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Provas de concursos e vestibular

 
(20/Set) Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - ENADE - Filosofia - 2011
 
QUESTÃO 9
No que toca à justiça e à injustiça, devemos considerar:
1. com que espécie de ações se relacionam elas; 2. que espécie de meio-termo é a justiça; e 3. entre que extremos o ato justo é intermediário. Nossa investigação se processará dentro das mesmas linhas que as anteriores. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco, livro V, 1129 a.
Considerando a justiça como uma das virtudes fundamentais da ética aristotélica, avalie as afirmações a seguir.
I. A noção de justiça presume a proporcionalidade, a equidade e a reciprocidade entre os cidadãos.
II. Aristóteles compreende a justiça como uma disposição de caráter para desejar o que é agradável para a alma.
III. A justiça distributiva trata da distribuição igualitária dos bens entre cidadãos de uma cidade-estado democrática.
IV. A justiça corretiva trata dos casos relacionados às trocas comerciais entre os cidadãos, intermediados por um juiz ou árbitro.
V. As relações entre justiça e injustiça se relacionam ao agente voluntário, que conhece tanto a pessoa a quem atinge com o seu ato como o instrumento que usa.
É correto apenas o que se afirma em
A) I, II e III.
B) I, II e V.
C) I, III e IV.
D) II, IV e V.
E) III, IV e V.

QUESTÃO 11
Com efeito, que nos diz a experiência? Ela nos mostra que a vida da alma ou, se se quiser, a vida da consciência, está ligada à vida do corpo, que há solidariedade entre eles e nada mais. Mas este ponto jamais foi contestado, e há uma grande distância entre isto e a afirmação de que o cerebral é o equivalente do mental, que poderíamos ler no cérebro tudo o que se passa na consciência correspondente. A consciência está incontestavelmente acoplada a um cérebro, mas não resulta de nenhum modo disto que o cérebro desenhe todos os detalhes da consciência, nem que a consciência seja uma função do cérebro. BERGSON, H. A alma e o corpo. In: Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 86-7.
De acordo com o pensamento de Henri Bergson, a relação existente entre a alma e o corpo é a de equivalência
PORQUE
há mais atividade na consciência humana que no cérebro correspondente.
Acerca dessas asserções, assinale a alternativa correta.
A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
B) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.
D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.
E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

QUESTÃO 12
Em Política II, Aristóteles opõe-se vigorosamente à teoria platônica da República, precisamente porque a cidade aí é considerada como indivíduo; se fosse possível realizar tal redução, "não seria preciso fazê-lo: aniquilaríamos a cidade". A polis não é indivíduo, é comunidade; a diferença é clara: indivíduo vivo é um composto cujas partes permanecem em potência, uma comunidade é pluralidade cujas partes ou elementos estão em ato. VERGNIÈRES, S. Ética e Política em Aristóteles: Physis, Ethos, Nomos. 2ª ed. São Paulo: Paulus, 2003. p. 301.
Na obra A Política, de Aristóteles, a cidade (polis) é
A) reunião de indivíduos e comunidade natural.
B) aglomeração de habitantes e sociedade civil.
C) associação de pessoas e comunidade econômica.
D) organização hierarquizada e comunidade política.
E) conjunto de pessoas e comunidade ética e política.

QUESTÃO 13
Assim, pois, a inteligência de Deus constitui a medida de tudo, não podendo, porém, ser medida ou comensurada por ninguém e por nada, ao passo que as coisas da natureza são ao mesmo tempo comensurantes e comensuradas. Ao contrário, a nossa inteligência é comensurada; é também comensurante, não porém em relação às coisas criadas, mas em relação aos produtos do engenho humano. Portanto, o objeto natural está colocado entre duas inteligências e se denomina verdadeiro segundo a sua conformidade com ambas. Segundo a conformidade com a inteligência divina, a coisa criada se denomina verdadeira, na medida em que cumpre a função para a qual foi destinada pela inteligência divina. Segundo a conformidade com a inteligência humana, a coisa criada se denomina verdadeira, na medida em que é apta a fornecer por si mesma uma base para um julgamento correto. AQUINO, T. Questões discutidas sobre a verdade. In: Sto Tomás de Aquino/ Dante Alighieri/John Duns Scot/William of Ockam. 1. ed. São Paulo: Abril, 1973. (Coleção Os Pensadores). p. 23-59.
Considerando o trecho acima, em que Tomás de Aquino discute a questão da verdade, analise as afirmações abaixo.
I. A inteligência humana é a medida das coisas criadas.
II. A medida de nossa inteligência são as coisas da natureza.
III. A conformidade do objeto natural com a inteligência divina é posterior à conformidade com a inteligência humana.
IV. A conformidade do objeto natural com a inteligência divina é anterior à conformidade com a inteligência humana.
V. A conformidade do objeto natural com a inteligência divina é simultânea à conformidade com a inteligência humana.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e III.
B) I e IV.
C) II e IV.
D) II e V.
E) III e V.

