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(11/Set) Questões Respondidas - Vestibular PUC/PR - 2013
 
26. A obra Apologia de Sócrates, de Platão, descreve a defesa de seu mestre perante as acusações de não aceitação dos deuses reconhecidos pelo Estado, de introduzir novos cultos e de corromper a juventude.
Considerando a proposta geral da obra, É
INCORRETO dizer que Sócrates:
A) assumiu a responsabilidade dos atos aludidos pelos denunciantes, mas repudiou a atitude destes por não valorizarem a liberdade de pensamento em busca da verdade.
B) em sua autodefesa, procurou recordar quem ele era, ou seja, realizou uma revisão sobre a questão "quem é Sócrates".
C) considerou inaceitável um homem livre valer-se de sofisticada retórica ou de apelos emocionais para obter sua absolvição.
D) recomendou sua condenação à morte, uma vez que considerava mais digno uma morte na verdade que uma vida na mentira.
X E) tinha a preocupação de refutar qualquer perspectiva religiosa, uma vez que suas críticas levavam ao ateísmo.

27. "O enorme impacto do Princípio Responsabilidade não se deve somente a sua fundamentação filosófica, mas ao sentimento geral, que até então os mais atentos observadores poderão permitir cada vez menos de que algo poderia ir mal para a humanidade, inclusive o tempo poderia estar em posição no marco de crescimento exagerado e crescente das interferências técnicas sobre a natureza, de pôr em jogo a própria existência. Entretanto, se havia comentado que era evidente a vinda da chuva ácida, o efeito estufa, a poluição dos rios e muitos outros efeitos perigosos, fomos pegos de cheio na destruição de nossa biosfera."
A partir do comentário de Hans Jonas em O princípio responsabilidade é possível pensar que a maioria das pessoas tende a se preocupar mais com o futuro da vida no planeta. Contudo, parece muito difícil haver de fato uma mudança que leve a espécie humana a assumir a responsabilidade por sua missão terrena. Nesse sentido, seria necessário desenvolver uma heurística do temor, a fim de favorecer o desenvolvimento da responsabilidade. Sobre o conceito de heurística do temor, assinale a alternativa CORRETA.
A) Hans Jonas entende que a superação do medo é primordial para uma ética da responsabilidade, pois é através dela que o ser humano poderá agir e refletir sobre o destino da humanidade.
B) A heurística do medo é um medo paralisante e patológico, que impede o despertar para o pensar e para o agir em prol de um futuro melhor.
C) A heurística do medo pode ser considerada a incapacidade humana de resolver problemas inesperados, visto que falta coragem para superar o medo.
X D) A heurística do temor não é seguramente a última palavra na busca do bem, mas um veículo extraordinariamente útil. Deveria ser aproveitada para o empreendimento de preservação do planeta, podendo, dessa forma, acordar para a possibilidade de uma catástrofe, provocando a necessidade do limite e da renúncia em relação ao uso de certas tecnologias.
E) Trata-se de um medo que não tem a ver com o objeto da responsabilidade, pois, para assumir a responsabilidade pelo futuro do homem, é necessário livrar-se de qualquer sombra aterrorizante sobre um futuro que talvez nunca aconteça.

34. "Os filósofos que examinaram os fundamentos da sociedade sentiram todos a necessidade de voltar até o estado de natureza, mas nenhum deles chegou até lá." (Rousseau, Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens.)
Sobre a descrição rousseauniana de estado de natureza no Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens é CORRETO afirmar que:
A) O estado de natureza corresponde ao período inicial da criação do mundo, conforme encontramos no texto Bíblico, uma importante referência teórica para Rousseau.
B) O estado de natureza corresponde ao estágio de desenvolvimento dos índios da América do Sul dos séculos XVII e XVIII, conforme atestam as pesquisas científicas da época de Rousseau.
C) O estado de natureza rousseauniano tem como fundamento os estudos de Hobbes e Locke, pensadores que inspiraram Rousseau e ofereceram bases filosóficas para a elaboração da sua teoria do estado de natureza.
X D) O estado de natureza é uma construção hipotética, uma criação do próprio autor que não se encontra fundada em fatos e em pesquisas científicas.
E) Para Rousseau, assim como para Aristóteles, o homem é um ser naturalmente sociável. Portanto, a distinção entre estado de natureza e estado civil está fundada na criação dos governos e das leis.

