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(14/Dez) | Prova e Gabarito - Filosofia - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - 2009 | |||
CONHECIMENTO ESPECÍFICO
11. A demarcação da fronteira que limita a diferença entre mito e filosofia repousa, sobretudo, em qual dos aspectos mencionados abaixo? a) A Filosofia trabalha sempre com conceitos claros e definidos com rigor, diferenciando-se do mito, cuja estrutura narrativa não guarda o mesmo compromisso com a verdade. b) O mito é irracional, ao passo que a Filosofia é um saber racional e, portanto, livre de contradições. Nessa perspectiva, a Filosofia trabalha com conceitos demonstráveis de modo racional. c) Embora mito e Filosofia sejam formas diferentes de tecer um discurso sobre problemas relativos à existência humana, essas formas de saber são, no essencial, próximas e indissociáveis. d) A Filosofia evolui em suas concepções e caminha para um contínuo progresso em busca do conhecimento de si mesma, ao passo que o mito não apresenta sinais de evolução. Os mitos gregos permanecem os mesmos e) A Filosofia é uma explicação que se compromete com a razão, ainda que recorra ao mito, em alguns casos, para tornar claros seus conceitos; ao passo que o mito, ainda que racional, não se ocupa em demonstrar as suas teses. 12. Qual das caracterizações abaixo está correta quanto à natureza da Filosofia? a) A Filosofia trata de objetos absolutamente diferentes dos objetos da ciência e nunca recorre a dados empíricos em suas pesquisas. A filosofia é a priori. b) Ao contrário da ciência, a filosofia não tem pretensão de objetividade e rigor, sendo, por isso, uma atividade mais humana. c) A filosofia pode se constituir como uma epistemologia (meta-ciência) e fornecer as bases para se pensar uma fundamentação do conhecimento científico. d) A filosofia não se configura como ciência por recorrer a argumentos que não podem ser traduzidos em termos lógicos e rigorosos como os científicos. e) A ciência e a Filosofia são saberes distintos e, na maioria das vezes, incomunicáveis por tratarem de objetos diferentes e por requerem métodos essencialmente diferentes. 13. Sobre a filosofia platônica é correto afirmar: a) Há uma distinção ontológica entre dois mundos: o inteligível e o sensível, para os quais se requerm ciências diferentes e incomunicáveis. b) Há, pelo menos, três fases no pensamento de Platão, caracterizando-o como um saber aporético, mais preocupado em trazer problemas do que soluções. c) Platão era muito reticente quanto aos sentidos, creditando a esses a origem de todos os nossos erros e, por conseguinte, proclamando que só o conhecimento que se esquiva das sensações é legítimo. d) A filosofia de Platão recorre a mitos porque tem uma dificuldade estrutural de argumentar de forma racional e consistente sobre problemas relativos à morte. e) A filosofia platônica influenciou de forma decisiva a filosofia escolástica, em particular, a obra de Guilherme de Okham e sua tese de economia epistêmica ou navalha de Okham. 14. A respeito da filosofia de Aristóteles, é correto afirmar: a) A física está dissociada da metafísica por não levar em consideração a causa final, no que concerne à compreensão do movimento. b) Aristóteles, contrariamente a Descartes, promove uma unificação do saber por meio de uma disciplina universal que englobaria todos os saberes: a metafísica. c) Lógica e Ontologia em Aristóteles são dissociadas, porque intelecto e natureza correspondem a instâncias radicalmente distintas do ser. d) Para a filosofia aristotélica, o problema do ser se resolve por uma análise do intelecto humano e de seus limites epistêmicos. e) Para cada gênero de ser, é necessária uma ciência, definida sob a medida da ontologia desses gêneros. 