QUESTÃO 14
Ser bom, quando se pode, é um dever e, ademais, existem certas almas tão capacitadas para a simpatia que, mesmo sem qualquer motivo de vaidade ou de interesse, elas experimentam uma satisfação íntima em irradiar alegria em torno de si e vivem o contentamento de outrem, na medida em que ele é obra sua. Mas eu acho que, no caso de uma ação desse tipo, por mais de acordo com o dever e mais amável que seja, não possui, porém, verdadeiro valor moral, já que ela se coloca no mesmo plano de outras inclinações, a ambição, por exemplo, que, quando coincide com o que realmente está de acordo com o interesse público e o dever, com o que, por conseguinte, é honorável, merece louvor e encorajamento, mas não respeito, pois falta a essa máxima o valor moral, isto é, o fato de que essas ações sejam feitas não por inclinação, mas por dever. KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. In: VERGEZ, A.; HUISMAN, D. História dos filósofos ilustrada pelos textos. 6. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, p. 269, 1984.
Tendo como referência esse texto, avalie as asserções que se seguem.
Dar uma esmola ou pagar uma refeição para um mendigo na rua, motivados apenas pela felicidade que sentimos quando ajudamos pessoas em tal estado, é uma ação desprovida de valor moral,
PORQUE,
para Kant, somente a ação ditada unicamente pelo dever, isenta da influência de qualquer outra motivação, é que possui valor moral.
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.
D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.
E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

QUESTÃO 15
Um professor afirma que o filósofo X é um grande pensador cuja obra é mais relevante que a do filósofo Y porque as pessoas que têm realmente conhecimento do que é a filosofia preferem o filósofo X. Em seguida, ao responder a dúvida de um aluno a respeito das pessoas que teriam realmente conhecimento do que é a filosofia, afirma que elas podem ser identificadas por preferirem o pensador X ao Y.
Este é um exemplo de raciocínio circular, ao qual se convencionou chamar de petição de princípio, e é caracterizado por ser formalmente
A) inválido e falso.
B) inválido e incapaz de estabelecer a verdade de sua conclusão.
C) inválido, mas capaz de estabelecer a verdade de sua conclusão.
D) válido e capaz de estabelecer a verdade de sua conclusão.
E) válido, mas incapaz de estabelecer a verdade de sua conclusão.

QUESTÃO 16
Na eternidade nada passa, tudo é presente, ao passo que o tempo nunca é todo presente. Esse tal verá que o passado é impelido pelo futuro e que todo o futuro está precedido de um passado, e todo passado e futuro são criados e dimanam d?Aquele que sempre é presente. Quem poderá prender o coração do homem, para que pare e veja como a eternidade imóvel determina o futuro e o passado, não sendo nem passado nem futuro? AGOSTINHO. Confissões, livro XI, cap. 11, ed. Vozes, p. 276.
Considerando o texto agostiniano, avalie as afirmações a seguir.
I. A eternidade não é perpetuidade, a extensão indefinida do tempo entre o passado e o futuro.
II. A eternidade é impossível de ser pensada pelos homens, por serem limitados pelo tempo.
III. A eternidade é o que absolutamente não passa, não muda, permanecendo idêntica a si mesma.
IV. A eternidade é a medida do tempo, por ser este finito e limitado por aquela.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) I e IV.
E) II e IV.

QUESTÃO 17
O existencialismo ateu, que eu represento, é mais coerente. Declara ele que, se Deus não existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem ou, como diz Heidegger, a realidade humana. Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para a conceber. O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência: o homem não é mais que o que ele faz. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade de sua existência. SARTRE, J. P. O existencialismo é um humanismo. Seleção de textos de José Américo Motta Pessanha traduções de Virgílio Ferreira et al. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 6.
Com base no texto e nos conhecimentos acerca da concepção de condição humana no pensamento de Sartre, avalie as alternativas que se seguem.
I. A natureza humana é elemento constitutivo da condição humana e oculta, ao mesmo tempo, o sentimento de opressão e o movimento de dignificação que faz o homem tomar consciência de sua liberdade.
II. A condição humana manifesta a importância da responsabilidade, que é indispensável à realização da nossa existência.
III. A condição humana traduz a natureza humana, na medida em que esta é a que dá o impulso para a existência.
IV. A noção de "projeto" e a consequente ação que a "ética da responsabilidade" implica expressam os fundamentos da condição humana.
É correto apenas o que se afirma em
A) I.
B) II.
C) I e III.
D) II e IV.
E) III e IV.

QUESTÃO 18
O homem possui a capacidade de construir linguagens com as quais se pode exprimir todo sentido, sem fazer ideia de como e do que cada palavra significa - como também falamos sem saber como se produzem os sons particulares. A linguagem corrente é parte do organismo humano, e não menos complicada que ele. É humanamente impossível extrair dela, de modo imediato, a lógica da linguagem. A linguagem é um traje que disfarça o pensamento. [...] A maioria das proposições e questões que se formularam sobre temas filosóficos não são falsas, mas contrassensos. Por isso, não podemos de modo algum responder a questões dessa espécie, mas apenas estabelecer seu caráter de contrassenso. A maioria das questões e proposições dos filósofos provém de não entendermos a lógica de nossa linguagem. WITTGENSTEIN, L. Tractatus logico-philosophicus. Tradução, apresentação e ensaio introdutório de Luiz Henrique Lopes dos Santos. São Paulo: Edusp, 1993.
Com base no texto acima, é correto afirmar que
A) a filosofia, no Tractatus, é entendida como um domínio privilegiado da análise lógica do pensamento humano.
B) Wittgenstein dá um valor especial à análise, entendendo-a como um modo correto de revelar a estrutura da lógica da linguagem.
C) a análise filosófica da linguagem coincide com a forma lógica da linguagem.
D) as proposições filosóficas são falsas e sem sentido.
E) a linguagem expressa claramente o pensamento.

