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Provas de concursos e vestibular
(31/Mar) | IFPE - 2016 | |||
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
11. O termo "idealismo" foi inserido na tradição filosófica por volta do século XVII, fazendo referência à doutrina Platônica das ideias. Porém, ao longo do período moderno, esse termo é ressignificado e bastante difundido. Ele passa a ser empregado principalmente em dois sentidos: epistemológico e romântico. Nesse último sentido, foi bastante disseminado na Alemanha no período pós-kantiano, dando origem à corrente do Idealismo Alemão. Sobre esse Idealismo, é correto afirmar que: a) é chamado também de Idealismo Absoluto, pois tem por finalidade frisar a tese de que o Eu ou Espírito é o princípio único de tudo e que fora dele não existe nada. b) seu fundador foi o filósofo Alemão Georg Hegel que detém papel inapreciável no movimento idealista alemão. c) pode ser chamado também de Idealismo Transcendental, que faz referência ao termo usado no período medieval para explicar o conceito de ente (ens) como a noção mais comum (communissima). d) ele pode ser denominado de Idealismo Objetivo, porque reduzira toda a realidade a um único princípio, a Substância, e entendera a própria substância como Objeto. e) Hegel foi seu maior expoente, e a principal característica do seu idealismo era demonstrar o movimento da realidade do infinito e a sua resolução no finito. 12. Georg Hegel foi o filósofo mais famoso da Alemanha durante a primeira metade do século XIX. Sua influência no movimento idealista alemão foi decisiva e inspiradora para sua geração e a que o sucedera. A sua obra mais famosa é a Fenomenologia do Espírito (1807). Sobre o aspecto geral dessa obra, é correto afirmar que Hegel a) recorre ao método dialético como forma de descrição de uma realidade dinâmica e independente do progresso do espírito. b) usa o método fenomenológico com o objetivo de trilhar os vários momentos do espírito em direção à consciência de si. c) acompanha o itinerário que vai da formação do indivíduo à ciência, ou ainda do homem ocidental à Filosofia. d) destaca a harmonia racional do real em sua manifestação estática e uniforme por meio do progresso da consciência até o saber absoluto. e) buscou demostrar, por meio de uma análise sistemática da cultura ocidental, que a razão é exterior à história. 13. O positivismo foi uma importante corrente filosófica da segunda metade do século XIX e teve adeptos em várias partes do mundo. O termo positivismo foi trazido para a filosofia por Augusto Comte. Uma das principais características dessa corrente é a) tentar se firmar como um movimento revolucionário do século XIX, tendo o progresso como objetivo. b) a crença nas verdades filosóficas como único caminho possível para alcançar o progresso e o bem-estar social. c) seu contraste com a organização técnico-industrial da sociedade moderna é similar à crítica marxista. d) reconhecer o grande valor da metafísica e seu método, apesar de o método científico possuir o valor por excelência. e) a romantização da ciência, seu culto como único meio individual e social de realização do homem. 14. Leia o fragmento de texto a seguir. "As leis de Newton antes dele não eram nem verdadeiras nem falsas. Isso não pode significar que o ente que elas, descobrindo, demonstram não existisse antes delas. As leis se tornam verdadeiras com Newton. Com elas, o ente em si mesmo se tornou acessível à pre-sença (Dasein)". Heidegger, Martin. Ser e Tempo. Parte I. Petropolis, RJ: Vozes, 2005. p. 296. De acordo com o trecho acima e a concepção ontológico-existencial de verdade em Ser e Tempo, é correto afirmar que: I. a verdade em sentido absoluto apenas pode ser demonstrada, caso se prove que a pre-sença (Dasein) foi e será em toda eternidade. II. com essa afirmação, Heidegger pretende relativizar a verdade, colocando-a ao arbítrio de um sujeito. III. o filósofo certifica-se de que, sem Newton, jamais os entes descobertos pela sua lei se tornariam acessíveis à pre-sença (Dasein). IV. a verdade enquanto descobrimento é um modo de ser da pre-sença (Dasein). V. antes das leis de Newton, podemos afirmar que os entes que serão descobertos por ela já existiam. Estão corretas, apenas, as proposições: a) I, II e IV. b) I, IV e V. c) I, III e IV. d) III, IV e V. e) II, III e V. 15. A questão da intersubjetividade é amplamente debatida na filosofia. Hegel a expressa na genial passagem do senhor e do escravo na Fenomenologia do Espírito. Enquanto Heidegger desbrava esse tema a partir da compreensão do homem como