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Frase de um filósofo
Leia frases tiradas diretamente de palestras, livros, entrevistas com os principais filósofos.
Responsável - Equipe de ensino do Instituto Packter.
Há um poema intitulado Aos que virão depois de nós, cujo trecho nos evidencia a opinião de Brecht.
"Eu vivo em tempos sombrios. Uma linguagem sem malícia é sinal de estupidez, uma testa sem rugas é sinal de indiferença. Aquele que ainda ri é porque ainda não recebeu a terrível notícia. Que tempos são esses, quando falar sobre flores é quase um crime. Pois significa silenciar sobre tanta injustiça?
Aquele que cruza tranquilamente a rua já está então inacessível aos amigos
que se encontram necessitados? É verdade: eu ainda ganho o bastante para viver. Mas acreditem: é por acaso. Nado do que eu faço. Dá-me o direito de comer quando eu tenho fome. Por acaso estou sendo poupado.
(Se a minha sorte me deixa estou perdido!)
Dizem-me: come e bebe! Fica feliz por teres o que tens! Mas como é que posso comer e beber, se a comida que eu como, eu tiro de quem tem fome?
se o copo de água que eu bebo, faz falta a quem tem sede?
Mas apesar disso, eu continuo comendo e bebendo. Eu queria ser um sábio.
Nos livros antigos está escrito o que é a sabedoria: Manter-se afastado dos problemas do mundo e sem medo passar o tempo que se tem para viver na terra; Seguir seu caminho sem violência, pagar o mal com o bem, não satisfazer os desejos, mas esquecê-los. Sabedoria é isso! Mas eu não consigo agir assim. É verdade, eu vivo em tempos sombrios!"
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Como Brecht descrevia o tempo no qual vivia?
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O realista parte, com efeito, do universo, ou seja, de
um conjunto de imagens governadas em suas relações
mútuas por leis imutáveis, onde os efeitos permanecem
proporcionais às suas causas, e cuja característica é não
haver centro, todas as imagens desenvolvendo-se em um
mesmo plano que se prolonga indefinidamente.
Mas ele é obrigado a constatar que além desse sistema existem
percepções, isto é, sistemas em que estas mesmas imagens
estão relacionadas a uma única dentre elas, escalonandose
ao redor dela em planos diferentes e transfigurando-se
em seu conjunto a partir de ligeiras modificações desta
imagem central. É dessa percepção que parte o idealista,
e no sistema de imagens que ele se oferece há uma imagem
privilegiada, seu corpo, sobre a qual se regulam as
outras imagens. Mas, se quiser ligar o presente ao passado
e prever o futuro, ele será obrigado a abandonar essa
posição central, a recolocar todas as imagens no mesmo
plano, a supor que elas não variam mais em função dele
mas em função delas, e a tratá-las como se fizessem parte
de um sistema onde cada mudança dá a medida exata
de sua causa. Somente com essa condição a ciência do
universo torna-se possível; e já que esta ciência existe, já
que ela consegue prever o futuro, a hipótese que a fundamenta
não é uma hipótese arbitrária. O primeiro sistema
só é dado à experiência presente; mas acreditamos no
segundo pelo simples fato de que afirmamos a continuidade
do passado, do presente e do futuro. Assim, tanto no
idealismo como no realismo coloca-se um dos dois sistemas,
e dele procura-se deduzir o outro. |
(Sobre Realismo e Idealismo) Bergson
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Sede um filósofo, mas, no meio de toda vossa filosofia, sede sempre um homem. |
David Hume - Ensaio Sobre o Entendimento Humano
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Essas mãos e esses pés, ou seja, a inteira parte sensual do nosso corpo, onde se aninha a sedução, aquela que agrilhoa a alma pelo pescoço, como se diz, haveremos de purificá-la com a filosofia moral como se esta fosse um rio vivo. Assim não seremos afastados para longe quais seres profanos e poluídos. |
Pico Della Mirándola - A Dignidade do Homem
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Rezo para achar o meu verdadeiro caminho. Mas descobri que não me entrego totalmente à prece, parece-me que sei que o verdadeiro caminho é com dor. Há uma lei secreta e para mim incompreensível: só através do sofrimento se encontra a felicidade. Tenho medo de mim pois sou sempre apta a poder sofrer. ... Oh protegei-me de mim mesma, que me persigo. Valho qualquer coisa em relação aos outros — mas em relação a mim, sou nada. |
Clarice Lispector, sobre o caminho da felicidade.
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O Simples guarda o enigma do que permanece e do que é grande. Visita os homens inesperadamente, mas carece de longo tempo para crescer e amadurecer. O dom que dispensa está escondido na não aparência do que é sempre o Mesmo. As coisas que amadurecem e se demoram em torno do caminho, em sua amplitude e em sua plenitude dão o mundo. Como diz o velho mestre Eckhart, junto a quem aprendemos a ler e a viver, é naquilo que sua linguagem não diz que Deus é verdadeiramente Deus. |
Heidegger, sobre o simples.
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O que escrevo é melhor que eu. Finjo ser um outro. O texto é mais bonito que o escritor. Fernando Pessoa se espantava com isso. Ele tinha clara consciência de que ele era muito pequeno quando comparado com a sua obra. Num dos seus poemas ele diz o seguinte: “Depois de escrever, leio... por que escrevi isto? Onde fui buscar isto? De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu...” |
Rubem Alves, sobre escrever.
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A natureza tudo pode e tudo faz. Os coxos não servem para os exercícios do corpo; aos exercícios do espírito não se adaptam as almas mancas. A filosofia é inacessível às almas bastardas e vulgares. Se vemos um homem mal calçado não nos espantamos que seja sapateiro, pois vemos frequentemente médicos que, enfermos, seguem tratamentos inconvenientes, e teólogos de costumes censuráveis, e, o que é corriqueiro, sábios mais ignorantes do que o homem comum. |
Michel Montaingne - Ensaios
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Como referenciar: "Frases de um filósofo" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 29/03/2024 às 02:47. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/frase_hist.php?pg=3