15. Observe as afirmações sobre ceticismo e assinale a alternativa correta. a) O ceticismo é sempre ingênuo, pois colocar tudo em dúvida e suspender as certezas já implica uma certeza: duvidamos e, por isso, existimos. b) O ceticismo aventado por Hume afirma que não podemos ter conhecimento sobre a natureza e que só uma psicologia empírica poderia explicar o conhecimento, sobretudo, a partir da noção de hábito. c) A filosofia de Berkeley é um esforço de se livrar das aporias da crença na materialidade do mundo. Essa crença desembocaria, segundo esse autor, no ceticismo. d) O ceticismo é indubitavelmente um traço mais marcante da filosofia de Hume, sendo esse filósofo o maior cético da filosofia moderna por não acreditar em nenhuma forma de conhecimento segura. e) Toda forma de ceticismo se constitui como uma luta contra posições ideológicas e dogmáticas. 16. Com a seguinte frase: não se aprende filosofia, aprende-se a filosofar, Kant afirma que: a) Para o aprendizado da filosofia, não é necessária uma análise da história da filosofia, mas se deve levar em consideração apenas a atitude crítica frente ao mundo. b) A forma de filosofia mais válida e que convém cultivar é a que se refere às questões humanas, em particular, às questões relativas à moral. c) A filosofia é um ato de amor e não requer um estudo teórico, desde que se tenha uma disposição afetiva às questões mais originais do ser. d) A filosofia tem, entre outras coisas, uma dimensão prática, pois ela pode contribuir para a educação do cidadão e preparar o terreno para a constituição do reino dos fins. e) Para a educação filosófica, pode-se dispensar o ensino das ciências, visto que a Filosofia, diferentemente das ciências, ocupa-se apenas em dotar os homens de atitude crítica face às questões não propriamente científicas. 17. Tomando como base a epistemologia, analise as afirmativas abaixo e assinale a correta. a) A epistemologia começa com Platão que pensa os limites do conhecimento sem recorrer à discussão sobre a natureza do ser e dos objetos da ciência. b) A epistemologia é uma teoria do conhecimento científico e empírico, diferenciando-se desses últimos por não recorrer à experiência. c) A epistemologia naturalizada atenua os limites entre epistemologia e ciência, propondo uma aproximação entre psicologia e epistemologia. d) A filosofia cartesiana configura-se como uma epistemologia que rejeita a intervenção da experiência no que diz respeito à constituição do conhecimento. e) Para Kant o conhecimento prático diferencia-se do conhecimento teórico, porque só nele é possível pensar uma metafísica da experiência. 18. Analise as afirmativas a seguir sobre o Círculo de Viena e assinale a correta. a) O projeto de fundamentação do conhecimento deve recorrer à nova metafísica, caracterizada pelo uso do método matemático. b) O projeto do Círculo de Viena diferencia-se do projeto da Filosofia Moderna por procurar estabelecer uma ciência unificada, notadamente, assentada no fisicalismo. c) O conhecimento científico é tomado como o único conhecimento verdadeiro por fincar-se em bases lógicas e irrevisáveis. d) O sentido de uma proposição científica é o seu método de verificação, de sorte que as proposições científicas são testáveis empiricamente. e) O Círculo de Viena está em consonância com Kant por sustentar que a metafísica não produz certezas, uma vez que ela não se apóia em juízos sintéticos a priori. 19. A respeito do projeto logicista e da compreensão da Matemática, é correto afirmar: a) A tentativa de Frege de fundamentar a aritmética na lógica falhou, conforme atestaram as observações de Russell. b) Para Wittgenstein as proposições da Matemática e da lógica eram tautológicas e, por isso, não poderiam servir de base para a ciência. c) Russell reformula o projeto de Frege, tentando fundamentar ao invés da geometria, a aritmética por meio da lógica. d) Lógica e Matemática expressariam os limites do mundo para Wittgenstein, por se constituírem como a linguagem científica. e) O projeto logicista tem sua raiz na filosofia de Platão e Leibniz que pretendiam fundamentar a Matemática na lógica. 