QUESTÃO 19
A importante corrente filosófica contemporânea conhecida como Empirismo Lógico foi alvo de duras críticas por parte de filósofos como K. Popper e W. Quine. Guardadas as devidas diferenças teóricas entre esses dois filósofos, qual o ponto comum de suas críticas?
A) A crítica da distinção, ainda sustentada pelos empiristas, entre enunciados analíticos e sintéticos.
B) O combate à tese empirista de que toda teoria ou proposição significativa poderia ser logicamente reduzida a enunciados elementares da experiência, assim como a crença, que lhe está associada, na existência de uma demarcação natural entre metafísica e ciência natural.
C) O estatuto que os empiristas conferem à Epistemologia, tratando-a ainda como "Filosofia Primeira".
D) A confusão que os empiristas fazem entre Epistemologia e psicologia do conhecimento.
E) A maneira com que os empiristas lançavam mão do método dedutivo em seus enunciados.

QUESTÃO 20
Julgamos conhecer cientificamente cada coisa, de modo absoluto e não, à maneira sofística, por acidente, quando julgamos conhecer a causa pela qual a coisa é, que ela é a sua causa e que não pode essa coisa ser de outra maneira.
Uma vez que é impossível ser de outra maneira aquilo de que há ciência, em sentido absoluto, será necessário o que é conhecido segundo a ciência demonstrativa. ARISTÓTELES. Segundos Analíticos, livro I, cap. 2, 71b9-12 e livro I, cap. 4, 73a21-23 . Trad. Oswaldo Porchat. Ciência e Dialética em Aristóteles, p. 35-36.
Considerando o texto aristotélico, analise as afirmações a seguir.
I. Causalidade e necessidade são dois elementos fundamentais do conhecimento que se pretende demonstrativo.
II. O conhecimento que parte dos acidentes é também um conhecimento necessário.
III. O conhecimento de algo não é necessariamente o conhecimento da sua causa, mas tão somente da sua essência.
IV. Somente se diz conhecimento científico daquilo que é conhecido demonstrativamente.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) I e III.
C) I e IV.
D) II e III.
E) III e IV.

QUESTÃO 21
Os filósofos medievais que conceberam os universais como sendo entes reais, subsistentes em si, e afirmavam a perfeita adequação entre conceitos universais e a realidade são chamados de realistas
PORQUE
foram diretamente influenciados pelo neoplatonismo, cuja concepção metafísica fundamenta-se no estudo da realidade compreendida como manifestação de Deus.
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da primeira
C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.
D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.
E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

QUESTÃO 22
Concedei, Senhor, que eu perfeitamente saiba se primeiro Vos deva invocar ou louvar, se, primeiro, Vos deva conhecer ou invocar. E como invocarei o meu Deus - meu Deus e meu Senhor -, se, ao invocá-lO, O invoco sem dúvida dentro de mim? E que lugar há em mim, para onde venha o meu Deus, para onde possa descer o Deus que fez o céu e a terra? Pois será possível - Senhor meu Deus - que se oculte em mim alguma coisa que Vos possa conter? É verdade que o céu e a terra que criastes e no meio dos quais me criastes, Vos encerram? AGOSTINHO. Confissões, livro I, cap. I e cap. II, ed. Vozes, p. 23 e 24.
O texto agostiniano citado apresenta o seguinte problema.
A) A busca de Deus se volta para a interioridade do homem, mas apenas de modo metafórico, pois é impossível o limitado conter o ilimitado.
B) Sua condição de cristão e pecador gera angústias sobre o seu destino e seu distanciamento do Criador, donde a impossibilidade de alcançá-l?O.
C) O problema filosófico consiste em buscar o Criador a partir das coisas exteriores, do céu e da terra, para depois chegar ao homem.
D) A aproximação ao Criador implica busca, peregrinação para os lugares onde sua manifestação é mais palpável e perceptível.
E) A busca de Deus, que se confunde com a busca da verdade, é um voltar-se para si mesmo, num duplo movimento de chamamento e procura.

