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Provas de concursos e vestibular

 
(02/Out) Faculdade FACELI - FUNCAB - 2015
 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

26 - A despeito de suas inúmeras diferenças, tanto Hobbes como Locke delineiam o mesmo conceito de "Lei da Natureza". Esse conceito é sintetizado por ambos na fórmula:
A) "Valer-se de todos os recursos para salvaguardar a vida, a liberdade, e a propriedade."
B) "Procurar a paz, e segui-la."
C) "A guerra é a continuação da política por outros meios."
D) "A razão é, e deve ser, escrava das paixões."
E) "A paixão é a força essencial que tende energicamente para o objeto."

27 - No Capítulo II, de Proust e os Signos, Gilles Deleuze afirma que a "verdade depende de um encontro com alguma coisa que nos força a pensar e a procurar o que é verdadeiro". Seguindo esse raciocínio, o que se constitui como o "objeto de um encontro", e que, ao mesmo tempo, "exerce sobre nós a violência" que nos faz pensar, é, para ele a(o):
A) potência da generalidade.
B) tempo redescoberto.
C) tempo perdido.
D) signo.
E) generalidade.

28 - Na Alemanha, entre a publicação da Crítica da Razão Pura, em 1781, e o falecimento de Hegel, em 1831, é desenvolvido um tipo de atitude filosófica que, a despeito de suas inúmeras e irreconciliáveis diferenças, condensa inúmeros traços comuns. Esse movimento foi denominado Idealismo Alemão. No que concerne a Hegel, percebe-se que sua Enciclopédia das Ciências Filosóficas, quando anteposta a Fenomenologia do Espírito, patenteia uma significativa evolução. Esta se afirma, sobretudo, por apresentar uma exposição mais clara e concisa da teoria da derivação do espírito. Nesse sentido, é correto afirmar que o desdobramento de tal teoria, tal como figura na aludida obra, expressa-se na seguinte ordem:
A) Espírito Subjetivo, Espírito Dissonante, Espírito Objetivo.
B) Espírito da Consciência Cética, Espírito do Direito, Espírito do Cristianismo.
C) Espírito Subjetivo, Espírito Objetivo, Espírito Absoluto.
D) Espírito Absoluto, Espírito Total, Espírito de Enesidemo.
E) Espírito Sintético, Espírito Analítico, Espírito Crítico.

29 - Nicolau Maquiavel, autor de O Príncipe, é conhecido por propor e difundir a lógica da Razão de Estado. Concretamente, seu objetivo central (conforme dito no Capítulo II) constitui-se na análise das condições, limites, e possibilidades implicadas na conservação, ampliação, e conquista do poder nos principados. Paralelamente à obra acima mencionada, ele escreveu outro importante trabalho, no qual preponderam as questões concernentes à República. Nesse texto, ele recupera a história romana como mote para o desenvolvimento dos seus argumentos. Fundamentalmente, ele elege a portentosa obra de um dos mais importantes cronistas da Roma Clássica como fonte para projetar suas análises. Essa escolha não é aleatória, pelo contrário; ela reproduz o típico ideal renascentista de revalorização da forma republicana do poder político. O historiador romano (apropriado diretamente por Maquiavel, e em cuja obra prevalece o tema da república) cujo nome fulgura resplandecente no título do mais importante livro de Maquiavel sobre a República é:
A) Dionísio de Halicarnasso.
B) Pietro Bembo.
C) Francesco Guicciardini.
D) Tito Lívio.
E) Gaius Iulius Cesar.

30 - Nos Pensamentos Metafísicos, Espinosa refere-se a "certos modos de pensar", os quais "servem para que as coisas sejam retidas mais firme e facilmente" na mente, "ou para trazê-las de volta à mente quando queremos, ou para mantê-las presentes na mente". São estes: gênero, espécie, tempo, número, e medida. Isto posto, é correto afirmar que, para Espinosa:
A) há uma completa identificação entre entes fictícios, e quimera; ambos imediata e incontornavelmente assimilados ao conceito de ente real.
B) os modos de pensar refletem ideias das coisas, pois possuem um ideado que existe por si e em si.
C) os modos de pensar não são ideias das coisas, porque não possuem algum ideado que exista necessariamente ou que possa existir.
D) não se deve proceder a uma divisão do ente, posto que seja qual for sua forma, ele sempre reflete uma quimera.
E) quimera, entes fictícios, e entes reais são todos idênticos, e refletem formas de expressão do ente real.

