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Dicionário de Filosofia

Filosofema
Raciocínio demonstrativo. Conceito ou lugar-comum filosófico.
 

Filosofia
A maioria das definições de filosofia são razoavelmente controversas, em particular quando são interessantes ou profundas. Esta situação deve-se em parte ao fato de a filosofia ter alterado de forma radical o seu âmbito no decurso da história e de muitas das investigações nela originalmente incluídas terem sido mais tarde excluídas. Uma definição minimalista mas satisfatória é que a filosofia consiste em pensar sobre o pensamento. Isto permite-nos sublinhar o caráter de segunda ordem da disciplina e tratá-la como uma reflexão sobre gêneros particulares de pensamento - formação de crenças e de conhecimento - sobre o mundo ou porções significativas do mundo. Uma definição mais pormenorizada, mas ainda assim incontroversa e abrangente, é que a filosofia consiste em pensar racional e criticamente, de modo mais ou menos sistemático, sobre a natureza do mundo em geral (metafísica ou teoria da existência), da justificação de crenças (epistemologia ou teoria do conhecimento), e da conduta de vida a adotar (ética ou teoria dos valores). Cada um dos três elementos listados possui uma contraparte não filosófica, da qual se distingue pelo seu modo de proceder explicitamente racional e crítico e pela sua natureza sistemática. Todos nós temos uma concepção geral sobre a natureza do mundo em que vivemos e do lugar que nele ocupamos. A metafísica interroga-se sobre os pressupostos que sustentam acriticamente estas concepções recorrendo a um conjunto organizado de crenças. Ocasionalmente, todos duvidamos e questionamos crenças, não só as nossas como as alheias, e fazemo-lo com mais ou menos sucesso sem possuirmos uma teoria acerca do que fazemos. O objetivo da epistemologia consiste em explicitar as regras que determinam a correta formação de crenças e argumentar a seu favor. Também orientamos as ações com vista a objetivos e fins que valorizamos. A ética, ou filosofia moral, no sentido mais inclusivo, pretende articular, de uma forma racional e sistemática, as regras ou princípios subjacentes. As três partes principais da filosofia estão relacionadas de várias formas. Para que possamos orientar racionalmente a conduta é necessária uma concepção global do mundo onde esta se desenvolve e de nós próprios enquanto agentes nele integrados. A metafísica pressupõe a epistemologia para autenticar as formas especiais de raciocínio a que atribui confiança e também para assegurar a solidez das assunções que, em algumas variantes, é levada a fazer acerca da natureza das coisas, por exemplo, que nada provém do nada, que no mundo e na experiência que dele possuímos existe recorrência ou que a mente não se encontra no espaço.
 

Filosofia Clínica
É um exercício filosófico nas questões existenciais, original, criado por Packter, para trabalhar os choques mais graves e violentos que ocorrem na Estrutura de Pensamento da pessoa. A Filosofia Clínica deve ser considerada como uma ação fenomenológica e humanista, um procedimento clínico, uma atitude filosófica clínica realizada por filósofos. É assim definida por Packter: a) O uso do conhecimento filosófico à psicoterapia; b) Atividade filosófica aplicada à terapia do indivíduo; c) As teorias filosóficas empregadas às possibilidades do ser humano enquanto se realiza por si mesmo (Caderno A). A descoberta packteriana pressupõe a existência de uma Estrutura de Pensamento, que nos determina o modo como à pessoa está existencialmente no ambiente. O local de atendimento vai além dos consultórios. Muitos lugares estão sujeitos a serem bons espaços de trabalho. Há casos que desaconselham limitar o trabalho filosófico clínico a um consultório. Procura-se confortar o partilhante no intuito de viabilizar o diálogo e a própria clínica. A psicoterapia praticada pela filosofia não contém tipologia; não usa termos como normal versus patológico; não utiliza drogas medicamentosas alopáticas; não usa procedimentos clínicos a priori. A Filosofia Clínica é construída a começar da pessoa. A Filosofia Clínica é toda ela construída sob bases filosóficas, desde as raízes. Tendo seu aprofundamento em Hume e Locke, Russell, Wittgenstein e Merleau-Ponty, George Berkeley, Peirce, William James, John 15 de Dezembro de Dewey e George Mead. Também os trabalhos de Edmund Husserl em fenomenologia; o existencialismo de Martin Buber e de Gabriel Marcel. as obras de G. E. Moore John Wisdom, Gilbert Ryle e John Austin. Também Saussure, Deleuze, Derrida e Foucault... Os métodos da Filosofia clínica consta de: historicidade, fenomenologia e epistemologia. A clínica se dá via Exames categorias (Assunto, Circunstância, Lugar, Tempo e Relação), Estrutura de Pensamento e em seguida, Submodo.
 

Finalidade
Correspondência entre um conjunto de coisas ou de acontecimentos e um fim.
 

Finalismo
Doutrina que admite a causalidade do fim, no sentido de que o fim é a causa total da organização do mundo e a causa dos acontecimentos isolados.
 

Finitismo
Doutrina que afirme a finitude do mundo.
 

Fisicalismo
Otto Neurath define como Fisicalista o Círculo de Viena, que via na linguagem o campo de indagação da filosofia, para acentuar o caráter físico da linguagem. Esse termo foi aceito por Rudolf Carnap para indicar o primado da linguagem física e sua capacidade de valer como linguagem universal: A linguagem da física é uma linguagem universal, pois abrange os conteúdos de todas as outras linguagens científicas.
 

Fisiognomonia
Arte de julgar o caráter do homem, seu modo de sentir e de pensar, a partir de sua aparência visível, especialmente a partir dos traços fisionômicos. Aristóteles - seguido por muitos escritores antigos e medievais - admitia a possibilidade de julgar a natureza de uma coisa com base em sua forma corpórea.
 

Fisiognose
Charles Sanders Peirce usou esse termo para indicar o conjunto das ciências físicas.
 

Fissismo
Termo italiano, que não encontra correspondência nas outras línguas, com o qual se designa a doutrina da imutabilidade das espécies vivas, em contraposição a evolucionismo. Sua tradução literal seria fixismo.
 

   

 
 
Como referenciar: "Dicionário - F" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 23/04/2024 às 17:59. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_dic.php?pg=2&palvr=F