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Oráculo
Responsável - Lúcio Packter, filósofo formado pela PUC-Fafimc, de Porto Alegre.
Existe uma interpretação filosófica para o Nada me Faltará? |
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Leia o que escreveu sobre isso Leonardo Boff, a seguir:
Este pequeno verso quase não é comentado pelos grandes interpretes dos Salmos. É dado como auto-evidente. E não é. Considera-se que nestas poucas palavras se esconde o fundamento da confiança e da entrega incondicional do salmista a Deus. Sem ele o salmo ficaria dependurado no ar. O sentido literal e direto de "nada me falta" parece ser este: quem se sente sob os cuidados do bom pastor não precisa temer nada, pois Ele olhará para que nada falte. Tudo o que alguém pode desejar é sentir-se conduzido e carregado por um Deus que é bom e solícito como um pastor. Posso estar sossegado porque "nada me falta". Mas esse "nada me falta" supõe um ato de incondicional confiança em Alguém que realmente tudo pode, que sabe de nossas necessidades e garante o desfecho final de tudo, nem que seja por caminhos transversos. Mesmo com ventos contrários, Deus tem o poder de conduzir o barco da vida ao porto feliz. É este o argumento que o salmo 73, aparentado ao salmo 23, nos traz: "Eu sempre estou contigo, Tu me seguras pela mão direita. Tu me guias segundo Teus planos e me levas a um destino glorioso. Se Tu a quem eu tenho no céu, estás comigo, nada mais desejo na terra" (versos 23-25). |
Hume tratou do tema imprensa, livre expressão? |
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Leia o fragmento a seguir, de Hume:
Nada neste país é mais capaz de surpreende os estrangeiros do que a extrema liberdade que desfrutamos de comunicar ao público quanto nos aprouver, de de censurar abertamente qualquer medida que possa ser tomada pelo rei ou por seus ministros. Se o governo se decide pela guerra, afirma-se que, seja deliberadamente, ou por ignorância, ele interpreta erradamente os interesses da ação, e que na atual situação a paz seria infinitamente preferível. Se a paixão dos ministros se inclina para a paz, nossos autores políticos só falam de guerra e devastação e acusam de mesquinha e pulsilânime a conduta pacífica do governo. Dado que esta liberdade não é permitida por nenhum outro governo, seja republicano ou monárquico (na Holanda ou em Veneza muito mais do que na França ou Espanha), é muito natural que surja a seguinte pergunta: Como é possível que só a Grã-Bretanha goze desse especial privilégio? A razão devido a qual as leis nos concedem tal liberdade parece derivar da forma mista de nosso governo, o qual não é inteiramente monárquico nem inteiramente republicano. Deve ser considerada como uma correta observação política, se não estou em erro, a de que os dois extremos do governo, a liberdade e a escravidão, geralmente quase se tocam; e que, a medida que nos afastamos dos extremos, misturando à liberdade um pouco de monarquia, o governo sempre se torna mais livre, assim como, por outro lado, misturando à monarquia um pouco de liberdade, o jugo se torna mais pesado e intolerável. Num governo como o da França que é absoluto, num pais onde tanto as leis como os costumes e a religião contribuem para fazer que o povo se sinta plenamente satisfeito com sua condição, o monarca não pode alimentar qualquer desconfiança em relação a seus súditos, e portanto é capaz de lhes conceder grandes liberdades, tanto de palavras como de ação. |
Algo sobre dialética nos estóicos, ok? |
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Conheça abaixo um encarte de O desenvolvimento da Lógica, de William Kneale e Martha Kneale. Leia o que entendem sobre parte do assunto.
Alguns dizem que a parte lógica do sistema é dividido em duas ciências, retórica e dialética, enquanto outros juntariam uma parte que trata de definições e outra de cânones e critérios; outros ainda omitem a parte que trata de definições. "Dialética" é o termo Estóico que melhor corresponde ao nosso termo "lógica", embora eles incluíssem na dialética muitas coisas que classificaríamos em epistemologia e gramática ou linguistica. Segundo Diógenes, os Estóicos ainda dividiram mais a dialética numa parte que trata de coisas significadas e numa parte que trata de coisas- que-significam ou elementos do discurso. Parece que se ocuparam consideravelmente da última. Distinguiram, por exemplo, entre voz que pode ser simples ruído, fala que é necessariamente articulado mas pode não ter sentido e discurso que é uma elocução com sentido. Distinguiram também três aplicações da palavra "letra" nomeadamente um som, um símbolo escrito e o seu nome. A parte mais original da teoria, contudo, diz respeito às coisas significadas ou expressas a que eles chamaram lekta. Esta doutrina é uma novidade importante na filosofia da lógica e merece uma análise cuidadosa. Infelizmente as fontes são insuficientes para que possamos determinar exatamente como é que os Estóicos chegaram a esta teoria ou como é que teriam respondido a certas questões importantes sobre a natureza das lektas. |
Um animal pode ser uma pessoa? |
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Leia um trecho de Ética Prática, de Peter Singer, a seguir.
