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(07/Ago) | Professor de Filosofia - IF - AC - msconcursos - 2014 | |||
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
51. Leia e avalie o seguinte fragmento: "Necessário é dizer e pensar que só o ser é; pois o ser é, e o nada, ao contrário, nada é: afirmação que bem deves considerar". Como se percebe, o filósofo tenta demarcar sua posição e forjar o modo de articular o pensamento, ou, a filosofia de seu tempo. Qual é o filósofo que cita este fragmento, e qual é a relação marcante com o ato de filosofar? a) Sartre, relação de filosofar com o existencialismo. b) Nietzsche, relação de filosofar com o niilismo. c) Parmênides, relação de filosofar com a identidade. d) Heráclito, relação de filosofar com a mobilidade. 52. No texto de Salma Tannus Muchail, no livro A filosofia e seu ensino (1995), consta a pergunta: "Até que ponto a formação e a atividade do professor e do pesquisador de filosofia se cruzam ou se bifurcam? Esta questão evoca um texto do professor Antonio Candido ("Professor, escola e associações docentes", Almanaque, 11, 1980) que começa se perguntando "se o professor não é uma espécie em extinção" (p. 83). Descreve então três tipos sucessivos de professor: do professor mestre e pai passou-se ao professor profissionalizado e técnico, e hoje temos o professor "produtor" de conhecimento, identificado ao pesquisador". Quanto a isto, e em referência ao ensino de filosofia, escolha a opção incorreta: a) As figuras do professor, segundo Antonio Candido, visam resgatar o próprio ato e sentido do ser docente, porque a história do ensino de filosofia tem dado testemunho da sua crescente escassez. b) É preciso restaurar o "ser docente" no sentido ontológico e ético. c) Professor do tipo "produtor" é o mais capacitado para conciliar aula e reflexão, pois, tem diligência pedagógica. d) A crítica ao professor de filosofia mira um tipo de ensino encrespado com excesso de conhecimento, pesquisa, tom pessoal, porém, "embaralhando o aluno com as vicissitudes de sua invenção". 53. Em A ética da discussão e a questão da verdade (HABERMAS, 2007), Patrick Savidan (no prefácio) esclarece que Habermas procura sintetizar "uma visão geral da concepção da verdade teórica e prática apropriada à ética da discussão". Aranha (2009) completa: em Habermas: "A ética discursiva recorre à razão para sua fundamentação". Nesse sentido, e quanto ao uso da razão na filosofia, seria incorreto afirmar que a ética habermasiana, tem por característica: a) A influência de Kant, só que o conceito de razão em Habermas não se reduz ao de razão reflexiva, mas é ampliado para uma concepção de razão comunicativa. b) A imagem de um sujeito diferente do sujeito kantista, pois, o sujeito habermasiano é descentrado, portanto, dialógico. c) O diferencial de operar com a teoria da ação comunicativa via o uso da linguagem e do discurso dos sujeitos. d) Não ser razão comunicativa processual, ou, para o consenso, logo, anti-normativa e a favor da subjetividade. 54. O estudo filosófico-histórico das Artes pode evidenciar três questões importantes: a) que a arte sempre travou embate entre a elite e a classe popular, podendo formatar ou distorcer a realidade mais imediata e social, por isso torna complexa sua definição e contextualização; b) que ela demarca sua laicidade e ruptura se liberando da religiosidade (que tinha valor de culto), porém, encontra nova clausura no mercado consumista/capitalista (dado como valor de exposição); por efeito; c) que a Reprodução Técnica da Arte Moderna/Contemporânea implicou na perda da "aura" da obra de arte. Assim, e quanto a elaboração dessa ordem crítica de pensamento "a", "b" e "c", é correto afirmar que "c" tem relação com a) o filósofo Walter Benjamim, quem demarcou o campo específico da etimologia estética como disciplina filosófica para referir-se às artes. b) a indústria cultural, que implica na perda da autenticidade da arte, por causa das cópias industriais, pois, desfazem as próprias ideias de original e cópia. c) o filósofo Platão, para quem as artes imitativas eram deformativas, porque são cópias imperfeitas de cópias imperfeitas, logo, pura ilusão e falsidade. d) o filósofo Aristóteles, porque para ele a arte tem por prática a simulação ou a representação da realidade. 