31 - É fundamental à sustentação da teoria das ideias de David Hume, tal como delineada no Livro I (Do Entendimento), do Tratado da Natureza Humana, o argumento segundo o qual:
A) todas as ideias são derivadas de impressões.
B) as impressões são derivadas de ideias complexas.
C) entre ideias e impressões não há qualquer primado ontológico ou epistemológico.
D) as impressões não são causas da ideias simples, mas são das ideias complexas.
E) Não existe distinção entre ideias simples e impressões complexas.

32 - Na Segunda Secção (denominada Dedução transcendental dos Conceitos Puros do Entendimento), do Capítulo II (cujo título é: Dedução dos Conceitos Puros do Entendimento), da parte nomeada Analítica Transcendental da Crítica da Razão Pura, Immanuel Kant explicita como imprescindível para o desdobramento do restante de sua argumentação definir "aquilo em cujo conceito está reunido o diverso de uma intuição dada" como:
A) eu penso.
B) relação de representações.
C) ligação.
D) representações.
E) objeto.

33 - Diz John Rawls, no início de sua obra denominada Uma Teoria da Justiça, que seu "objetivo é apresentar uma concepção de justiça que generaliza e leva a um plano superior de abstração a conhecida teoria do contrato social como se lê em Locke, Rousseau, e Kant. Para fazer isso, não se deve pensar no contrato original como um contrato que introduz uma forma particular de governo. Pelo contrário, a ideia norteadora é que os princípios da justiça para a estrutura básica da sociedade são o objeto do consenso original. São esses princípios que pessoas livres e racionais, preocupadas em promover seus interesses, aceitariam como definidores dos termos fundamentais de sua associação. Esses princípios devem regular todos os acordos subsequentes; especificam os tipos de cooperação social que se podem assumir e as formas de governo que se podem estabelecer". Essa maneira de "considerar os princípios da justiça" é denominada por ele Justiça como:
A) oportunidade.
B) equidade.
C) singularidade.
D) imperatividade.
E) transitoriedade.

34 - Nas Questões sobre a lei, da Suma de Teologia, São Tomás de Aquino afirma "pertencer à lei preceituar e proibir". Assim, pode-se dizer que é correto conceber a lei como:
A) regra e medida dos atos.
B) expressão das emoções.
C) não pertencente à razão, e nem participante da mesma.
D) não orientada à ordenação de um fim.
E) orientada sempre ao bem comum.

35 - O tipo de conhecimento "que em geral se ocupa menos dos objetos, que do nosso modo de os conhecer, na medida em que este deve ser possível a priori", é denominado, na Crítica da Razão Pura, por Kant:
A) faculdades.
B) expedientes.
C) razão pura.
D) juízo.
E) transcendental.

36 - A crise do Estado de Bem-estar, que assolou o mundo a partir dos anos de 1970, pode ser traduzida da melhor forma como:
A) expressão da incapacidade dos vetores políticos e sociais, postos em movimento pela filosofia política liberal, de solucionar problemas decorrentes da aplicação de técnicas econômicas monetaristas.
B) a redução progressiva da participação do Estado na produção e promoção de bens públicos de amplo espectro, visando liberar o salário nominal dos trabalhadores para o dispêndio em bens de consumo.
C) aumento generalizado dos saldos das balanças comerciais dos países desenvolvidos, com consequente redução do déficit em conta corrente dos países subdesenvolvidos.
D) efeito da crise na zona do Euro, cuja expressão máxima é a transferência do Banco Central Europeu para Nova Iorque.
E) causa do ingresso da Grã-Bretanha na Comunidade Europeia, e razão pela qual ela aboliu a libra esterlina e adotou o Euro.

37 - A obra de Hannah Arendt encerra uma das mais significativas reflexões sobre a política no século XX. Em um texto denominado Sobre a Violência, ela toma como objeto de análise os fenômenos do poder, da violência, da autoridade, da legitimidade, entre outros. Ao avançar em uma definição mais precisa do poder, ela circunscreve uma determinada característica como crucial à correta conceituação do mesmo. Para Hannah Arendt, tal característica consiste na(o):
A) identificação perfeita entre violência e poder.
B) estruturação do consenso como o fundamento distintivo da violência.
C) estabelecimento do consenso como o componente determinante à configuração do poder.
D) tirania e, por extensão, no conceito de Vigor.
E) promoção da ideia de Revolução.

38 - Na análise que faz em O Capital, Marx depreende duas formas elementares, porém lógica e temporalmente distintas, para classificar a materialização da riqueza em perspectiva histórica. Uma delas remonta ao período pré-capitalista; já a outra, é específica do modo de produção capitalista. São elas, respectivamente:
A) a composição orgânica do capital, e a composição mecânica do capital.
B) mercadoria, e valor de troca.
C) preços de produção, e mercadoria.
D) preços de mercado, e preços de produção.
E) produto do trabalho, e mercadoria.

