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Provas de concursos e vestibular

 
(13/Fev) IF-TO-2021
 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Questão 26
"Aliás, não é difícil ver que nosso tempo é um tempo de nascimento e trânsito para uma nova época. O espírito rompeu com o mundo de seu ser-aí e de seu representar, que até hoje durou; está a ponto de submergi-lo no passado, e se entrega à tarefa de sua transformação. Certamente, o espírito nunca está em repouso, mas sempre tomado por um movimento para a frente. Na criança, depois de longo período de nutrição tranquila, a primeira respiração - um salto qualitativo - interrompe o lento processo do puro crescimento quantitativo; e a criança está nascida. Do mesmo modo, o espírito que se forma lentamente, tranquilamente, em direção à sua nova figura, vai desmanchando tijolo por tijolo o edifício de seu mundo anterior. Seu abalo se revela apenas por sintomas isolados; a frivolidade e o tédio que invadem o que ainda subsiste, o pressentimento vago de um desconhecido são os sinais precursores de algo diverso que se avizinha. Esse desmoronar-se gradual, que não alterava a fisionomia do todo, é interrompido pelo sol nascente, que revela num clarão a imagem do mundo novo." In: HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. 2.ed. Trad: Paulo Meneses, com a colaboração de Karl-Heinz Efken e José Nogueira Machado. Petrópolis: Vozes, 2003. p.31
Quando Hegel afirma que estamos em um momento de nascimento e trânsito para uma nova época, está se referindo
A) ao renascimento da religião.
B) a uma filosofia existencialista do espírito.
C) ao momento em que a filosofia abandona sua pretensão de verdade.
D) ao mundo teocrático onde o espírito absoluto governará de forma soberana.
E) ao mundo moderno que está emergindo e se consolidando.

Questão 27
O filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard, conhecido na história da filosofia como "pai do existencialismo", é reconhecidamente um dos pensadores mais importantes do século XIX. Uma das suas mais conhecidas teorias é aquela dos três estádios ou etapas da existência humana. Esses estádios são
A) natural, consciente e religioso.
B) nascimento, crescimento e morte.
C) estético, ético e religioso.
D) inconsciência, consciência e morte.
E) infância, vida adulta e velhice.

Questão 28
"O cinema e o rádio não precisam mais se apresentar como arte. A verdade de que não passam de um negócio, eles a utilizam como uma ideologia destinada a legitimar o lixo que propositadamente produzem. Eles se definem a si mesmos como indústrias, e as cifras publicadas dos rendimentos de seus diretores gerais suprimem toda dúvida quanto à necessidade social de seus produtos." In: ADORNO, T.W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.p.114
No trecho acima, os filósofos Theodor Adorno e Max Horkheimer refletem sobre a Indústria Cultural. De acordo com os autores, uma das consequências disso é
A) a arte verdadeira desaparece do mundo contemporâneo.
B) as pessoas perdem cada vez mais o gosto pelas obras de arte.
C) é preciso investir cada vez mais dinheiro para produzir uma arte de qualidade.
D) o cinema e o rádio tornam-se indústrias que produzem mercadorias e não mais obras de arte.
E) o cinema e o rádio resistem ao avanço da indústria cultural.

Questão 29
"Chamo transcendental a todo o conhecimento que em geral se ocupa menos dos objetos, que do nosso modo de os conhecer, na medida em que este deve ser possível a priori." In: KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. 5.ed. Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001. § B25
No trecho acima, Kant define o sentido do termo transcendental. Nesse sentido, é correto afirmar que o transcendental é
A) um saber que não se ocupa de objetos, mas de verdades últimas sobre Deus e a imortalidade da alma.
B) um conhecimento da nossa interioridade pessoal e existencial.
C) aquilo que ultrapassa o mundo dos fenômenos, levando-nos ao conhecimento da coisa-em-si.
D) um conhecimento do sujeito empírico que é condição para a existência da filosofia.
E) um conhecimento do sujeito e das condições de possibilidade de todo conhecer.