QUESTÃO 23
Até agora se supôs que todo o nosso conhecimento tinha que se regular pelos objetos; porém, com esta hipótese, fracassaram todas as tentativas de se estabelecer, mediante conceitos, algum juízo a priori sobre os objetos, o que teria ampliado nosso conhecimento. Tentemos ver, pois, se não teremos mais sucesso com os problemas da metafísica, supondo que os objetos devam regular-se pelo nosso conhecimento, o que já concorda melhor com a requerida possibilidade de um conhecimento a priori dos objetos, que deva estabelecer algo sobre os mesmos antes que nos sejam dados. O mesmo ocorreu com a primeira ideia de Copérnico, o qual, percebendo que não conseguiria explicar os movimentos do céu, admitindo-se que todo o exército de astros girava em torno do expectador, julgou que obteria mais sucesso se fizesse o próprio espectador mover-se em torno dos astros, deixando estes em paz. (Prefácio à segunda edição da Crítica da Razão Pura, B XVI-XVII).
Nessa famosa passagem, Kant apresenta sua proposta de uma "revolução copernicana" na Metafísica, a qual será elaborada e demonstrada ao longo do Tratado.
Nesse contexto, analise as afirmações que se seguem.
I. Kant vai mostrar que a experiência é constituída inteiramente pela Razão.
II. Kant pretende mostrar que, embora todo nosso conhecimento comece com a experiência, nem todo ele se origina dela, pois, embora a matéria do fenômeno seja empírica, a sua forma é a priori dada e organizada objetivamente pela mente, por meio de elementos puros a priori da Sensibilidade e do Entendimento.
III. Kant irá mostrar que, embora a forma dos fenômenos seja dada empiricamente, todos os fenômenos estão regrados a priori pelas Categorias puras a priori do Entendimento.
IV. Kant vai mostrar que Espaço e Tempo não são propriedades ou relações das coisas em si mesmas, mas são apenas formas puras a priori do Entendimento.
V. Segundo Kant, há na Sensibilidade um conjunto de Categorias puras a priori, que fornecem princípios sintéticos a priori, os quais estruturam objetivamente todos os fenômenos espaços-temporais.
É correto apenas o que se afirma em
A) II.
B) I e III.
C) II e III.
D) IV e V.
E) I, IV e V.

QUESTÃO 24
Parmênides e Heráclito estabeleceram um campo de batalha que alimentou séculos de guerra filosófica. Muito do mais vigoroso filosofar de Platão foi dedicado à tarefa de reconciliar, ou desarmar, esses dois campeões. Um de seus personagens nos diz que o verdadeiro filósofo deve recusar-se a aceitar seja a doutrina de que toda a realidade é imutável, seja a doutrina de que a realidade está mudando em toda parte. Como uma criança que quer não apenas o bolo mas comê-lo [o verdadeiro filósofo] teria de afirmar que o Ser, a soma de tudo, é os dois ao mesmo tempo - tudo o que é imutável e tudo que está em mudança. KENNY, A. Uma nova história da filosofia ocidental. Tradução de Carlos Alberto Bárbaro. São Paulo: Loyola, 2008, p.243, v.1
Tendo como referência esse texto, analise as asserções a seguir.
Ao estabelecerem esse campo de batalha, afirmando ou negando o imobilismo universal, Parmênides e Heráclito inauguraram questões fundamentais do pensamento cosmo-ontológico
PORQUE,
na sua perspectiva, respectivamente, ou aceita-se a realidade fenomênica como um dado verdadeiro ou deve-se abrir mão da razão e dissociá-la dos sentidos e das crenças.
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.
D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.
E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

QUESTÃO 25
Serei de tal modo dependente do corpo e dos sentidos que não possa existir sem eles? Mas eu me persuadi de que nada existia no mundo, que não havia nenhum céu, nenhuma terra, espíritos alguns, nem corpos alguns: não me persuadi também, portanto, de que eu não existia? Certamente não, eu existia, sem dúvida, se é que eu me persuadi, ou, apenas, pensei alguma coisa. Mas há algum, não sei qual, enganador mui poderoso e mui ardiloso que emprega toda a sua indústria em enganar-me sempre. Não há, pois, dúvida alguma de que sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não poderá jamais fazer com que eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa. De sorte que, após ter pensado bastante nisto e de ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito. DESCARTES, R. Meditações. In: Descartes. Trad. de J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 73-142. (Os Pensadores).
Com base na passagem acima, em que Descartes afirma a existência do pensamento, analise as afirmações abaixo.
I. Trata-se, nessa passagem, do cogito como verdade eterna.
II. Trata-se, nessa passagem, do cogito como verdade temporal.
III. Trata-se, nessa passagem, do cogito afirmado da negação do Deus enganador.
IV. Trata-se, nessa passagem, do cogito como primeira certeza do sistema cartesiano.
V. Trata-se, nessa passagem, do cogito afirmado da negação da existência do mundo, do céu, da terra
e de todos os espíritos.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e III.
B) I e IV.
C) II e IV.
D) II e V.
E) III e V.