ser-com, uma relação originária do eu-tu através do "nós". Na análise existencialista de Sartre, qual o ponto de partida para esta questão? a) O medo. b) O amor. c) A vergonha. d) O olhar. e) O ódio. 17. No diálogo Górgias, de Platão, observa-se com recorrência, nas discussões entre Sócrates e Polo e, posteriormente, entre Sócrates e Cálicles, o debate a respeito da prática da justiça e da injustiça e suas consequências morais. A respeito da injustiça, é correto afirmar que: a) não se deve praticar uma injustiça, pois sua prática é pior que sofrer o seu mal. b) quando se pratica uma injustiça, o único meio de cura moral é o arrependimento. c) praticar uma injustiça é melhor do que sofrê-la, pois eu apenas causei mal a outrem. d) não se deve praticar a injustiça, pois não há cura moral para tal ação. e) o maior de todos os males é praticar uma injustiça. Não há nada pior do que essa ação. 18. Leia o fragmento de texto a seguir. "Aristóteles utilizou amplamente esse termo em seu significado médico, nas obras sobre história natural, como purificação ou purgação. Mas foi o primeiro que o usou para designar também um fenômeno estético, qual seja, uma espécie de libertação ou serenidade que a poesia e, em particular, o drama e a música provocam no homem." ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 120. Considerando essa afirmação, assinale a alternativa a qual remete ao termo utilizado por Aristóteles. a) Paideia b) Mimesis c) Aisthesis d) Aletheia e) Catarse 19. A reflexão sobre o belo é uma das preocupações dos filósofos da Grécia clássica. Referindo-se à sábia de Mantindia, Diotima, no diálogo O banquete, Platão descreve como o belo pode ser contemplado em sua perfeição somente a) numa atitude do conhecimento voltada para os objetos sensíveis. b) numa atitude que exclui por completo todo vestígio sensorial. c) por meio da criação artística, pois o belo deve estar em relação aos nossos sentidos. d) por meio da superação da aparência sensível proporcionada pela obra de arte. e) numa atitude de purificação da alma por meio da contemplação artística. 20. Kierkegaard nasceu em Copenhague, na Dinamarca, em 1813. Para o filósofo, a essência da existência humana é a autorrelação. É essa relação que determina o modo de o homem estar no mundo. As dimensões da existência humana são: estética, ética e religiosa. Sobre a dimensão estética, é correto afirmar que a) a dimensão estética da existência humana se caracteriza por sua profunda interioridade. b) a dimensão estética da existência é mediadora do exterior e do interior do homem no mundo. c) a dimensão estética da existência humana está limitada ao gozo e ao prazer das sensações. d) a dimensão estética pode ser entendida a partir da compreensão do conceito de angústia. e) a dimensão estética é uma posição de pura exterioridade da existência humana em seu estar no mundo. 21. É comum ao professor de filosofia do ensino básico o seguinte questionamento: para que filosofia no Ensino Médio? Ao responder essa questão, Sílvio Gallo (Unicamp) questiona algumas justificativas muito comuns, como: desenvolvimento da criticiadade, versatilidade disciplinar e, por fim, sua instrumentalização para o exercício da cidadania. Sílvio Gallo responde essa questão fundamentado na compreensão de leuziana da filosofia como uma importante "potência do pensamento". A partir dessa compreensão, a justificativa mais plausível para esse questionamento é que a filosofia é uma a) "potência do pensamento perceptual", daí a importância da filosofia no Ensino Médio. b) "potência do pensamento funcional e proposicional", daí a importância da filosofia no Ensino Médio. c) "potência do pensamento conceitual", daí a importância da filosofia no Ensino Médio. d) "potência do pensamento emocional", daí a importância da filosofia no Ensino Médio. e) "potência do pensamento crítico", daí a importância da filosofia no Ensino Médio. 22. Qual das respostas abaixo está correta com relação à interpretação de Nietzsche sobre a influência socrática na arte trágica grega? a) Sócrates, ao tomar o conceito como verdade e priorizar o discurso racional, elevara a arte trágica a uma categoria sublime de compreensão do real. b) Nietzsche vê na figura de Sócrates o responsável pela morte da arte trágica porque substitui, pelo daimon, seu elemento vital: o instinto. c) Na obra O nascimento da tragédia no espírito da música, Nietzsche fez um estudo sobre a morte da tragédia grega, utilizando conceitos hegelianos. d) Sócrates representa o equilíbrio entre os impulsos dionisíaco e o apolíneo de onde derivamos o nascimento da arte trágica dos gregos. e) Nietzsche juga responsável pela morte da arte trágica grega o escritor Sófocles, por ter instaurado o socratismo estético. 