55. A controvérsia relação da origem da filosofia seguiu numa clivagem histórica entre duas teses: a tese do "milagre grego" - que teria sido criada para o ocidente - e, a tese "orientalista". Em resumo, por milagre grego se pode afirmar a originalidade grega, como disse Heidegger, a "filosofia fala grego"; por orientalismo a dívida grega (da origem da filosofia) teria sido legada dos "bárbaros", depois, teria voltado como questão importante para a filosofia helenista e (para) os pensadores judaicos comprovarem a não exclusividade da gênese grega, pois, a filosofia grega teria surgido por herança, enfim, ambas as teses (orientalista e ocidentalista) permeiam embates históricos polêmicos e até exagerados. Nesse sentido, e quanto à origem da filosofia grega, segundo Marilena Chaui, estão corretas as afirmações, exceto: a) Não há "milagre grego" se a expressão for tomada com o sentido de fato surpreendente e inexplicável. b) Não há "milagre grego" se desprovido das condições históricas e materiais que permitiram o surgimento da filosofia grega. c) Há "milagre grego" se a expressão for tomada como interpretação das mudanças qualitativas profundas e decisivas que, em condições históricas determinadas, os gregos impuseram à herança que receberam. d) Há "milagre grego", restritamente pelo fato de sua origem a justificar, não tendo relação pelas consequências: filosofia, ciência, política, artes, técnicas, cultura. 56. A pesquisa científica em Karl Popper tem por função o/a: a) Falsificacionismo, via método hipotético-dedutivo. b) Fasificacionismo, via método hipotético-indutivo. c) Verificabilidade, via método hipotético-dedutivo. d) Verificabilidade, via método hipotético-indutivo. 57. Para Thomas Khun, a pesquisa científica em relação ao "paradigma" e à "verdade", respectivamente, é a) sociológica e sem objetivo. b) epistemológica e progressiva. c) "ciência normal" e "anomalia". d) "revolução científica" e "crise" 58. Escreve Marcondes (2012): "O sentido definitivo de "ideologia" deriva-se assim da obra de Marx e Engels, intitulada A Ideologia Alemã, escrita entre 1845-1846 [...] A ideologia é, assim, uma forma de dominação, gerando uma falsa consciência, uma consciência ilusória, que se produz através de mecanismos pelos quais se toma a parte (ideias da classe dominante) pelo todo (a realidade tal como ela é), ou seja, pelos quais se objetificam certas representações (as da classe dominante) como sendo a verdadeira realidade, tudo isso produzindo uma aparente legitimação das condições existentes numa determinada sociedade em um período histórico determinado". Quanto ao texto e ao conceito ideologia, é correto afirmar que são propostas ideológicas contemporâneas, exceto: a) A pobreza. b) A igualdade (jurídica) na trama da democracia. c) A oportunidade (de trabalho) para todos na sociedade. d) A democracia. 59. Sobre cidadania, indica-se que o professor de filosofia deve saber articular devidamente o tema, inclusive, é a orientação dada pelo PCN (ciências humanas e suas tecnologias) para o Ensino Médio, ou seja, o professor de filosofia deve ajudar potencializar discentes críticos e cidadãos: "Uma das funções do filósofo-educador consiste em dar elementos para o aluno examinar de forma crítica as certezas recebidas e descobrir os preconceitos muitas vezes velados que as permeiam" (PCN). Quanto ao termo "cidadania", sendo esta a questão proposta, é inspirativo o que escreve a pensadora Hannah Arendt: "O que todos os filósofos gregos tinham como certo, por mais que se opusessem à vida na polis, é que a liberdade situa-se exclusivamente na esfera política; que a necessidade é primordialmente um fenômeno pré-político, característico da organização do lar privado; e que a força e a violência são justificadas nesta última esfera por serem os únicos meios de vencer a necessidade - por exemplo, subjugando escravos - e alcançar a liberdade" (ARENDT, 2008). O problema da cidadania em Arendt denuncia uma confusão entre a) o reino da necessidade e o reino da liberdade, portanto, duas categorias que bloqueiam o atributo da liberdade. b) o espaço privado e o espaço público, portanto, duas esferas que confundem a política. c) o pré-político do político, portanto, da confusão da organização política antes da reunião na polis. d) do poder e da violência, portanto, da justificação errada dessas ações na polis. 