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Histórias filosóficas

    (03/Mar) Fausto fala a Mefistófeles, em Goethe
 

Entendamo-nos bem. Não ponho eu mira
na posse do que o mundo alcunha gozos.
O que preciso e quero é atordoar-me.
Quero a embriaguez de incomportáveis dores,
a volúpia do ódio, o arroubamento
das sumas aflições. Estou curado
das sedes do saber; de ora em diante
às dores todas escancaro nesta alma.
As sensações da espécie humana em peso,
quero-as eu dentro de mim; seus bens, seus males
mais atrozes, mais íntimos, se entranhem
aqui onde à vontade a mente minha
os abrace, os tateie; assim me torno
eu próprio a humanidade; e se ela ao cabo
perdida for, me perderei com ela. (1765-75)

Goethe
     

 
 
Como referenciar: "Fausto fala a Mefistófeles, em Goethe - Histórias filosóficas" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 19/04/2024 às 18:50. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_historia.php?id=197