23. Pode-se dizer que o núcleo central do existencialismo sartriano é o conceito de liberdade. Em O Ser e o Nada, pode-se observar o sentido radical em que o termo é usado por Sartre: "A liberdade que é minha liberdade permanece total e infinita". Nesse sentido, é correto afirmar que ela I. ou é absoluta ou não existe. II. não é irrestrita. III. é um bem possível e acessível a poucos. IV. só pode ser absoluta se Deus não existe. V. deve estar livre de qualquer determinismo. Estão corretas, apenas, as proposições: a) IV e V. b) I e III. c) II, IV e V. d) I, IV e V. e) I e V. 24. Na República, Platão expõe a tese de que cada tarefa da cidade ideal deve ser executada por classes de indivíduos diferentes, separados de acordo com as características das suas almas. Sobre a teoria das partes das almas para Platão e sua relação com a República ideal, é correto afirmar que a parte a) concupiscível da alma, considerada a parte mais baixa, estaria relacionada ao desejo pela comida e bebida e predominaria nas almas dos artesãos da República. b) irascível da alma, considerada a parte mais baixa, seria a parte da alma em que se encontraria a coragem e a que predominaria nas almas dos guardiões da República. c) concupiscível da alma, considerada a mais elevada, seria a responsável por suprir os desejos do corpo e a que predominaria nas almas dos artesãos da República. d) racional da alma, considerada a mais elevada, estaria relacionada à atividade da filosofia e predominaria nas almas dos guardiões da República. e) irascível da alma, considerada a mais elevada, seria a parte da alma em que se encontraria a sabedoria e a que predominaria nas almas dos governantes da República. 25. Sobre a transição da mitologia para a filosofia na Grécia antiga, marque a alternativa correta. a) A escola jônica, iniciada por Tales de Mileto, representa uma clara ruptura com a mitologia registrada pelos poetas Homero e Hesíodo por se preocupar apenas com questões sobre a origem do mundo, que não são encontradas na obra desses poetas. b) O pensamento racional se infiltra no mito desde os tempos homéricos, influenciando-o. Na poesia mitológica de Homero e Hesíodo, o elemento de questionamento racional se encontra muito misturado ao elemento da criação mitológica e seria muito difícil separá-los. O início da filosofia grega apresenta uma continuidade dessa mistura, preservando elementos mitológicos, mas, paulatinamente, vai desmitificando alguns assuntos. A influência do mito é tão forte na filosofia grega que ainda a encontramos na filosofia de Platão e até mesmo na de Aristóteles, e permanece, ainda, pelo menos até o fim da filosofia antiga. c) Há uma clara influência da mitologia homérica sobre Tales de Mileto, pois na Ilíada encontramos a ideia de que tudo vem do oceano, ideia muito semelhante à doutrina de Tales que atribui ao elemento água a origem de todas as coisas. Porém, essa influência não vai além da escola jônica. d) A escola jônica, assim como as escolas filosóficas que se seguiram, recebeu grande influência da poesia de Homero, devido às ideias desse poeta de um cosmos organizado e de uma cosmogonia, ideias importantes para a reflexão filosófica sobre o princípio do mundo. Por outro lado, não há influência discernível do poeta Hesíodo sobre a filosofia desse período. e) Não há uma ruptura, mas uma continuidade, entre a poesia mitológica de Homero, Hesíodo e as escolas filosóficas pré-socráticas. A Teogonia de Hesíodo, por exemplo, apresenta uma preocupação com a coerência racional na ordem do mundo e na formulação dos problemas, o que mostra a presença da razão em meio à criação mitológica. A mistura desses elementos, criação mitológica e coerência racional, está presente na filosofia até o período de Platão, quando finalmente é superada. 