Parece estranho chamar um animal de pessoa. Essa estranheza pode não ser mais do que um sintoma do nosso hábito de manter a nossa espécie extremamente separada das outras. Seja como for, podemos evitar a estranheza linguística ao reformularmos a pergunta de acordo com a nossa definição de "pessoa". O que estamos realmente perguntando é se alguns animais são seres racionais e autoconscientes, dotados de consciência de si enquanto entidades distintas que tem um passado e um futuro. Os animais têm consciência de si? Dispomos, atualmente, de fortes indícios de que alguns têm. Talvez o indício mais dramático venha dos macacos que conseguem comunicar-se conosco através de uma linguagem humana. O velho sonho de ensinar nossa linguagem a outra espécie concretizou-se quando dois cientistas norte-americanos, Allen e Beatrice Gardner, desconfiaram que o fracasso das tentativas anteriores de ensinar os chipanzés a falar devia-se anão ao fato de esse animais não possuírem a inteligência necessária ao uso da linguagem, mas ao fato de não disporem do aparelho vocal necessário para a reprodução dos sons da linguagem humana. Os Gardners decidiram, então, tratar uma jovem chipanzé como se fosse um bebê humano, sem as cordas vocais. Passaram a comunicar-se com ela, e entre si sempre que ela estava presente, usando a linguagem Norte-Americana de Sinais, muito usada pelos surdos. A técnica revelou-se um extraordinário sucesso. A chipanzé que chamavam de "Washoe", aprendeu a compreender cerca de 350 sinais diferentes e a usar, corretamente cerca de 150 deles. Juntava os sinais para formar frases simples. Quanto à questão da autoconsciência, Washoe não vacilou quando lhe mostraram a sua própria imagem num espelho e perguntaram "Quem é?" , respondendo prontamente: "Sou eu Washoe". Mais tarde, Washoe mudou-se para Ellensbourg, Washington, onde viveu com outros chipanzés, sob os cuidados de Roger e Deborah Fouts. Nesse lugar, adotou um bebê chipanzé logo começou não apenas a fazer-lhe sinais, mas também a ensinar-lhe sinais por iniciativa própria. Por exemplo, tomava-lhe as mãos e fazia com que ele formasse o sinal para a "comida" num contexto apropriado. |
Kuhn e Eigen: algumas diferenças, por favor. |
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Leia o que explica Wolfgang Stegmuller sobre o assunto.
Primeiro uma observação sobre a diversidade fundamental do ponto de partida da reflexão de H. Kuhn face ao de Eigen. Kuhn contenta-se à diferença de Eigen, em desenvolver uma teoria principalmente qualitativa. Em segundo lugar ele não faz caso algum em retratar exatamente o caminho de fato da evolução nº 1, mas sim apenas de indicar uma via-modelo possível, que indica como poderia ter surgido o aparelho genético da vida. Um tal procedimento é justificável pela seguinte meta de conhecimento: a tese de que a formação de seres auto reprodutores que dispõem de um aparelho genético altamente complexo pode ser explicada exclusivamente por meio de leis físicas já se encontra fortalecida no momento em que uma tal via-modelo, que não necessita de nenhum apelo a princípios extrafísicos, possa ser indicada. Se a evolução, em detalhes, realmente ocorreu da forma como o indica a via modelo, pode ser considerado, nessa contraposição, como questão secundária. O procedimento estratégico de Kuhn é o seguinte: o caminho procurado é decomposto em muitos passos pequenos. Após cada passo intermediário, tenta-se obter uma supervisão das diversas possibilidades. Em seguida são avaliados os tempos necessários, após o que a possibilidade mais rápida é escolhida como o passo seguinte. Como via-modelo "mais racional" redunda, no fim, aquela que resulta da reunião desses passos parciais. O pesquisador que segue esta estratégia tateia, por assim dizer, paulatinamente através de variações lúdicas, deixando-se surpreender sempre de novo pela direção na qual o procedimento o leva. |
Como era a Filosofia no Brasil, na República? |
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Leia um trecho escrito por Cretella Júnior.