60. "A cosmologia - forma inicial da filosofia nascente - é a representação da ordem do mundo, do universo, pela determinação de um princípio originário [...] que é origem e causa das coisas e de sua ordenação (CHAUI, 2002)". Tal afirmação torna correta qual opção abaixo? a) A filosofia, ao nascer como cosmologia, procura ser a palavra ou explicação mítica. b) A filosofia, ao nascer como cosmologia, procura ser a palavra ou explicação física. c) A filosofia, ao nascer como cosmologia, procura ser a palavra ou explicação racional. d) A filosofia, ao nascer como cosmologia, procura ser a palavra ou explicação sábia. 61. Assinale a alternativa que completa corretamente o seguinte trecho: A antropologia estuda os seres humanos na condição de seres culturais. Assim, os antropólogos inspiram sobre a distinção entre natureza e cultura, pois, nesse sentido, a partir do século XVIII, os filósofos "consideraram que os humanos diferem da natureza graças ao pensamento, à linguagem, ao trabalho e à ação voluntária livre" (CHAUI, 2012), entretanto, sem negar tal filosofia, os antropólogos acham que a diferença entre natureza e cultura estaria noutro plano de discussão, ou seja, quando os seres humanos marcaram simbolicamente a) sua diferença com relação à natureza a partir de duas leis: trabalho (permitido) e ócio (proibido). b) sua diferença com relação à natureza a partir de duas leis: puro (permitido) e impuro (proibido). c) sua diferença com relação à natureza a partir de duas leis: sexo (permitido) e discurso (proibido). d) sua diferença com relação à natureza a partir de duas leis: discurso (permitido) e escrita (proibido). 62. Uma ética que teoricamente se sustenta a partir do dever para com as normas é: a) Teleológica b) Utilitarista c) Normativa d) Deontológica 63. Assinale a alternativa que completa corretamente o trecho a seguir: O conceito aristotélico de ética da eudaimonia visa... a) ao prazer. b) ao dever. c) ao útil. d) à felicidade. 64. Aristóteles, numa de suas obras, descreve muitos detalhes históricos em Atenas: mostra a queda da tirania; a importância da aristocracia (liderado por Iságoras) versus os anseios mais populares pela ordem (liderada por Clístenes) a se instaurada; enfim, traça os embates pela tomada do poder em Atenas. Nesse sentido, Iságoras teria vencido as ideias (e influências) de Clístenes, por efeito, teria impedido que o povo sublevasse, negociando a elaboração de uma nova constituição. Por sua vez, a tirania contra a aristocracia, a seu tempo, enfraquecera o interesse dos ricos e nobres, criando assim as condições para a implantação da nova constituição. Uma vez que a monarquia também tinha definhado, mantendo-se apenas por tradição, e o regime oligárquico sucumbira, nessa demarcação histórica, vê-se surgir uma experiência sui generis: o regime governado diretamente pelo povo, ou seja, a democracia. Qual obra de Aristóteles retrata, dessa forma, historicamente, tal trama da democracia ateniense se instalando? a) Política. b) Organon. c) Constituição de Antenas. d) A República. 65. René Descartes, definitivamente, não é? a) Empirista. b) Idealista. c) Intelectualista. d) Racionalista. GABARITO: 51 C 52 C 53 D 54 B 55 D 56 A 57 A 58 A 59 B 60 C 61 B 62 D 63 D 64 C 65 A |
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Como referenciar: "Provas - Professor de Filosofia - IF - AC - msconcursos - 2014" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 29/03/2024 às 12:34. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_prova.php?id=170