39 - O conceito de Estado de Natureza, tal como empregado por John Locke, difere-se do uso que dele faz Thomas Hobbes por:
A) identificar-se automaticamente com o conceito de Estado de Guerra.
B) conduzir à ideia de contrato, e por conseguinte, a de Estado.
C) conter apenas potencialmente o conceito de Estado de Guerra.
D) defender o Estado Absolutista.
E) não conter a ideia de posse.

40 - Logo no início de sua obra mais importante (precisamente, na seção II, do Livro I, de o Tratado da Natureza Humana), David Hume, ao desenvolver sua teoria das ideias, estabelece que as impressões devem ser divididas em:
A) sensações e reflexões.
B) sensações e ideias.
C) sensações complexas e ideias simples.
D) reflexões complexas e ideias simples.
E) ideias complexas e sensações simples.

41 - Na introdução de Diferença e Repetição, Gilles Deleuze afirma que a "repetição não é uma generalidade". Daí, ele insiste haver "entre a repetição e a semelhança, mesmo extrema", uma diferença de natureza. Desse entendimento, ele qualifica também a repetição como uma:
A) singularidade substituível.
B) generalidade da ordem da lei.
C) singularidade insubstituível.
D) generalidade da ordem quantitativa das semelhanças.
E) generalidade da ordem qualitativa das equivalências.

42 - Na famosa Alegoria da caverna, presente no Livro VII, de A República, Platão perscruta todo um processo que, por favorecer o desenvolvimento da virtude, conduz à felicidade. Segundo ele, a educação é o que, efetivamente, intervém de modo decisivo nesse movimento. Por isso, diz ele: "a educação seria, por conseguinte, a arte desse desejo, a maneira mais fácil e mais eficaz de fazer dar a volta a esse órgão". Assim, a faculdade que é intrínseca ao referido órgão, por meio do qual a educação pode desenvolver o homem, é definida como:
A) reminiscência.
B) conhecimento.
C) guerra.
D) poesia.
E) ginástica.

43 - Logo nas páginas iniciais da Metafísica, Aristóteles defende que a distinção entre o conhecimento científico e o conhecimento puramente empírico assenta-se sobre a:
A) especificidade do objeto com o qual se relaciona.
B) singularidade do sujeito que analisa determinado objeto.
C) capacidade de ensinar.
D) distinção entre atos injustos e atos de injustiça.
E) amizade.

44 - Maquiavel, como figura típica do Renascimento, reverbera a percepção de que compete ao Homem a capacidade de produzir seu próprio destino. Porém, nota ele que essa disposição não se manifesta sem obstáculos; tampouco, apresenta-se a todos, em qualquer lugar, a qualquer momento. Uma radical variação da conjuntura pode ocorrer, sem que a intervenção dos sujeitos nela implicados seja significativa: em função disso, o caráter favorável de um momento pode transformar-se rapidamente em adversidade; ou vice-versa. Contudo, ele registra a possibilidade de que um sujeito singular detenha uma perspicácia peculiar, cuja manifestação habilite-lhe a prognosticar e preparar-se para superar as intempéries vindouras. Assim, o que seria um óbice verte-se em condição do logro. Tal caracterização revela haver no pensamento de Maquiavel, de modo claro, o delineamento de uma filosofia da história dinamizada pela tensão constante entre duas forças antagônicas. No vértice dessa filosofia da história, Maquiavel finca os seguintes conceitos:
A) astúcia afortunada e glória.
B) história e fortuna.
C) glória e virtù.
D) virtù e fortuna.
E) glória e natureza.

45 - Para Kant, a possibilidade de acesso ao conhecimento legítimo tem como condição a(o):
A) razão pura.
B) moral.
C) fenômeno.
D) religião.
E) ontologia.

46 - Para Aristóteles, o processo de transformação da potência em ato demanda a intervenção de um conjunto de vetores os quais ele denomina causas. Estas são nomeadas por ele, na Metafísica, como:
A) nutriz, eficiente, hilemórfica e final.
B) apodítica, aporética, eficiente e final.
C) prudencial, silogística, eficiente e final.
D) substância, matéria, movimento e fim.
E) aporética, maiêutica, eficiente e final.