Nos últimos anos do segundo império e na eclosão do movimento republicano, o pensamento filosófico brasileiro adquire grande prestígio, sendo cultivado por espíritos que participam da vida pública e cultural do país. A transição do século XIX para o século XX que, de certo modo, coincide com a passagem de um regime político a outro, é importante para o estudioso de filosofia. Esperam-se grandes mudanças, inovações. A abolição da escravatura, em 1888, a repercussão de acontecimentos históricos na América (Guerra da Secessão, norte contra o sul: a invasão do México por Maximiliano, afinal nomeado Imperador daquele país em 1864, mas alijado do poder e morto), na França (queda do Império de Napoleão III e instalação da Terceira Republica) e no próprio Brasil (efeitos da Guerra do Paraguai) preparam o advento de uma nova mentalidade. O positivismo está em voga. Augusto Conte é o modelo máximo a ser imitado. Fundam-se associações positivistas, pronunciam-se conferências, instalam-se templos. É uma filosofia nova e uma nova religião que se quer implantar. Identificam-se mesmo positivismo e republica. É o reinado do Comtismo.Benjamim Constant, em 1876, funda a Sociedade Positivista do Rio de Janeiro, mas antes Francisco Antônio Brandão, publicara em Bruxelas. A escravidão no Brasil, inspirando-se em Comte O prestígio do brilhante professor da Escola Militar e da Escola Politécnica assegura a irradiação imediata das idéias positivistas. Miguel Lemos e Teixeira Mendes consolidam a fixação do comtismo, não obstante algumas divergências que surgem entre os partidários da ala de Lafitte e da de Littrê. Adere também ao positivismo Luis Pereira Barreto, doutor em medicina que, em Bruxelas, entrara em contato direto com pensadores chegados de Paris e fervorosos admiradores de Comte. |
O que é o Laifi, site que tem por base a Filosofia? |
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Leia a resposta a seguir, escrita pelos diretores do site que é inspirado em Filosofia.
A vida é feita de histórias. A cada instante, novas informações e acontecimentos estão surgindo e passando a fazer parte da vida de quem os presencia. Registrar o que acontece na sua vida e no mundo de forma ilustrada e interativa torna-se possível no Laifi. Assim, as pessoas podem utilizar imagens, vídeos e textos para construírem juntas as histórias dos momentos que vivenciaram: uma festa de aniversário, um show, um evento esportivo, etc. Também é possível registrar informações sobre acontecimentos históricos, explicar conteúdos didáticos, retratar a vida de celebridades, bandas, times de futebol e muito mais. Enfim, são inúmeras as possibilidades de Laifis a serem criados, os quais podem estar relacionados tanto a experiências pessoais, como a assuntos de interesse universal. Desta forma, além de permitir que as pessoas interajam com aquelas que fazem parte de sua vida, o Laifi ainda possibilita aos seus usuários conhecer e interagir com pessoas que se interessem pelos mesmos assuntos, uma vez que é possível visualizar a quem pertence a autoria de cada Laifi, adicionando o contato, se ambos estiverem de acordo. Mais do que uma rede social, o Laifi não oferece apenas entretenimento, mas principalmente valoriza a inteligência coletiva, proporcionando cultura, educação e a disseminação do conhecimento em todas as áreas. É a verdadeira revolução da Internet, que agora tornou-se mais colaborativa do que nunca. |
Preciso de uma ideia sobre a jornada humana, sua evolução, em Bergson. |
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Leia um trecho sobre o assunto, no qual o filósofo coloca o movimento, o que se refaz e faz, o que é contínuo.
Do nosso ponto de vista aparece globalmente como uma onda imensa que se propaga a partir de um centro e que, na quase totalidade de sua circunferência, detém-se e se converte em oscilação no mesmo lugar: num só ponto o obstáculo foi forçado e a impulsão passou livremente. Essa liberdade é que assinala a força humana. Por toda a parte menos no homem, a consciência viu-se acuada a um impasse; só com o homem ela prosseguiu em seu caminho. O homem continua, pois, infinitamente o caminho vital, embora não arraste consigo tudo o que a vida trazia nela. Em outras linhas de evolução caminharam outras tendências que a vida implicava, de que o homem, sem duvida, conservou alguma coisa, dado que tudo se interpenetra, mas de que só conservou pouca coisa. Tudo se passa como se um ser indeciso e frouxo, que se poderá chamar, como se queira, homem ou super-homem, tivesse procurado realizar-se, e só o tivesse conseguido abandonando em seu trajeto uma parte de si mesmo. Esses resíduos são representados pelo restante da animalidade, e mesmo pelo mundo vegetal, pelo menos no que estes tem de positivo e de superior aos acasos da evolução. Dessa perspectiva, atenuam-se de modo singular as discordâncias cujo espetáculo a natureza nos oferece. O conjunto do mundo organizado torna-se como o húmus sobre o qual devia progredir ou o próprio homem ou um ser que, moralmente a ele se assemelhasse. Os animais por mais distanciados, por mais inimigos mesmos que sejam de nossa espécie, nem por isso deixaram de ser úteis companheiros de viagem, sobre os quais a consciência se descarregou do que arrastava de atravancador, e que lhe permitiram elevar-se, com o homem, às alturas de onde ela vê um horizonte ilimitado reabrir-se diante de si. |
Como referenciar: "Oráculo" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 23/11/2024 às 01:53. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/oraculo_resposta.php?pg=9