QUESTÃO 26
A estratégia seguida por Kant, no tratamento das questões estéticas, não visa propor uma filosofia do belo ou uma teoria das belas artes, nem fornecer uma descrição das obras de arte e das suas qualidades estéticas. O que ele faz é verdadeiramente o que se poderia chamar uma abordagem fenomenológica, dada sob a forma de uma análise da experiência estética do juízo estético ou juízo de gosto - no intuito de captar, interpretar e compreender o que nela está envolvido. Esse tipo de abordagem é o que Kant designa por crítica e, por isso, a meditação kantiana sobre os problemas estéticos dá-se como uma crítica do juízo estético ou crítica do gosto. O que é que acontece ou está em causa quando dizemos (ou pensamos para nós próprios), a propósito, por exemplo, de uma flor que encontramos na natureza ou num jardim, que ela é bela? SANTOS, L. R.; SANTOS, L. R. A concepção Kantiana da experiência estética: novidades, tensões e equilíbrios.Trans/Form/Ação, Marília, v. 33, n. 2, 2010 .
Sobre os juízos de gosto acerca do belo em Kant, é correto afirmar que
A) a satisfação presente nos juízos sobre o agradável e bom está sintonizada com o belo, uma vez que se trata de juízos desinteressados e livres.
B) é fundamental, se quisermos saber se algo é belo ou não, que consideremos as características relativas do objeto que originou a experiência estética.
C) os juízos de natureza moral, a exemplo da recriminação aos prédios que são feitos para impressionar, são determinantes para que o juízo de gosto seja possível.
D) o juízo de gosto não é um juízo de conhecimento e, portanto, não é lógico mas estético, e o fundamento de representação é subjetivo.
E) faz-se necessário, para que alguém exerça o papel de juiz em matéria de gosto.

QUESTÃO 27
A crítica comunitarista do liberalismo pode conduzir-nos à redescoberta de um modo de pensar que foi primeiramente desenvolvido há muito séculos, mas cujas potencialidades ainda não foram exploradas, porque, com Hobbes, refletir sobre o político foi assumir uma orientação dita científica, implicando a rejeição dos seus aspectos normativos e a predominância de uma concepção instrumental. MOUFFE, C. O Regresso do Político. Lisboa: Gradiva, 1996, p. 57.
Considerando o fragmento de texto acima, avalie as afirmações que se seguem com relação ao debate contemporâneo, no domínio da filosofia política, em torno do liberalismo e comunitarismo.
I. Liberais e comunitaristas buscam respostas ao problema do julgamento político e dos princípios que regem as práticas e as instituições políticas.
II. No âmbito da filosofia política, o debate contemporâneo sobre indivíduo e comunidade tem-se constituído por ideias divergentes diante dos posicionamentos dos filósofos liberais e comunitaristas.
III. A tradição liberal tem obtido força na sociedade contemporânea porque se tem mostrado homogênea. Os liberais, na linha de Kant, defendem que a política está desprovida de significação moral e que o Estado não é mais do que um instrumento destinado a assegurar a coexistência pacífica dos indivíduos em uma determinada sociedade contratualista.
É correto apenas o que se afirma em
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) I e III.

QUESTÃO 28
A forma mercadoria e a relação de valor dos produtos de trabalho, na qual ele se representa, não têm que ver absolutamente nada com sua natureza física e com as relações materiais que daí se originam. Não é mais nada que determinada relação social entre os próprios homens que para eles assume a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. Por isso, para encontrar uma analogia, temos de nos deslocar à região nebulosa do mundo da religião. Aqui, os produtos do cérebro humano parecem dotados de vida própria, figuras autônomas, que mantêm relações entre si e com os homens. Assim, no mundo das mercadorias, acontece com os produtos da mão humana. Isso eu chamo o fetichismo que adere aos produtos de trabalho, tão logo são produzidos como mercadorias, e que, por isso, é inseparável da produção de mercadorias. MARX, K. O Capital, Trad. Barbosa, Regis e Kothe, Flávio, São Paulo, Abril Cultural, 1983, Livro I, Vol. 1, p. 71.
Considerando o texto apresentado e a abordagem de Marx acerca da relação de trabalho, avalie as afirmações que se seguem.
I. A religião é um poderoso instrumento de análise e denúncia da escravidão e exploração nas relações de trabalho e tem um significativo papel para explicar os verdadeiros conteúdos existenciais do ser humano.
II. No modo de produção capitalista, o trabalho adquire uma dimensão abstrata, que leva ao falseamento da sua verdadeira dimensão, e à fetichização da mercadoria, que oculta as dimensões sociais do trabalho.
III. Marx, com sua investigação sobre a relação mercadoria e trabalho, sinaliza que, na forma de produção estabelecida pelo capitalismo, o homem perde seu valor como ser humano e passa a ter valor apenas por aquilo que consegue produzir.
IV. O texto leva ao entendimento de que a mercadoria determina as novas relações sociais, com isso, seres humanos também se tornam mercadorias alienadas, com valores predeterminados e preestabelecidos, que serão julgados pelo seu poder financeiro ou pela sua força de trabalho.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) II e III.
C) I, II e IV.
D) I, III e IV.
E) II, III e IV.