Questão 31
"Que é a metafísica? Comecemos com um esclarecimento do termo. É sabido que "metafísica" não é termo aristotélico (talvez tenha sido cunhado pelos peripatéticos, se não nasceu por ocasião da edição das obras de Aristóteles feita por Andrônico de Rodes, no século I a.C). Aristóteles usava, normalmente, a expressão filosofia primeira ou também teologia em oposição à filosofia segunda ou física. Mas o termo metafísica é certamente mais significativo, ou melhor, foi sentido como mais significativo e preferido pela posteridade, e assim definitivamente consagrado. A metafísica aristotélica é, com efeito, como logo veremos, a ciência que se ocupa das realidades que estão acima das físicas, das realidades transfísicas ou suprafísicas, e, como tal, opõe-se à física. E metafísica foi denominada definitivamente e de maneira constante, na trilha do pensamento aristotélico, toda tentativa do pensamento humano de ultrapassar o mundo empírico para alcançar uma realidade meta-empírica." In: REALE, Giovanni. História da filosofia antiga II. Platão e Aristóteles. Trad: Henrique Claudio de Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994. p.335
Em relação à Metafísica, no contexto do pensamento aristotélico, está incorreto afirmar que
A) se ocupa das causas e dos princípios primeiros e supremos.
B) ocupa-se da alma enquanto enteléquia primeira de um corpo físico.
C) se pergunta pelo ser enquanto ser.
D) Indaga a substância.
E) ocupa-se de Deus e da substância supra-sensível.

Questão 32
É bastante conhecida a frase de Jean-Paul Sartre de que "o homem está condenado a ser livre." O filósofo francês chega a essa conclusão a partir de algumas reflexões sobre a existência. De acordo com essas reflexões é incorreto afirmar que
A) a essência do ser humano é a liberdade que Deus lhe atribuiu assim que o criou.
B) o ser humano está condenado a ser livre pois não se criou a si mesmo, e como, no entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz.
C) o Ser humano, tal como o existencialista o concebe, não é passível de uma definição, pois inicialmente não é nada. Só posteriormente será alguma coisa e será aquilo que ele fizer de si mesmo.
D) no ser humano a existência precede a essência.
E) o ser humano nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo.

Questão 33
"Comum a todos os raciocínios que cometem falácias de relevância é a circunstância de suas premissas serem logicamente irrelevantes para as suas conclusões e, portanto, serem incapazes de estabelecer a verdade dessas conclusões." In: COPI, I.M. Introdução à lógica. Trad: Álvaro Cabral. 2.ed. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1978. p.74.
De acordo com I.M. Copi, uma dessas falácias de relevância é o Argumentum ad Hominem. Em relação a essa falácia está incorreto afirmar que
A) essa falácia é cometida quando, ao invés de tentar refutar a verdade do que se afirma, ataca-se a pessoa que fez a afirmação.
B) esse argumento é falacioso pois o caráter de uma pessoa é logicamente irrelevante para determinar a verdade ou falsidade daquilo que ela diz.
C) essa falácia é cometida quando a percepção lógica de um fato não é conclusiva.
D) esse argumento é falacioso pois mesmo o mais perverso dos seres humanos pode, eventualmente, dizer a verdade ou raciocinar corretamente.
E) é uma falácia de variedade ofensiva, pois não se dirige contra o argumento, mas contra quem expressa o argumento.

Questão 34
Ludwig Wittgenstein é um filósofo de fundamental importância para o campo das reflexões filosóficas sobre a linguagem. Em relação a sua obra está incorreto afirmar que
A) geralmente os críticos de sua obra identificam duas fases. A primeira fase seria coroada pela publicação do Tractatus Logico-Philosophicus e a segunda fase, por sua vez, resultaria da publicação das Investigações Filosóficas.
B) no lugar da preocupação com a forma da linguagem (sintática e semântica), característica da primeira fase de seu pensamento, Wittgenstein passa a entender, na segunda fase de sua obra, que a significação das palavras não depende somente de uma estrutura formal, mas sim do uso e do contexto (pragmática).
C) a primeira fase do seu pensamento reflete a preocupação do filósofo com a estrutura formal da linguagem enquanto que a segunda fase de sua obra enfatiza a dimensão pragmática, isto é, o contexto onde as palavras são usadas e onde é estabelecido o seu sentido.
D) a primeira fase de seu pensamento estabelece as premissas de uma concepção psicológica da capacidade linguística do ser humano. A segunda fase, por sua vez, avançaria para uma compreensão lógica e formal da linguagem.
E) a dimensão pragmática da linguagem leva em consideração o fator contextual.