20. Tomando como base a lógica formal e o método dialético, é correto afirmar: a) A lógica formal é considerada irrevisável mesmo por filósofos próximos ao naturalismo como Quine. b) A dialética constitui-se como um método para a metafísica na filosofia de Hegel por ser mais rigorosa que o método matemático. c) Pode-se sugerir como solução para o paradoxo do mentiroso a proibição à auto-referência. d) O termo dialético está presente de forma abundante na filosofia de Hegel e designa, sobretudo, uma crítica à filosofia de Kant. e) A formalização da linguagem natural é limitada porque não se pode formalizar proposições que envolvem o tempo. 21. Considerando a relação entre Filosofia e Ciência, assinale a alternativa correta. a) A revolução científica no século XVII tem como sua principal característica o recurso ao experimentalismo, a despeito da aplicação da Matemática à Física, já feita, por exemplo, por Arquimenides. b) A crítica à técnica, realizada por Heidegger, tenciona desqualificar o discurso científico por esse se apoiar na quantificação dos objetos do mundo e não se instituir como uma metafísica. c) A ciência diferencia-se da Filosofia, porque suas proposições podem sempre ser testáveis e, por conseguinte, refutáveis. d) O conhecimento filosófico é menos rigoroso que o conhecimento científico e, por isso, não pode ser passível de refutação. e) Para filósofos naturalistas como Quine, e neo-kantianos como Cassirer, a diferença da Filosofia para a ciência seria apenas de grau e não de gênero. 22. Sobre o empirismo é correto afirmar: a) As filosofias empiristas de Hobbes, Locke e Hume negam a existência de idéias inatas. b) O empirismo de Hobbes, Locke e Hume nega que exista conhecimento que não se derive da experiência. c) O empirismo se constitui como um ataque à metafísica e à idéia de que se pode provar a existência de Deus. d) Hume concorda com Berkeley no que concerne à negação da materialidade do mundo. e) O empirismo contemporâneo de Fraassen afirma que menos importante é o fato de todos os elementos da teoria existirem que a adequação dela ao experimento. 23. Considerando o empirismo de Locke, é certo afirmar: a) Locke realiza, segundo Kant, uma fisiologia do entendimento, mostrando a gênese empírica de cada ideia. b) Para Locke, a substância nominal corresponde, em última análise, à essência das coisas. c) A mente é uma tábula rasa e idéias como Deus não podem ser provadas. d) Para Locke, o conhecimento da experiência nos permite compreender a constituição elementar dos objetos. e) A relação de causa e efeito é própria à natureza e, por isso, ela pode ser percebida e apreendida pela experiência. 24. Sobre as filosofias de Hegel e Marx, é correto afirmar: a) A dialética transcreve, sobretudo, na Fenomenologia do Espírito de Hegel a busca da consciência pela consciência de si e, em seguida, na Lógica, o desenvolvimento do espírito absoluto que se expressa na arte, religião e na filosofia. b)A crítica de Marx à filosofia de Hegel aponta para uma re-compreensão total da dialética, por lhe retirar o caráter racional e lhe instituir um viés materialista, bem como anti-metafísico. c) A dialética em Marx transcreve um projeto diferente do hegeliano, centrada na luta de classes, e, portanto, livre daquilo que Heidegger designou como tradição onto-teo-lógica. d) Segundo Castoriadis, Marx, ainda que não tenha sido influenciado pela idéia de evolução social, de cunho darwinista, ele seria partidário da idéia de que a sociedade feudal estava aquém dos avanços da burguesia. e) A filosofia de Marx extirpa definitivamente a metafísica da Filosofia, por apresentar uma dimensão materialista para o desenvolvimento da história, que não recorre à metafísica. 25. A respeito do positivismo lógico, é correto afirmar: a) O livro A construção Lógica do Mundo de Carnap contém um sistema constitutivo de conceitos empíricos cujas definições recorreram à teoria dos conjuntos. b) A Filosofia é uma teoria cujo objeto é a análise lógica e hermenêutica da linguagem. c) O nosso conhecimento do mundo é empírico, analítico e funda-se em juízos sintéticos a priori, podendo, em última análise, serem traduzidos em termos lógicos. d) A estrutura lógica das proposições da ciência seria transcrita por juízos sintéticos a priori. e) As frases da lógica e da matemática são bem construídas e informam sobre a estrutura do mundo. 