QUESTÃO 29
Wittgenstein emprega a estratégia de interpelar as formas de vida através de situações regionais teoricamente organizadas: os jogos de linguagem. A descrição gramatical dos usos incide, exclusivamente, sobre aspectos das formas de vida em que diferentes práticas estão envolvidas com a linguagem; a linguagem é uma parte apenas, mas determinante dessas situações teoricamente organizadas. MORENO, A. R. W. Através das Imagens. 2 edição. Campinas/SP: Editora da UNICAMP, 1995, p. 112.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Wittgenstein, avalie as afirmações que se seguem acerca da linguagem em Wittgenstein.
I. Procede a substituição de formas a priori por formas de vida convencionais e instáveis.
II. Mantém a dimensão transcendental kantiana como possibilidade de fundamentação da significação.
III. Assegura a explicação da semântica com base no uso da linguagem na variabilidade das formas de vida.
IV. Consubstancia a perenidade da semântica, em seu caráter ontológico, com base na pragmática.
É correto apenas o que se afirma em
A) I.
B) II.
C) I e III.
D) II e IV.
E) III e IV.

QUESTÃO 30
Com efeito, relativamente à natureza, a experiência dá-nos a regra e é a fonte da verdade; no que toca às leis morais, a experiência é (infelizmente!) a madre da aparência e é altamente reprovável extrair as leis acerca do que devo fazer daquilo que se faz ou querer reduzi-las ao que é feito. KANT, I. Crítica da Razão Pura. 3ª edição. Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p. 312.
Tendo como referência esse texto, analise as asserções a seguir.
Se a razão teórica não deve ultrapassar os limites da experiência, a razão prática, por sua vez, deve livrar-se de qualquer objeto empírico e autonomamente ser princípio de determinação da vontade
PORQUE,
caso se prendesse ao empírico, não haveria, segundo Kant, condições de justificar o princípio supremo da moralidade, com as características que lhe são inerentes, como objetividade, universalidade e formalidade.
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.
D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.
E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

QUESTÃO 31
Na Sociologia da Educação, o currículo é considerado um mecanismo por meio do qual a escola define o plano educativo para a consecução do projeto global de educação de uma sociedade, realizando, assim, sua função social. Considerando o currículo na perspectiva crítica da Educação, avalie as afirmações a seguir.
I. O currículo é um fenômeno escolar que se desdobra em uma prática pedagógica expressa por determinações do contexto da escola.
II. O currículo reflete uma proposta educacional que inclui o estabelecimento da relação entre o ensino e a pesquisa, na perspectiva do desenvolvimento profissional docente.
III. O currículo é uma realidade objetiva que inviabiliza intervenções, uma vez que o conteúdo é condição lógica do ensino.
IV. O currículo é a expressão da harmonia de valores dominantes inerentes ao processo educativo.
É correto apenas o que se afirma em
A) I.
B) II.
C) I e III.
D) II e IV.
E) III e IV.

QUESTÃO 32
O fazer docente pressupõe a realização de um conjunto de operações didáticas coordenadas entre si. São o planejamento, a direção do ensino e da aprendizagem e a avaliação, cada uma delas desdobradas em tarefas ou funções didáticas, mas que convergem para a realização do ensino propriamente dito. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2004, p. 72.
Considerando que, para desenvolver cada operação didática inerente ao ato de planejar, executar e avaliar, o professor precisa dominar certos conhecimentos didáticos, avalie quais afirmações abaixo se referem a conhecimentos e domínios esperados do professor.
I. Conhecimento dos conteúdos da disciplina que leciona, bem como capacidade de abordá-los de modo contextualizado.
II. Domínio das técnicas de elaboração de provas objetivas, por se configurarem instrumentos quantitativos precisos e fidedignos.
III. Domínio de diferentes métodos e procedimentos de ensino e capacidade de escolhê-los conforme a natureza dos temas a serem tratados e as características dos estudantes.
IV. Domínio do conteúdo do livro didático adotado, que deve conter todos os conteúdos a serem trabalhados durante o ano letivo.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) II e IV.
E) III e IV.

QUESTÃO 34
Na escola em que João é professor, existe um laboratório de informática, que é utilizado para os estudantes trabalharem conteúdos em diferentes disciplinas. Considere que João quer utilizar o laboratório para favorecer o processo ensino-aprendizagem, fazendo uso da abordagem da Pedagogia de Projetos. Nesse caso, seu planejamento deve
A) ter como eixo temático uma problemática significativa para os estudantes, considerando as possibilidades tecnológicas existentes no laboratório.
B) relacionar os conteúdos previamente instituídos no início do período letivo e os que estão no banco de dados disponível nos computadores do laboratório de informática.
C) definir os conteúdos a serem trabalhados, utilizando a relação dos temas instituídos no Projeto Pedagógico da escola e o banco de dados disponível nos computadores do laboratório.
D) listar os conteúdos que deverão ser ministrados durante o semestre, considerando a sequência apresentada no livro didático e os programas disponíveis nos computadores do laboratório.
E) propor o estudo dos projetos que foram desenvolvidos pelo governo quanto ao uso de laboratórios de informática, relacionando o que consta no livro didático com as tecnologias existentes no laboratório.