Questão 35
Vamos encontrar entre os pré-socráticos a origem dos sistemas idealistas, materialistas, dualistas e pluralistas, a fonte da metafísica mais elevada e as formas rudimentares do pensamento científico ocidental. Os pré-socráticos foram os iniciadores de uma ontologia e de uma teoria do conhecimento, lançaram as bases da concepção mecânica do real e prepararam o terreno para a dialética idealista, o eudemonismo ético e a interpretação teleológica do universo. Cannabrava, Euryalo. Nietzsche - "La Naissance de la Philosophie" - 1938* * Publicado no Diário de Pernambuco. Pernambuco, Domingo, 14 de Maio de 1939, p. 8. (Arquivo DP/D.A. Press, em 28/07/2016). Cadernos Nietzsche [online]. 2016, v. 37, n. 2 [Acessado 27 Setembro 2021], pp. 159-165. Disponível em: .
Das alternativas a seguir, somente uma não caracteriza sem equívocos as ideias de Tales de Mileto.
A) O universo é "animado".
B) O sábio tem de resistir aos desejos extravagantes da bondade não inteligente.
C) Todas as coisas estão cheias de deuses.
D) O úmido elementar está penetrado do poder divino.
E) A inteligência do cosmos é o deus.

Questão 36
A cidade é por natureza anterior à família e a cada um de nós, individualmente considerado; é que o todo é, necessariamente, anterior à parte. Aristóteles. A Política. Vega, 1998, p. 26. Disponível em acesso em 28 Set. 21.
Inspirado (a) pelo texto acima, somado com seus conhecimentos sobre o assunto, relacione corretamente as colunas conforme algumas asserções conceituais de Aristóteles implicadas em "polis/política" na obra A Política:
1. CIDADE.
2. COMUNIDADE.
3. O HOMEM.
4. FAMÍLIA.
5. ALDEIA.
a. É uma certa forma de comunidade.
b. É uma comunidade formada de acordo com a natureza.
c. É por natureza, um ser vivo político.
d. Constituída em vista de algum bem.
e. É a primeira comunidade formada por várias famílias.
A) 1d, 2a, 3b, 4c, 5e
B) 1b, 2e, 3c, 4d, 5a
C) 1e, 2b, 3a, 4d, 5c
D) 1d, 2e, 3c, 4a, 5b
E) 1a, 2d, 3c, 4b, 5e

Questão 37
Escutando não a mim, mas ao Logos, é sábio entrar em acordo para dizer a mesma coisa: tudo é um.) Heráclito de Eféso (Frag. 50)
Com relação ao logos em Heráclito de Éfeso, assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas a seguir:
Referindo-se ao estilo ________________, Heidegger opina que, em vez de ser denominado de "____________", Heráclito poderia e deveria ter sido chamado de "_______________", pois o que ele escreve no seu estilo _______________, "clarifica e faz brilhar a linguagem do pensar". Esta claridade, porém, é uma claridade sui generis, pois tem o fascínio e o enigma dos relâmpagos. De um modo fugaz e efêmero, os relâmpagos, com seus repetidos clarões, iluminam a escuridão da noite, mas não conseguem transformá-la na claridade do dia.
A) Enigmático, heraclitiano, o obscuro, o claro.
B) Heraclitiano, obscuro, o claro, enigmático.
C) Dogmático, obscuro, o claro, enigmático.
D) Enigmático, filosófico, o claro, logístico.
E) Logosoficante, enigmático, o obscuro, o claro.

