidade e pela lealdade na vida civil e política; portanto, admirava os Estados regidos por essas virtudes, como por exemplo o dos romanos e dos suíços. |
Materialismo | ||
Doutrina que atribua causalidade apenas à matéria. |
Mântica | ||
Visão antecipada ou ciência das coisas futuras. Foi assim que Cícero define a Mântica ao citar e discutir o modo como essa ciência era entendida pelos estoicos. Para estes, a Mântica fundamenta-se na ordem necessária do mundo, no destino: ao se interpretar essa ordem é possível antecipar os acontecimentos que ela determina. "Os estoicos" - diz Cícero - "afirmam que só o sábio pode ser adivinho." Crisipo define a Mântica com estas palavras: "faculdade de conhecer, ver e explicar os sinais por meio dos quais os Deuses manifestam sua vontade aos homens". |
Método | ||
1 - Qualquer pesquisa ou orientação de pesquisa; 2 - Uma técnica particular de pesquisa. |
Como referenciar: "Dicionário - M" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 23/11/2024 às 23:21. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_dic.php?palvr=M&pg=0