QUESTÃO 36
Diz Tomás de Aquino na "Suma de Teologia" sobre a virtude:
A virtude implica a perfeição da potência. Por isso, segundo o livro I do "Céu", a virtude de uma coisa se determina em relação com o ponto máximo que essa coisa pode atingir. Ora, o ponto máximo que uma potência pode atingir tem que ser bom, pois todo mal importa defeito, donde dizer Dionísio que todo mal é enfermo. E por isso é necessário que a virtude de qualquer coisa seja defina em relação com o bem. Logo, a virtude humana, que é um hábito de ação, é um hábito bom e produtor de bem. AQUINO, T. Suma de Teologia, Iª-IIª, Q. 55, art. 3, resp., ed. Loyola, v. 4, p. 98.
Tendo em vista o texto tomasiano sobre as virtudes, analise as asserções abaixo.
Agir virtuosamente, conforme o fim da virtude perfeita, é resultado do hábito bom praticado repetidas vezes
PORQUE
O hábito mau, ainda que praticado várias vezes, não implica perfeição.
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta:
A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa da primeira.
B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da primeira.
C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.
D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.
E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

QUESTÃO 37
A difusão da democracia grega criava a demanda que os sofistas pretendiam suprir em sua capacidade de educadores profissionais. O caminho para o sucesso político estava aberto a qualquer um, contanto que tivesse a capacidade e o treino para sobrepujar seus competidores. A necessidade primordial era dominar a arte de falar persuasivamente. Em função disso, argumentou-se que todo o ensino dos sofistas se resume na arte retórica. GUTHRIE, W. K. C. Os sofistas. Tradução João Rezende Costa. São Paulo: Paulus, 1995, p. 24. (com adaptações).
Considerando o texto sobre os sofistas, analise as informações abaixo.
I. A retórica sofista tinha um lugar de destaque na nascente democracia grega do século V a.C, posto que a palavra se torna um instrumento fundamental no mundo jurídico-político.
II. O papel do educador na Grécia clássica estava diretamente ligado ao desejo de competição pública, posto que os sofistas se interessam pela prática da erística (disputa).
III. O sucesso político dependia da habilidade na arte de falar, posto que os mais altos cargos públicos eram ocupados pelos que possuíam uma argumentação persuasiva. Guthrie, W. K. C. Os sofistas. Tradução João Rezende Costa. São Paulo: Paulus, 1995, p. 24. (com adaptações)
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.

QUESTÃO 38
Quando dizemos que um objeto está conexo com outro, queremos apenas dizer que eles adquiriram uma conexão no nosso pensamento e fazem emergir a inferência, pela qual se tornam provas (proofs) da sua existência recíproca: conclusão esta um tanto extraordinária, mas que parece fundada em evidência suficiente. Nem a sua evidência será enfraquecida por qualquer hesitação geral do entendimento ou suspeição cética respeitante a toda a conclusão que é nova e extraordinária. Nenhumas conclusões podem ser mais agradáveis ao ceticismo do que aquelas que fazem descobertas a respeito da fraqueza e dos estreitos limites da razão e capacidade humanas. HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. Porto: Edições 70, 1985, p.76.
O ceticismo de Hume revela a certeza de nossas faculdades racionais ao definir o processo de causalidade.
PORQUE
No hábito ou costume, reside o princípio psicológico que nos leva a esperar de determinada causa um efeito necessário.
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
B) As duas asserções são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.
D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.
E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

QUESTÃO 39
Da proposição de que todo o pensamento é um signo segue-se que todo pensamento, como signo que é, deve dirigir-se a outro, determinar outro pensamento. O que constitui uma versão do conhecido axioma, segundo o qual, na intuição, isto é, no presente imediato, não há pensamento, ou ainda que o refletido tem passado. Hinc loquor inde est. Qualquer pensamento requer o ter havido outro pensamento, da mesma forma que o momento passado requer uma série infinita de momentos PEIRCE, C. Escritos publicados. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
Na passagem acima, Peirce trata da relação entre signo e pensamento, da qual se depreende que
A) os fatos externos podem estar no pensamento independentemente dos signos.
B) o único pensamento que pode conhecer-se é pensamento em signo.
C) um signo pode ser literalmente aquilo que significa.
D) o absolutamente incognoscível pode ser concebido.
E) o ser humano tem o poder de pensar sem usar signos.

QUESTÃO 40
Mas, analisando outro caso, quando um cidadão, não por suas crueldades ou outra qualquer intolerável violência, e sim pelo favor dos concidadãos, se torna príncipe de sua pátria ? o que se pode chamar principado civil (e para chegar a isto não são necessários grandes méritos nem muita sorte, mas antes uma astúcia feliz), digo que se chega a esse principado ou pelo favor do povo ou pelo favor dos poderosos. É que em todas as cidades se encontram estas duas tendências diversas e isto nasce do fato de que o povo não deseja ser governado nem oprimido pelos grandes, e estes desejam governar e oprimir o povo. MAQUIAVEL, N. O Príncipe. In: Maquiavel. Traduções de Livio Xavier. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991. (Coleção Os Pensadores). p. 1-110.
Tendo como referência o texto acima, analise as asserções a seguir.
Rompendo com a tradição política que o antecedeu, Maquiavel não aceita a ideia da boa comunidade política constituída para o bem comum e a justiça,
PORQUE
a política nasce das lutas sociais e é obra da própria sociedade para dar a si mesma unidade e identidade.
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.
D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.
E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