26. A partir dos conteúdos da Ética a Nicômaco, assinale a alternativa correta sobre o conceito de virtude para Aristóteles. a) A virtude é uma disposição de caráter relacionada às nossas paixões e à escolha de nossas ações. A virtude é alcançada por meio do afastamento das emoções e a impassividade diante das sensações. b) A virtude é uma disposição de caráter involuntário, relacionada às paixões. É determinada por uma sabedoria prática que busca encontrar um meio termo entre dois vícios, um por excesso e outro por falta. c) A virtude é uma disposição de caráter relacionada à escolha de ações. É exercida por meio de práticas para evitar a dor e as preocupações que estão além do nosso controle, como as preocupações com a morte e o julgamento dos deuses. d) A virtude é uma disposição de caráter relacionada à escolha de ações e paixões. É determinada pela sabedoria prática de encontrar o meio termo entre dois vícios, um por excesso e outro por falta. e) A virtude é uma disposição de caráter relacionada à escolha de ações e paixões. É determinada pela sabedoria teórica do estudo filosófico do bem. 27. Um ponto central da teoria do entendimento humano de Hume é a distinção entre ideias e impressões. Sobre as ideias e as impressões para Hume, marque a alternativa correta. a) As impressões são adquiridas com a experiência e algumas ideias derivam das impressões. As ideias mais simples, no entanto, são inatas, ou seja, já existem em nós antes de adquirirmos impressões. b) As impressões têm uma origem sensorial. Já as ideias, uma origem intelectiva. c) As impressões são formadas por meio dos nossos sentidos, mas também podem ser influenciadas pelas ideias que já temos formadas. d) As ideias são apenas imagens pálidas das impressões presentes no pensamento e no raciocínio. e) As impressões e as ideias têm a mesma origem empírica, mas, enquanto as impressões são sempre simples, as ideias podem ser complexas. 29. Leia o fragmento de texto a seguir. "É que a lei jamais seria capaz de estabelecer, ao mesmo tempo, o melhor e o mais justo para todos, de modo a ordenar as prescrições mais convenientes. A diversidade que há entre os homens e as ações, e por assim dizer, a permanente instabilidade das coisas humanas, não admite em nenhuma arte, e em assunto algum, um absoluto que valha para todos os casos e para todos os tempos". PLATÃO. Político. Trad. João Cavalcante de Souza. 2ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 242-243. Do texto platônico, é correto inferir que: I. há sempre harmonia entre a lei e a ação política. II. o Político pode se moldar à relatividade das relações humanas. III. a arte do político pode ser mais justa e eficaz do que as leis. IV. Platão descarta discutir a efemeridade das leis, pois não faz parte do Político ponderá-las. V. por si sós as leis são capaz de estabelecer justiça e ordem social. Estão corretas, apenas: a) II e III. b) I, II e IV. c) II, III e V. d) III e IV. e) I, II e III. 30. Kant, em sua obra Crítica da Razão Pura, estabelece que o limite para todo conhecimento humano é a experiência, pois conhecimentos que não se apresentem na experiência seriam vazios e, portanto, inválidos. Por outro lado, na mesma obra, Kant afirma que a matemática produz conhecimentos a priori que são necessariamente válidos e verdadeiros. Marque a alternativa que explica como a matemática pode produzir esse tipo de conhecimento. a) A matemática produz conhecimentos válidos a priori porque seu objeto de estudo é apenas a forma do sentido interno, o tempo, intuição pura que nós experimentamos em nossos próprios pensamentos. b) A matemática produz conhecimentos válidos a priori porque, no seu caso, a imaginação transcendental é capaz de realizar uma ponte entre o conceito matemático e a experiência, construindo uma intuição que represente o conceito na experiência. c) A matemática produz conhecimentos válidos a priori porque estuda o tempo e o espaço, formas puras da sensibilidade transcendental que, apesar de existirem a priori, se apresentam sempre na recepção das representações dos fenômenos da experiência. d) A matemática produz conhecimentos válidos a priori porque seus objetos são produzidos pela razão pura e, para Kant, conceitos advindos da razão pura podem ultrapassar os limites impostos pela experiência sem prejuízos para sua validade. e) A matemática produz conhecimentos válidos a priori porque, por meio da criação do objeto matemático, a mente humana, assim como a divina, produz uma intuição intelectual, a qual não se enquadra nos limites da experiência sensível. 31. Em seu texto Sobre a Denotação, Russell examina o problema do valor de verdade para sentenças em que ocorrem termos que nada denotam, como, por exemplo, a sentença "o atual rei da França é careca". Russell propõe uma solução a partir do desmembramento da sentença original em três sentenças lógicas: I - "existe um x que é rei da França"; II -"para qualquer y, se y é rei da França, então y é igual a x"; e III - "x é careca". Qual seria o valor de verdade da sentença "o atual rei da França é careca" para Russell? a) Falsa, pois a sentença lógica II seria falsa. b) Verdadeira, pois as três sentenças desmembradas são verdadeiras. c) Não teria valor de verdade, pois "o atual rei da França" não denota nenhum objeto real. d) Falsa, pois a sentença lógica I seria falsa. e) Falsa, pois a sentença lógica III seria falsa. 