Você está em Ajuda > Dicionário

Dicionário de Filosofia

Coerência
1 - Ordem, conexão, harmonia de um sistema de conhecimento. Nesse sentido, Kant atribuía aos conhecimentos a priori a função de dar ordem e Coerência às representações sensíveis. Nesse sentido, a Coerência foi assumida por alguns idealistas ingleses como critério da verdade. Segundo Bradley, por exemplo, a realidade é uma Consciência absoluta que abarca, na forma de Coerência harmoniosa, toda a multiplicidade dispersa e contraditória da aparência sensível. A Coerência, nesse sentido, é muito mais do que a simples compatibilidade entre os elementos de um sistema: implica, com efeito, não só a ausência de contradição, mas a presença de conexões positivas que estabeleçam harmonia entre os elementos do sistema. Nessa acepção, esse termo não tem significado lógico. 2 - O mesmo que compatibilidade. Esse significado é assumido com frequência por esse termo em italiano e francês, já que nessas línguas o termo compatibilidade não se presta a exprimir o caráter do sistema desprovido de contradição, mas designa o caráter de não-contradição recíproca dos enunciados.
 

Coexistência
É o modo específico pelo qual o homem está com os outros homens no mundo: modo que é diferente daquele pelo qual ele se vê estar, no mundo, com as outras coisas. Esse significado específico do termo deve-se a Heidegger, que distinguiu a presença das coisas como meios ou instrumentos utilizáveis pela co-presença ou o ser com dos outros com o Eu. A estreita conexão da Coexistência com a existência faz que não possa haver compreensão de si sem a compreensão dos outros. Na compreensão do ser, própria do ser-aí, diz Heidegger, está implícita a compreensão dos outros, e isso porque o ser do ser-aí é coexistência.
 

Cogito
Abrevia-se nessa palavra a expressão de Descartes - Cogito ergo sum - Penso, logo sou, que exprime a auto evidência existencial do sujeito pensante, isto é, a certeza que o sujeito pensante tem da sua existência enquanto tal. Trata-se de uma tendência de pensamento que reaparece várias vezes na história, ainda que com fins diversos. Agostinho de Hipona valeu-se dele para refutar o ceticismo acadêmico, isto é, para demonstrar que não se pode permanecer firme na dúvida. Quem duvida da verdade tem certeza de que duvida, logo de que vive e pensa; portanto, na própria dúvida está a certeza que a leva à verdade.
 

Coisa
Tanto no discurso comum quando no filosófico, esse termo tem dois significados fundamentais: l - Genérico, designando qualquer objeto ou termo, real ou irreal, mental ou físico, de que, de um modo qualquer, se possa tratar; 2 - Específico, denotando os objetos naturais enquanto tais.
 

Coisa em si
É o que algo é independente de sua relação com o homem, pois para nós as coisas são objetos de conhecimento. Coisa em si é o que as coisas são se não existissem os humanos.
 

Começo
O início de uma coisa no tempo: que pode coincidir ou não com o princípio ou com a origem da própria coisa. Segundo Tomás de Aquino, a criação é matéria de fé enquanto Começo do mundo no tempo, mas não enquanto produção do nada por parte de Deus. Hegel afirmou que o Começo da filosofia é relativo, no sentido de que o que aparece como Começo é, de outro ponto de vista, resultado.
 

Compatibilidade
Ausência de contradição como condição de validade dos sistemas dedutivos. Toda verdade, dizia Aristóteles, deve estar de acordo consigo mesma sob todos os aspectos. Todavia, foi só na matemática moderna, a partir de Hilbert, que a Compatibilidade interna de um sistema dedutivo passou a ser o único critério de validade do próprio sistema. Segundo esse ponto de vista, diz-se que há Compatibilidade no sistema em que não há nenhum teorema cuja negação seja um teorema; ou no qual nem todos os enunciados são teoremas.
 

Complementaridade
Com expressão extraída da geometria (chamam-se complementares dois ângulos cuja soma é igual a um ângulo reto) denominam-se complementares dois conceitos opostos que se corrigem reciprocamente e se integram na descrição de um fenômeno. Assim, por exemplo, chamam-se complementares os conceitos de onda e de corpúsculo para a descrição dos fenômenos ópticos na moderna mecânica quântica.
 

Compossível
Leibniz designou com esse termo o possível que combina com as condições de existência do universo real, isto é, a possibilidade real. O possível é o que é concebível enquanto desprovido de contradição; o Compossível é o que pode ser real.
 

Comutativo
Igualdade das coisas trocadas.
 

   

 
 
Como referenciar: "Dicionário - C" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 19/04/2024 às 05:24. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_dic.php?pg=2&palvr=C