QUESTÃO DISCURSIVA 1
A Educação a Distância (EaD) é a modalidade de ensino que permite que a comunicação e a construção do conhecimento entre os usuários envolvidos possam acontecer em locais e tempos distintos. São necessárias tecnologias cada vez mais sofisticadas para essa modalidade de ensino não presencial, com vistas à crescente necessidade de uma pedagogia que se desenvolva por meio de novas relações de ensino-aprendizagem.
O Censo da Educação Superior de 2009, realizado pelo MEC/INEP, aponta para o aumento expressivo do número de matrículas nessa modalidade. Entre 2004 e 2009, a participação da EaD na Educação Superior passou de 1,4% para 14,1%, totalizando 838 mil matrículas, das quais 50% em cursos de licenciatura. Levantamentos apontam ainda que 37% dos estudantes de EaD estão na pós-graduação e que 42% estão fora do seu estado de origem.
Considerando as informações acima, enumere três vantagens de um curso a distância, justificando brevemente cada uma delas.

QUESTÃO DISCURSIVA 3
O homem nasceu, como já foi provado, com um direito à liberdade perfeita e em pleno gozo de todos os direitos e privilégios da lei da natureza, assim como qualquer outro homem ou grupo de homens na terra; a natureza lhe proporciona, então, não somente o poder de preservar aquilo que lhe pertence - ou seja, sua vida, sua liberdade, seus bens - contra as depredações e as tentativas de outros homens, mas de julgar e punir as infrações daquela lei em outros, quando ele está convencido que a ofensa merece, e até com a morte, em crimes em que ele considera que a atrocidade a justifica. Mas como nenhuma sociedade política pode existir ou subsistir sem ter em si o poder de preservar a propriedade, e, para isso, punir as ofensas de todos os membros daquela sociedade, só existe uma sociedade política onde cada um dos membros renunciou ao seu poder natural e o depositou nas mãos da comunidade em todos os casos que os excluem de apelar por proteção à lei por ela estabelecida; e assim, excluído todo julgamento particular de cada membro particular, a comunidade se torna um árbitro; e, compreendendo regras imparciais e homens autorizados pela comunidade para fazê-las cumprir, ela decide todas as diferenças que podem ocorrer entre quaisquer membros daquela sociedade com respeito a qualquer questão de direito e pune aquelas ofensas que qualquer membro tenha cometido contra a sociedade com aquelas penalidades estabelecidas pela lei; deste modo, é fácil discernir aqueles que vivem daqueles que não vivem em uma sociedade política. Aqueles que estão reunidos de modo a formar um único corpo, com um sistema jurídico e judiciário com autoridade para decidir controvérsias entre eles e punir os ofensores, estão em sociedade civil uns com os outros; mas aqueles que não têm em comum nenhum direito de recurso, ou seja, sobre a terra, estão ainda no estado de natureza, onde cada um serve a si mesmo de juiz e de executor, o que é, como mostrei antes, o perfeito estado de natureza. LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. 3 ed. Petrópolis: Vozes, 2001. p. 133. (II, 87).
Considerando as ideias centrais de John Locke, redija um texto dissertativo que contemple os seguintes aspectos:
a) as razões de os homens se unirem em sociedade;
b) a relação entre Estado de natureza e a sociedade civil.

QUESTÃO DISCURSIVA 4
Pode-se dizer que o problema de definir o conhecimento em termos de uma conjunção entre a crença verdadeira e uma relação especialmente favorecida entre o agente e os fatos começou com Platão. No Teeteto, ele defende que o conhecimento é a crença verdadeira juntamente com o logos.
Considerando essa afirmativa, redija um texto dissertativo explicando de que maneira Platão estabelece a interpretação do conhecimento.

QUESTÃO DISCURSIVA 5
O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada, pois cada qual pensa estar tão bem provido dele, que mesmo os que são mais difíceis de contentar em qualquer outra coisa não costumam desejam tê-lo mais do que o têm. E não é verossímil que todos se enganem a tal respeito; mas isso antes testemunha que o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se denomina o bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens; e, destarte, que a diversidade de nossas opiniões não provém do fato de serem uns mais racionais do que outros, mas somente de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e não considerarmos as mesmas coisas. Pois não é suficiente ter o espírito bom, o principal é aplicá-lo bem. DESCARTES, Discurso do método. 4.ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
Considerando o texto citado, sobre a teoria do conhecimento em Descartes, redija um texto dissertativo que contemple os seguintes aspectos:
Apresente a resposta em vista aos seguintes aspectos:
a) o método ou o caminho do conhecimento segundo Descartes;
b) as consequências do método cartesiano.

GABARITO:
9B
11D
12D
13C
14A
15E
16B
17D
18B
19B
20C
21C
22E
23A
24C
25C
26D
27D
28E
29C
30A
31B
32B
34A
36B
37C
38D
39B
40A
     

 
 
Como referenciar: "Provas - Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - ENADE - Filosofia - 2011" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 18/04/2024 às 15:37. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_prova.php?id=174