Questão 38
A Filosofia Moderna, desde Descartes a Hegel, seria uma reflexão crítica sobre o fato da nova ciência, seria a ciência que se sabe a si mesma. ZUBIRI, Xavier. Sobre el problema de la filosofia. Revista del Ocidente, 1933, p.53. (Adaptado)
Considerando a filosofia cartesiana, avalie as afirmações a seguir.
I. Para Descartes, o Ser e sua estrutura são criações arbitrárias de Deus.
II. Estão entre os princípios dessa filosofia: Dúvida metódica e o cogito.
III. A bondade não implica uma livre decisão da vontade.
IV. O pensar enquanto tal, não possui e não implica segurança ontológica.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) I, II, II e IV.
C) IV e I.
D) III e II.
E) IV.

Questão 39
"O verdadeiro problema da razão pura contém-se nesta pergunta: como são possíveis os juízos sintéticos "a priori"? KANT. Emanuel. Crítica da razão pura. p.10. Disponível em acesso 29 de set. 21.
Sob inspiração do fragmento acima e no conjunto da filosofia Kantiana, diz-se que Kant não se perguntava apenas pela possibilidade da ciência, mas também como é possível
A) o pragmatismo.
B) a metafísica.
C) o ser e a potência.
D) o Iluminismo.
E) o logos sofístico.

Questão 40
O verdadeiro é o todo. Mas o todo é somente a essência que se implementa através do seu desenvolvimento. Sobre o absoluto, deve-se dizer que é essencialmente resultado. HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do espírito. Vozes, 1992, p. 31.
Para Hegel, a verdade última de seu "Ser" se encontra na articulação que cada coisa concreta exerce com o "espírito absoluto" ? a essa articulação Hegel chamou
A) razão pura.
B) o interior.
C) ser em si.
D) razão governo do mundo.
E) sistema.

Questão 41
Sócrates ? Assim, Glauco, com certa dificuldade e ao término de uma longa discussão, diferenciamos os filósofos daqueles que o não são.
Glauco ? Talvez não conseguíssemos fazê-lo numa breve discussão.
Sócrates ? Talvez. E acredito até que teríamos chegado a um mais alto grau de evidência se tivéssemos podido discorrer apenas a respeito desse ponto e não existissem muitas outras questões a tratar, para vermos em que difere a vida do homem justo da do homem injusto.
Glauco ? De que iremos tratar depois disso?
Sócrates ? O que vem logo a seguir? Como estabelecemos que são filósofos aqueles que podem chegar ao conhecimento [...] Platão. A República, Livro VI.
Considerando a perspectiva dos diálogos platônicos e o contexto filosófico apresentado no texto acima, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
São filósofos aqueles que podem chegar ao conhecimento do imutável.
PORQUE
É possível que uma alma covarde e inferior exerça relação com a verdadeira filosofia.
A respeito das asserções apresentadas acima, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições falsas.
B) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
C) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
D) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
E) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.

Questão 42
O Estado é uma prudente organização que visa proteger os indivíduos uns dos outros: se exageramos no seu enobrecimento, o indivíduo será enfim debilitado e mesmo dissolvido por ele ? isso frustrará o objetivo do Estado. NIETZSCH, Friedrich. Humano, demasiado humano. Cia da letras, 2005, p.150
Considerando a perspectiva da filosofia de Nietzsche e o contexto filosófico apresentado no texto acima, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
Os socialistas querem o bem-estar para o maior número de pessoas.
PORÉM
Se a pátria permanente desse bem-estar, o Estado perfeito, fosse alcançada, esse próprio bem-estar destruiria o terreno em que brota o intelecto, em outras palavras: a humanidade se tornaria fraca demais para produzir o gênio se esse Estado fosse alcançado.
A respeito das asserções apresentadas acima, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições falsas.
B) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
C) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma explicação adversativa em relação a I.
D) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II apenas corrobora o que se afirma na I.
E) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