47 - "Desde que a experiência me ensinou ser vão e fútil tudo o que costuma acontecer na vida cotidiana, e tendo eu visto que todas as coisas de que me arreceava ou temia não continham nada de bom nem de mau senão enquanto o ânimo se deixava abalar por elas, resolvi, enfim, indagar se existia algo que fosse o bem verdadeiro e capaz de comunicar-se, e pelo qual unicamente, rejeitado tudo o mais, o ânimo fosse afetado; mais ainda, se existia algo que, achado e adquirido, me desse sempre o gozo de uma alegria contínua e suprema". Essa sentença, com a qual Baruch Espinosa abre seu Tratado da Correção do Intelecto, se encaminha na direção da rejeição de um conjunto de características cujos homens tendem a ver como fonte do bem verdadeiro. Espinosa recusa-as veementemente: razão pela qual procura corrigir o intelecto. Na verdade, ele aspira alcançar o "conhecimento da união que a mente tem com a Natureza", e a partir do qual é "possível formar uma tal sociedade como é desejável para que o maior número chegue a isso de modo mais fácil e seguro". Portanto, tal como por ele apresentada, esse conjunto de "coisas que ocorrem na vida e são tidas pelos homens como o supremo bem", e do qual se devem afastar, compreende a(s):
A) Natureza naturante, a concupiscência, e as riquezas.
B) Natureza naturada, as honras, e a as riquezas.
C) Natureza naturada, a Natureza naturante, a concupiscência, e as honras.
D) riquezas, as honras, e a concupiscência.
E) Natureza, as riquezas, e a honras.

48 - É INCORRETO afirmar que, segundo Marx:
A) o fetiche da mercadoria condensa uma gama de processos produtivos e sociais que obliteram a percepção da presença decisiva do trabalho na constituição da mercadoria.
B) o conceito de alienação encerra, dentre seus muitos significados, a ideia de um distanciamento do produtor em face do produto de seu trabalho.
C) o conceito de Mais-valia reduz-se de modo absoluto a sua forma Absoluta.
D) a religião perfaz um processo de distanciamento do homem com relação a si mesmo.
E) em o Manifesto do Partido Comunista não consta o conceito de Modo de Produção.

49 - Platão, em seu diálogo intitulado Fédon, vale-se da descrição dos momentos finais da vida de Sócrates para apresentar vários argumentos importantes. Cabe destacar daí as teorias sobre o prazer e a dor, a sobrevivência da alma, a reminiscência, entre outras. Todo esse esforço do pensamento é feito em função da qualificação da filosofia como:
A) fonte de libertação do homem.
B) causa da inserção permanente no ciclo de reminiscência.
C) obstáculo à felicidade do homem.
D) vetor da libertação do corpo, mas, ao mesmo tempo, do encarceramento da alma.
E) tipo de conhecimento praticado, exclusivamente, pelos sofistas.

50 - Ao longo de toda Idade Média, uma disputa acerca da competência legítima e exclusiva de decidir sobre os assuntos temporais vigorou incessantemente. Por um lado, a Igreja Católica sustentou irresolutamente pertencer-lhe tal poder. Por outro, o poder temporal, fosse na figura do Imperador, na do Rei, ou na de um Príncipe, reivindicou sempre o primado do poder secular sobre o espiritual no que concernia aos assuntos políticos, jurídicos, e sociais. A posição da Igreja consolidou-se em torno do conceito de Hierocracia. Já a dos potentados laicos alinhou-se ao conceito de Cesaropapismo. Juntamente com Guilherme de Ockham, Marsílio de Pádua atuou decisivamente nesse debate. Disso, na verdade, cabe-lhe um papel proeminente no desenvolvimento de um tipo de reflexão que em muito estabelece as bases do pensamento político moderno, assim como os da política moderna como tal. Nesse sentido, a suma de seu pensamento pode ser resumida corretamente na seguinte asserção:
A) O poder temporal deve prevalecer sobre o poder espiritual no que toca aos assuntos seculares.
B) O Papa deve ser eleito por um Concílio de 400 cardeais, tal como proposto por Nicolau de Cusa.
C) O poder do Papa deve prevalecer sobre o poder temporal em todos os assuntos.
D) Recusando Aristóteles, e defendendo o argumento de Enesidemo, tal como proposto por Schulze, ele defende não haver a prevalência entre os poderes aludidos.
E) O Imperador deve acatar toda e qualquer norma oriunda da Igreja Católica.

GABARITO:
26B
27D
28C
29D
30C
31A
32E
33B
34A
35E
36B
37C
38E
39C
40A
41C
42B
43C
44D
45C
46D
47D
48C
49A
50A
     

 
 
Como referenciar: "Provas - Faculdade FACELI - FUNCAB - 2015" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 19/04/2024 às 17:46. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_prova.php?id=207