26. Sobre o existencialismo, é correto afirmar: a) A filosofia de Heidegger era existencialista, por se centrar na compreensão hermenêutica e fenomenológica do sentido da existência na sua dimensão ôntica. Com Heidegger o existencialismo encontra seu maior representante. b) Em seu texto: O Existencialismo é Humanismo, Sartre crítica o marxismo na medida em que acentua o papel da filosofia heideggeriana no que diz respeito à questão do ser. c) Em seu artigo: Carta ao Humanismo, Heidegger mostra a importância e a necessidade de se pautar o comportamento humano sobre a noção ética de bem, ainda que ele ressalte que esse comprometimento ético não corresponde ao humanismo de Sartre. d) Em seu artigo: Carta ao Humanismo, Heidegger tece críticas ao imperativo categórico kantiano pelo caráter abstrato desse último. Essa recorrência à ética kantiana caracteriza o projeto humanista. e) O conceito de angústia de Heidegger não designa um mal-estar psicológico, mas revela a dimensão da finitude da existência e, por conseguinte, o modo próprio do ser que eu mesmo sou (ser-aí). 27. Analisando a fenomenologia de Husserl, está correto afirmar que: a) A fenomenologia resgata o psicologismo do final do século XIX, no intuito de apresentar a consciência como epicentro na construção do conhecimento. b) Segundo Husserl, a fenomenologia é sinônimo de fenomenismo no sentido de que tudo que existe é apenas um fenômeno da consciência e se resolve nela por meio da construção de esquemas. c) A tarefa da fenomenologia é investigar, sobretudo, a significação das vivências da consciência, levando em consideração o conceito de intencionalidade. d) A epoqué proposta por Husserl visa à suspensão do conhecimento para resgatar nos objetos da consciência a coisa-em-si e os esquemas que permitem a construção da objetividade do objeto. e) O problema levantado pelo conceito de epoqué é análogo ao aventado por Descartes na Primeira Meditação, visto que ela é o primeiro passo para demonstrar a existência do mundo. 28. A respeito do contratualismo, quais das alternativas abaixo é correta ? a) A crítica de Hegel aos contratualistas passa pelo fato desses filósofos não traçarem a distinção entre sociedade civil e Estado. b) O estado de natureza para Hobbes e Locke é sempre um estado de guerra e revela a natureza humana, sobretudo, no que diz respeito ao instinto de conservação. c) O estado de natureza revela em Rousseau um estado sem conflitos e, por conseguinte, nele é possível ver a maior característica do homem: a bondade. d) O estado é fundado em Hobbes por um cálculo racional por meio do qual o homem abdica de sua liberdade para que seja possível suplantar sua natureza egoísta. e) A divisão entre o poder da Igreja e do Estado ganha força em Locke, porque o Estado, para ser democrático e, portanto, legítimo, precisa ser laico. 29. Há, pelo menos, um ponto em comum entre as teorias contratualistas de Hobbes, Locke e Rousseau indicado numa das alternativas abaixo. Assinale-a. a) O Estado é a melhor maneira de dirimir os conflitos sociais e a democracia consiste na melhor forma de governo porque permite que todos os atores sociais participem do governo. b) Para Rousseau, a democracia é o melhor sistema para grandes países, pois seu sistema representativo permite que os cidadãos tenham contato direto com seus representantes. c) O soberano tem autonomia, segundo Rousseau, para agir à margem da lei, desde que se trate de uma questão importante para a maioria da população. d) O pacto social para Hobbes legitima a liberdade natural e faz com que os homens possam desfrutar ao máximo a liberdade sem serem coagidos por outro indivíduo. e) O medo que rege as ações humanas, segundo Hobbes, no estado de natureza não é extenuado ou elidido na sociedade de contrato. A natureza do homem permanece a mesma. 