Questão 43
A importância da psicanálise para a filosofia é justamente que com a noção de inconsciente, Freud mostrou a impossibilidade de um fechamento sobre si do discurso, ou seja, do projeto de uma perfeita transparência do sujeito sobre si mesmo. PEREIRA, P. Ondina. Psicanálise e Filosofia: uma relação entre experiência psicanalítica e atividade filosófica In: Psychê - Ano VIII - nº 14 - São Paulo - jul-dez/2004 ? p. 10
Segundo Sofia Vanni Rovighi, "o inconsciente já passara a fazer parte da doutrina de alguns filósofos" ? nesse sentido, o inconsciente de Freud apresenta a novidade de não ser a mera negação do consciente, mas é inconsciente ativo e onipotente e se aproxima bastante da concepção de "vontade" em
A) Schopenhauer.
B) Augusto Comte.
C) Aristóteles.
D) Platão.
E) Hegel.

Questão 44
Em sua famosa obra Sein und Zeit (1927), Heidegger definia a filosofia "como ????????? ??? ??? ?????????, ciência da verdade [...] caracterizada como uma ????????, ? ?????? ?? ?? ? ??, como ciência que considera o ente como ente, isto é, com respeito a seu ser" (HEIDEGGER, 1967, p. 213). A acusação feita pelo filósofo alemão é a de que a filosofia ocidental esqueceu (ou se apartou) da questão fundamental, qual seja, a questão do Ser. No entanto, depois de perceber que a tarefa fundamental da filosofia é a questão do significado do Ser, filosofia é, para ele, o pronunciamento "da coisa mais original que existe" ele percebe que o homem é o único que pode fazer a si mesmo essa pergunta. Portanto, perguntar-nos sobre o Ser implica indagar sobre quem faz essa pergunta. Assim, passamos da dúvida sobre o Ser à questão do que é o homem. Do exposto, segue-se que a reflexão de Heidegger em Sein und Zeit se desenvolve nos campos da
A) Ética e Epistemologia.
B) Ontologia e Antropologia filosófica.
C) Axiologia e Antropologia filosófica.
D) Filosofia política e Ontologia.
E) Ontologia e Teoria do conhecimento.

Questão 45
Os filósofos estoicos consideravam três aspectos como os mais importantes na filosofia: lógica, física e ética. No campo ético, assumiram que a liberdade consistia em aceitar o nosso destino cujo telos era alcançar a vida feliz, partindo da ideia de que há uma conformidade entre
A) o intelecto e a experiência.
B) a felicidade e o dever.
C) a teoria e a vida pública.
D) a natureza e a razão.
E) os sentidos e a educação.

Questão 46
Para José Gaos, filósofo espanhol radicado no México, "toda filosofia é, por sua natureza e em certo sentido, pedagógica ? de onde podemos inferir que o filósofo, todo filósofo, também é, em um certo sentido, um pedagogo" (In: Filosofia da filosofia e história da filosofia, 1947). Isso resulta dizer que há um exercício eminentemente formativo para o qual a filosofia não deve se furtar, para além da lógica da mera repetição de teorias. Esse exercício pode ser entendido como
A) profissionalização do saber.
B) busca pela felicidade.
C) Ataraxia.
D) contemplação/Kalokagathia.
E) eminentemente político/emancipatório.

