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Dicionário de Filosofia
Cânon | ||
Critério ou regra de escolhas para um campo qualquer de conhecimento ou de ação. Epicuro chamou de canônica a ciência do critério; para ele, critério é a sensação no domínio do conhecimento e o prazer no domínio prático. Stuart Mill chama de Cânon as regras que exprimem os quatro métodos da pesquisa experimental, isto é, concordância, diferença, resíduos e variações concomitantes. Kant entende por Cânon o uso legítimo de uma faculdade humana em geral; por isso, considera a lógica geral como um Cânon para o intelecto e a razão. |
Ciência | ||
Conhecimento que inclua, em qualquer forma ou medida, uma garantia da própria validade. Segundo o conceito tradicional, a Ciência inclui garantia absoluta de validade, sendo, portanto, como conhecimento, o grau máximo da certeza. O oposto da Ciências é a opinião, caracterizada pela falta de garantia acerca de sua validade. As diferentes concepções de Ciência podem ser distinguidas conforme a garantia de validade que se lhes atribui. |
Cibernética | ||
Estudo da relação dos seres humanos com as máquinas. |
Cifra | ||
Segundo Karl Jaspers, é a linguagem da transcendência, isto é, o símbolo mediante o qual o ser transcendente pode estar presente na existência humana sem, contudo, adquirir caracteres objetivos e sem fazer parte da existência subjetiva. Uma coisa, uma pessoa, uma doutrina, uma poesia podem valer como símbolos ou Cifra da transcendência. |
Cinismo | ||
A tese fundamental do cinismo é que o único fim do homem é a felicidade e a felicidade consiste na virtude. Fora da virtude não existem bens, de modo que foi característica dos cínicos o desprezo pela comodidade, pelas riquezas, pelos prazeres, bem como o mais radical desprezo pelas convenções humanas e, em geral, por tudo o que afasta o homem da simplicidade natural de que os animais dão exemplo. A palavra cinismo permaneceu na linguagem comum para designar um certo descaramento. |
Cirenaísmo | ||
Filosofia dos cirenaicos, uma das escolas socráticas, mais precisamente a fundada por Aristipo de Cirene, da qual fizeram parte Teodoro, o Ateu, Hegédias, o Advogado da Morte, e outros. O interesse dos cirenaicos, assim como o dos cínicos, era predominantemente moral. Colocavam o critério da verdade na sensação e o critério do bem no prazer. A finalidade do homem é o prazer, não sendo a felicidade mais do que o sistema dos prazeres passados, presentes e futuros. A conclusão dessa atitude é o conselho de pensar no dia de hoje, aliás, no instante em que cada um atua ou pensa, dada a incerteza radical do futuro. Hegésias extraía consequências pessimistas desse ponto de vista, afirmando que, para o sábio, a vida é indiferente. |
Classificação | ||
Operação de repartir um conjunto de objetos (quaisquer que sejam) em classes coordenadas ou subordinadas, utilizando critérios oportunamente escolhidos. Como o conceito de classe é generalíssimo e compreende todo e qualquer conceito sob o aspecto da extensão, a operação de Classificação é igualmente generalíssima e pode compreender qualquer procedimento de divisão, distinção, ordenação, coordenação, hierarquização, etc. Por esse caráter generalíssimo que o torna pouco individualizável, já não recebe dos lógicos contemporâneos muita atenção. |
Coerência | ||
1 - Ordem, conexão, harmonia de um sistema de conhecimento. Nesse sentido, Kant atribuía aos conhecimentos a priori a função de dar ordem e Coerência às representações sensíveis. Nesse sentido, a Coerência foi assumida por alguns idealistas ingleses como critério da verdade. Segundo Bradley, por exemplo, a realidade é uma Consciência absoluta que abarca, na forma de Coerência harmoniosa, toda a multiplicidade dispersa e contraditória da aparência sensível. A Coerência, nesse sentido, é muito mais do que a simples compatibilidade entre os elementos de um sistema: implica, com efeito, não só a ausência de contradição, mas a presença de conexões positivas que estabeleçam harmonia entre os elementos do sistema. Nessa acepção, esse termo não tem significado lógico. 2 - O mesmo que compatibilidade. Esse significado é assumido com frequência por esse termo em italiano e francês, já que nessas línguas o termo compatibilidade não se presta a exprimir o caráter do sistema desprovido de contradição, mas designa o caráter de não-contradição recíproca dos enunciados. |
Coexistência | ||
É o modo específico pelo qual o homem está com os outros homens no mundo: modo que é diferente daquele pelo qual ele se vê estar, no mundo, com as outras coisas. Esse significado específico do termo deve-se a Heidegger, que distinguiu a presença das coisas como meios ou instrumentos utilizáveis pela co-presença ou o ser com dos outros com o Eu. A estreita conexão da Coexistência com a existência faz que não possa haver compreensão de si sem a compreensão dos outros. Na compreensão do ser, própria do ser-aí, diz Heidegger, está implícita a compreensão dos outros, e isso porque o ser do ser-aí é coexistência. |
Cogito | ||
Abrevia-se nessa palavra a expressão de Descartes - Cogito ergo sum - Penso, logo sou, que exprime a auto evidência existencial do sujeito pensante, isto é, a certeza que o sujeito pensante tem da sua existência enquanto tal. Trata-se de uma tendência de pensamento que reaparece várias vezes na história, ainda que com fins diversos. Agostinho de Hipona valeu-se dele para refutar o ceticismo acadêmico, isto é, para demonstrar que não se pode permanecer firme na dúvida. Quem duvida da verdade tem certeza de que duvida, logo de que vive e pensa; portanto, na própria dúvida está a certeza que a leva à verdade. |
Como referenciar: "Dicionário - C" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 04/12/2024 às 04:45. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_dic.php?palvr=C&pg=1