30. Considerando a constituição da sociedade de contrato, é correto afirmar, sobre as filosofias de Hobbes, Locke e Rousseau, qual das idéias abaixo ? a) Os pensamentos de Hobbes e Locke têm como elemento em comum a defesa irrestrita ao direito à propriedade. O contrato seria a celebração desse direito por meio da redistribuição das propriedades. b) A liberdade é tomada por Rousseau como a própria essência do homem, o que torna impossível sua negociação, sob pena de deixarmos de ser humanos. c) Segundo Rousseau, o Estado reúne os indivíduos sob a égide do pacto. Contudo, o pacto é celebrado, no seu início, por meio de uma unanimidade, ou seja, vontade geral. d) Para Locke, a negação do postulado aristotélico de que os homens são naturalmente sociáveis implica a assimilação de um egoísmo nato e, por conseguinte, a necessidade do Estado. e) O direito à propriedade aparece em Locke como epicentro da constituição do Estado e único ponto que explica sua fundação. 31. Apresentam-se abaixo afirmações a respeito da moral, na filosofia kantiana. Assinale a correta. a) Agir por dever é agir conforme a lei moral por respeito (sentimento puro). b) A forma lógica do imperativo moral é hipotética. c) Deus e alma são realidades ontológicas necessária apenas no âmbito prático. d) Uma ação por interesse pode ser moral, desde que ela vise ao bem-comum. e) Para Kant, a lei moral e a lei jurídica têm o mesmo conteúdo e a mesma forma. 32. Sobre o direito, em Kant, é certo afirmar que a) a vontade jurídica é heterônoma. b) a justiça é um conceito moral aplicado ao direito. c) o direito corresponde à relação interior prática de uma pessoa com outra. d) a Doutrina do Direito tem uma estrutura metodológica similar à Crítica da Razão Prática e está, pois, em consonância com o projeto crítico. e) a pena de morte é inaceitável na doutrina kantiana do direito, porque fere o direito fundamental à vida. 33. A análise do direito, em Hegel, permite afirmar corretamente: a) O direito é sempre social, ao passo que o estado de natureza é ausência de qualquer forma, ainda que embrionária, de sociedade. b) Na sociedade civil, o homem pode esgotar as possibilidades da vida racional, diferentemente do estado de natureza. c) A racionalidade do Estado está na harmonia dos interesses privados de cada membro que o compõe. d) A eticidade é a plena realização do espírito objetivo, sendo constituída por família e sociedade civil ou, para Hegel é o mesmo, Estado. e) A justiça existe enquanto é realização do interesse subjetivo de cada cidadão. 34. Tomando como base as teorias contemporâneas do direito, é correto afirmar que a) Para Hart, o âmbito de aplicação da lei é sempre uma questão positiva referente ao conhecimento perfeito da norma. b) Hart tece uma crítica à idéia, recorrente no direito e presente em diversos filósofos, de bem público. c) Para o liberalismo de Rawls, as condições sociais não são necessárias para que as transações entre os indivíduos sejam eqüitativas. d) Rawls retoma a crítica de Hegel ao contratualismo, sustentando que o objeto primeiro da justiça é a estrutura básica da sociedade. e) A teoria do agir comunicativo de Habermas não retoma às discussões de Austin sobre os atos de fala, e detém um viés, sobretudo, sociológico. 35. A respeito da filosofia do direito de Hegel é certo afirmar: a) O Estado é a substância ética consciente de si, a união dos indivíduos e da família pela lei instituída democraticamente. b) A essência do Estado é o universal em si e para si, o racional da vontade. c) A constituição é a articulação das vontades subjetivas livres que determinam as leis contratuais. d) Hegel defende que os contratualistas têm razão, ao menos no seguinte aspecto: todos são iguais por natureza. e) Só na sociedade civil é que o homem pode conduzir sua vida pela razão. 