Questão 47
Em se tratando das competências gerais para a Educação Básica, é sabido por todos que são definidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Tais competências encontram-se organizadas por grandes áreas, quais sejam:
I. Linguagem e suas tecnologias.
II. Matemática e suas tecnologias.
III. Ciências da Natureza e suas tecnologias.
IV. Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
No documento, a área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas é composta pelos saberes das disciplinas Filosofia, Geografia, História e Sociologia. As competências específicas dessas áreas são:
A) Analisar processos políticos, econômicos, sociais; Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços; Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e sociedades com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e socioambientais; Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios, contextos e culturas; Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos; Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
B) Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas; Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitar as diversidades, a pluralidade de ideias e posições e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza; Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global; Compreender as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso; Compreender os múltiplos aspectos que envolvem a produção de sentidos nas práticas sociais da cultura corporal de movimento; Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais; Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas.
C) Utilizar estratégias, conceitos e procedimentos matemáticos para interpretar situações em diversos contextos; Articular conhecimentos matemáticos ao propor e/ou participar de ações para investigar desafios do mundo contemporâneo e tomar decisões éticas e socialmente responsáveis; Utilizar estratégias, conceitos e procedimentos matemáticos, em seus campos ? Aritmética, Álgebra, Grandezas e Medidas, Geometria, Probabilidade e Estatística ?, para interpretar, construir modelos e resolver problemas em diversos contextos; Compreender e utilizar, com flexibilidade e fluidez, diferentes registros de representação matemáticos; Investigar e estabelecer conjecturas a respeito de diferentes conceitos e propriedades matemáticas.
D) Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e coletivas que aperfeiçoem processos produtivos; Construir e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da Terra e do Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o funcionamento e a evolução dos seres vivos e do Universo, e fundamentar decisões éticas e responsáveis; Analisar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimento científico e tecnológico e suas implicações no mundo.
E) Nenhuma das alternativas.

Questão 48
"Estamos convencidos de que o diálogo com as massas populares é uma exigência radical de toda revolução autêntica. Ela é revolução por isso. Distingue-se do golpe militar por isso. Dos golpes, seria uma ingenuidade esperar que estabelecessem diálogo com as massas oprimidas. Deles, o que se pode esperar é o engodo para legitimar-se ou a força que reprime. A verdadeira revolução, cedo ou tarde, tem de inaugurar o diálogo corajoso com as massas. Sua legitimidade está no diálogo com elas, não no engodo, na mentira. Não pode temer as massas, a sua expressividade, a sua participação efetiva no poder. Não pode negá-las. Não pode deixar de prestar-lhes conta. De falar de seus acertos, de seus erros, de seus equívocos, de suas dificuldades. A nossa convicção é a de que, quanto mais cedo comece o diálogo, mais revolução será". (FREIRE, Pedagogia do Oprimido, 1987, p. 72).
A partir do excerto acima é precípuo afirmar que, para Paulo Freire, a tarefa da educação é
A) formar, desde o diálogo, consciências críticas, resistentes às fontes de opressão.
B) ser fonte e promotora de opressão.
C) causar revoluções, ainda que armadas.
D) reproduzir injustiças sociais.
E) ser porta-voz da ideologia dominante.

Questão 49
"... o perguntar filosófico é, então, o elemento constitutivo fundamental do filosofar e, portanto, do ensinar filosofia" (CERLETTI, 2009, p. 20-21).
Isso resulta dizer que
A) o ensino de filosofia é indissociável do exercício mesmo do próprio fazer filosófico.
B) ensinar filosofia requer a suspensão das questões-problemas próprias do senso comum.
C) filosofia é impossível de ser ensinada.
D) ensinar filosofia é apenas fazer perguntas.
E) o perguntar filosófico prescinde o ensino.

Questão 50
"Seria infantil esperar que qualquer um queira ou possa se tornar um filósofo profissional; é justamente essa a concepção em relação à qual tenho profundas desconfianças. Não queremos impor aos nossos estudantes a deformação profissional daqueles que automaticamente consideram sua própria área de atuação como sendo o centro do mundo. A filosofia só faz jus a si mesma quando é mais do que uma disciplina específica" (ADORNO, 1995, p. 53).
O texto acima aborda o modelo de formação filosófica que não implica apenas na profissionalização do saber. Desse modo é incorreto afirmar que
A) educação, só é educação, se emancipadora.
B) filosofia não é uma mera disciplina: é a formação de um espírito.
C) a tarefa de toda educação é formar sujeitos habilidosos e úteis para atender às demandas do mercado.
D) filosofia é crítica do status quo dominante.
E) nenhuma das anteriores.

GABARITO:
26E
27C
28D
29E
31B
32A
33C
34D
35B
36E
37B
38A
39B
40E
41D
42C
43A
44B
45D
46E
47A
48A
49A
50C
     

 
 
Como referenciar: "Provas - IF-TO-2021" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 18/04/2024 às 08:49. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_prova.php?id=288