32. Para Popper, o que define uma teoria científica? a) Apenas as teorias que podem ser testadas e refutadas são científicas. b) Apenas as teorias que foram testadas e verificadas são científicas. c) As teorias testadas e verificadas são científicas, assim como as teorias que servem de fundamento lógico para aquelas verificadas. d) Apenas as teorias que foram testadas e refutadas são científicas e) Todas as teorias logicamente consistentes são científicas. 33. Quais são as características do pensamento filosófico? Marque a alternativa que possui apenas características corretas. a) I - Abstrato: é um pensamento voltado para questões conceituais sem utilidade prática imediata. II - Radical: um pensamento firme que não aceita questionamentos. b) I - Sistemático: é um pensamento organizado, em que os conceitos se relacionam entre si sem contradição. II - Técnico: é um pensamento voltado para a utilidade imediata dos seus fins. c) I - Sistemático: é um pensamento organizado, em que os conceitos se relacionam entre si sem contradição. II - Poético: é um pensamento voltado para o belo e dotado de inspiração estética. d) I - Crítico: é um pensamento que se questiona e não aceita dogmaticamente afirmações de outras pessoas. II - Assistemático: é um pensamento desorganizado, mas espontâneo, guiado por intuições súbitas. e) I - Reflexivo: o pensamento se volta sobre si mesmo. II - Radical: é um o pensamento que se aprofunda na busca das raízes das questões. 35. Assinale a alternativa com a sentença logicamente equivalente a "~ (P ^ Q)". a) ~ ( P v Q) b) (~P v ~Q) c) (~P ^ ~Q) d) (~P ^ Q) e) ~~ (P v Q) 36. Sobre o tema da fé e a filosofia para o padre latino Tertuliano de Cartago, marque a alternativa correta. a) Para Tertuliano, a fé deve ser temperada com a razão. A crença nos dogmas cristãos deve vir em primeiro lugar, mas ser logo sucedida por explicações filosóficas sempre que possível. b) Para Tertuliano, a fé significa aceitar o cristianismo como um todo, mas dando primazia à consciência pessoal de cada seguidor para, por meio de reflexão filosófica, decidir o que constitui o cristianismo em si. c) Para Tertuliano, a fé é uma regra rígida, que não aceita acréscimos da razão exatamente porque o objeto da fé é incompreensível. A fé é mais segura que a razão e, por isso, a filosofia leva apenas à heresia. d) Para Tertuliano, a fé é crer no que for absurdo. Por isso, todos os filósofos da tradição grega estariam errados pois a razão não consegue compreender o absurdo. A exceção desse antifilosofismo seria o caso de Sócrates, que Tertuliano considerava um cristão antes de Cristo, devido à maneira como viveu sua vida. e) Para Tertuliano, a fé nasce do exercício filosófico de autoexame introspectivo. Isso porque a razão é uma capacidade natural dada ao homem por Deus e quanto mais o indivíduo examina sua própria razão, mais entra em contato com os desígnios divinos, origem única da fé. 37. Sobre a teoria do conhecimento de Guilherme de Ockham, marque a alternativa correta. a) Para Ockham, a única forma de conhecimento seguro é aquele que se pode provar mediante demonstração imediata, ou seja, mediante exame de casos empíricos. A exceção seriam as provas da existência de Deus, alcançadas mediante análise teórica de consequências extraídas de observações empíricas, como as vias de Tomás de Aquino, por exemplo. b) Para Ockham, o conhecimento pode ser abstrato ou intuitivo. Mas, um conhecimento abstrato tem como objeto apenas relações entre ideias e, mesmo que essas relações sejam demonstradamente necessárias, nada garante que elas se apliquem às coisas reais. c) A famosa navalha de Ockham é um princípio de economia de pensamento que defende que não se deve supor a existência de nada sem necessidade. Ou seja, a existência das coisas só deve ser aceita se for assegurada por uma experiência direta ou pela consequência lógica derivada de uma experiência direta. É por isso que a teoria do conhecimento de Ockham aceita apenas a existência das substâncias particulares e nega a validade de conceitos de classe e de propriedade de indivíduos. d) Para Ockham, os predicados universais observados na experiência concreta não existem no mundo real, mas apenas na mente de Deus. Se os predicados como vermelho ou homem, que extrapolam a individualidade, não possuíssem forma alguma de existência, qualquer explicação do conhecimento humano seria impossível. e) Para Ockham, a única maneira de aceitar um conhecimento como seguro seria por meio da experiência imediata, intuitiva, não abstrata. Esse mesmo princípio é aplicado ao conhecimento da existência: apenas a experiência concreta, e não as ideias, alcançam a existência. Essa é a sua via de prova da existência de Deus, pois a experiência direta que o fiel sente da divindade em sua mente constitui prova intuitiva e imediata da existência divina. 