36. Sobre o pensamento político de Maquiavel pode-se afirmar: a) Maquiavel reconhece, nem sempre claramente, os limites do conceito de bem e, por isso, não tenta reduzir o conhecimento político ao escopo de uma metafísica. b) A harmonia ou a vida social sem conflito deve ser o fim da política, sob pena de condená-la ao âmbito do improfícuo. c) A virtù designa o elemento central para a manutenção da ordem civil, pois ela transcreve a ação arbitrária do Estado contra os indivíduos. d) Para Maquiavel, o Estado republicano, por ser o Estado ideal, poderia prescindir da coação. e) Para Maquiavel, a legitimidade do príncipe é irrestrita pelo fato do seu poder emanar de Deus. 37. O problema da liberdade e do determinismo foi central na filosofia medieval que tentava conciliar livre-arbítrio e onipotência divina. Sobre isso, analise as proposições seguintes e assinale a correta. a) Para Santo Agostinho, o mal tem uma realidade própria e refere-se ao aspecto sensível do homem. b) Para Santo Agostinho, os maniqueístas tinham uma certa razão, pois ainda que o mau não tivesse uma realidade ontológica própria, ele revela-se na natureza do homem como um dos seus constituintes. c) Para São Tomás, a onipotência divina só faz sentido lógico porque Deus está fora do tempo, ao passo que nossas ações estão no tempo. d) Deus não poderia, segundo São Tomás, mudar o curso de tudo, pois por um ato de vontade ele criou o universo em conformidade com os arquétipos matemáticos. e) Para São Tomás, as coisas e os homens têm um fim predeterminado e inexorável: o bem. 38. Sobre a crítica de Nietzsche à moral, é correto afirmar que: a) O cristianismo é a origem do conceito de bem em si e, por isso Nietzsche defere uma crítica mordaz a essa doutrina religiosa. b) O projeto de Nietzsche de traçar uma genealogia da moral encontra eco em Foucault na arqueologia do saber. Nietzsche diferencia-se de Foucault por acreditar que é possível um fato moral. c) Para Nietzsche, não existem fatos morais, mas interpretações sobre a moral, cuja estrutura se remete à essência do homem. d) A transvaloração dos valores é um projeto de rompimento com a moral tradicional, cujo ponto central é a crítica a todos os valores ocidentais. e) Ao contrário do cristianismo, a filosofia de Platão traz elementos importantes para a definição do conceito de bem e nela se pode vislumbrar a moral que Nietzsche procurava. 39. No que concerne à arte na filosofia de Hegel, é correto afirmar que: a) Contrariando a tradição grega, para Hegel a comédia é o lugar próprio da representação artística. b) O belo artístico é a imitação perfeita do sublime natural, e o artista aproxima-se do absoluto quando realiza bem essa imitação ou mimeses. c) A arte é obra do livre-arbítrio e o artista, um mestre de Deus, desse modo a arte é divina. d) A arte é o segundo momento do espírito na busca do conhecimento de si mesmo, sendo antecipada pela religião. e) A arquitetura é a forma de arte mais desenvolvida para Hegel, por ser fruto do livre arbítrio, sendo menos dependente dos sentidos do que a música. 40. Tomando como base as funções da arte, é correto afirmar que: a) Para Hegel, a arte tem como função primordial promover o desenvolvimento do espírito por meio da imitação da história. b) Para Adorno, a arte do ligeiro e do agradável sempre foi marcada pela massificação e ilusão. c) O conceito de fetichismo musical de Adorno pode se deduzir de aspectos psicológicos. d) O conceito de fetichismo da música tem sua raiz na releitura que Adorno imprime à teoria marxista da mercadoria. e) Hegel e Adorno compartilham com a tese de que a arte ganha seu sentido mais pleno na música. GABARITO: 11-E 12-C 13-B 14-E 15-C 16-D 17-C 18-D 19-A 20-C 21-E 22-E 23-A 24-A 25-A 26-E 27-C 28-A 29-E 30-B 31-A 32-A 33-A 34-B 35-B 36-A 37-C 38-D 39-C 40-D |
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Como referenciar: "Provas - Prova e Gabarito - Filosofia - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - 2009" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 30/11/2024 às 07:39. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_prova.php?id=51