38. Considere a seguinte citação: "Entre todas as ciências racionais (a priori) só é possível [...] aprender a matemática, mas nunca a filosofia (a não ser historicamente): quanto ao que respeita à razão se pode apenas, no máximo, aprender a filosofar". KANT, I. Crítica da Razão Pura. 5ª edição. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001. p. 660. Marque a alternativa correta sobre a educação da filosofia para Kant. a) Para Kant, a filosofia completamente sistematizada não existe como um sistema acabado, mas apenas como ideia de uma ciência possível a ser procurada. Por isso não é possível aprender a filosofia: essa ciência completa não existe em nenhuma parte. b) Para Kant, aprender história da filosofia significa aprender a filosofar, ou seja, aprender a exercitar a capacidade de juízo racional em problemas variados. c) Para Kant, a tarefa da filosofia é crítica, ou seja, ela busca estabelecer os limites do conhecimento humano e de cada ciência. Por isso, não há uma filosofia para se aprender, pois ela se encontra misturada às outras ciências. d) Para Kant, nunca é possível aprender a filosofia porque essa ciência não chega a resultados seguros, ao contrário da matemática, que chega a resultados demonstrados a posteriori e, por isso, pode ser aprendida com segurança. e) Para Kant, só é possível aprender a filosofar se o estudante ignorar o passado da filosofia, pois a história da filosofia apenas interfere no verdadeiro uso filosófico da razão, que é a capacidade crítica de avaliar problemas e ideias de maneira autêntica. 39. Compare os conceitos de natureza humana para Hobbes e para Rousseau e marque a alternativa correta: a) Para Hobbes, o homem, em seu estado natural, é o lobo do homem, ou seja, nenhum outro animal na natureza é tão perigoso para o ser humano quanto ele próprio. Por causa desse perigo os homens se reúnem em sociedades regidas por leis para viver com mais segurança. Rousseau concorda com essa análise. b) Para Hobbes e Rousseau, a natureza humana é boa. A diferença entre esses filósofos é que Rousseau avalia que a sociedade corrompe essa natureza boa, enquanto Hobbes sustenta que a sociedade a preserva. c) Para Hobbes, a natureza humana é má e a sociedade tem a função de coibir a natureza predatória humana por meio do poder do soberano, o que possibilita a vida social. Já Rousseau sustenta que, em seu estado de natureza, o homem é bom e a sociedade o corrompe. Assim, quanto mais longe das luzes da sociedade moderna, mais simples e feliz é a vida do ser humano. d) Para Hobbes, o homem é naturalmente bom e a sociedade corrompe sua natureza; já Rousseau considera que o homem é naturalmente mau e a sociedade eleva sua natureza e permite uma vida feliz. e) Para Hobbes e Rousseau, o homem é naturalmente mau. Mas Hobbes sustenta que a sociedade reprime essa natureza má, enquanto Rousseau considera que a sociedade corrompe ainda mais a natureza humana, ensinando ao homem a ganância e a vaidade. 40. A fenomenologia é uma das mais importantes correntes do pensamento filosófico. Ela se destacou pela enorme influência no pensamento do século XX. Seu fundador foi o filósofo alemão Edmund Husserl (1859-1938). A respeito das principais características da fenomenologia de Husserl, é correto afirmar que: I. para a fenomenologia, ser e aparecer coincide perfeitamente. II. é a preocupação com o conhecimento e a descrição do mundo eidético. III. a fenomenologia não pretende eliminar características empíricas do fenômeno. IV. devemos reconhecer o caráter intencional da consciência. V. a noção fenomenológica de objeto compreende apenas as coisas materiais. Estão corretas, apenas, as proposições: a) I, II e IV. b) I, II e V. c) II, III e IV. d) II, IV e V. e) I, II e V. GABARITO: 11 A 12 C 13 E 14 B 15 D 17 A 18 E 19 B 20 E 21 C 22 B 23 D 24 A 25 B 26 D 27 D 29 A 30 B 31 D 32 A 33 E 35 B 36 C 37 B 38 A 39 C 40 A |
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Como referenciar: "Provas - IFPE - 2016" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 04/12/2024 às 05:43. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_prova.php?id=248