35. No Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens, Rousseau elabora conceitualmente a ideia de homem natural como antítese do homem social. Nesse sentido, é CORRETO afirmar sobre o estágio inicial do homem natural rousseauniano:
A) Era solitário, forte e naturalmente agressivo. A sua falta de entendimento era compensada pela imaginação ativa. Ignorava a dor e a morte e não dependia dos seus semelhantes para garantir a própria vida e suprir as suas necessidades: fome, sede, repouso.
B) Vivia em comunidade, era pacífico, ignorava a morte e temia a dor. O seu entendimento e a sua imaginação eram faculdades "adormecidas." Dependia dos seus semelhantes para garantir a própria vida e suprir as suas necessidades: fome, reprodução, repouso.
X C) O bom selvagem vivia em contato direto com a natureza, era forte e raramente interagia com os seus semelhantes. Com a imaginação e o entendimento "adormecidos", ignorava a morte, temia a dor e estava voltado unicamente para suprir as suas necessidades: fome, reprodução, repouso.
D) O bom selvagem era forte e espontaneamente pacífico. Vivia pela ação da imaginação e do entendimento. Temia a dor e a morte e contava com a transparência dos seus semelhantes para suprir as suas necessidades: fome, sede, repouso.
E) O bom selvagem vivia em comunidade e em contato direto com a natureza. Com a imaginação e o entendimento "adormecidos", ignorava a dor e temia a morte, estava voltado unicamente para suprir as suas necessidades: fome, reprodução, repouso.

36. Na obra O princípio responsabilidade, Hans Jonas propõe um ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Entre as principais teses defendidas pelo autor destacam-se:
I. Todas as éticas até hoje partilharam de alguns pressupostos em comum, tais como: a natureza humana e extra-humana eram consideradas imodificáveis pelo agir; todas as éticas foram essencialmente antropocêntricas; e a responsabilidade da ação humana limitava-se ao tempo presente.
II. Enquanto no passado a natureza humana e extra-humana eram invioláveis pela capacidade do poder tecnológico, a técnica moderna coloca em perigo a autenticidade da vida futura.
III. Ninguém pode ser responsabilizado pelos efeitos involuntários posteriores de um ato bem intencionado.
IV. A natureza deve, sobretudo, ser protegida porque, sem ela, o homem não poderá assegurar a sua sobrevivência.
V. O homem, com o poder da técnica moderna, passou a figurar como um objeto da própria técnica, perdendo sua autonomia, ou seja, o homo faber passou a dominar o homo sapiens.
Estão corretas APENAS as assertivas:
A) I, II e III.
B) I, II e IV.
C) III, IV e V.
D) I, III e V.
X E) I, II e V.

37. Na terceira parte da Apologia de Sócrates há a seguinte afirmação: "é possível que tenhais acreditado, ó cidadãos, que eu tenha sido condenado por pobreza de raciocínios, com os quais eu poderia vos persuadir, se eu tivesse acreditado que era preciso dizer e fazer tudo para evitar a condenação. Mas não é assim. Caí por falta, não de raciocínios, mas de audácia e imprudência, e não por querer dizer-vos coisas tais que vos teriam sido gratíssimas de ouvir, choramingando, lamentando e fazendo e dizendo muitas outras coisas indignas, as quais, é certo, estais habituados a ouvir de outros". Considerando esta passagem, já sendo a transcrição de suas últimas palavras, é possível afirmar que Sócrates:
A) Lamenta sua fraqueza argumentativa perante a quantidade de pessoas que o condenou.
X B) Ressalta a preocupação de seu discurso com a verdade e não com elegante retórica, como os pretensos "sábios" o faziam.
C) Reconhece sua dificuldade de elaborar um discurso persuasivo, mesmo com todo seu esforço para isso.
D) Desculpa-se por decepcionar tantos admiradores e os aconselha a não empregar seus recursos argumentativos.
E) Conclui que sua derrota decorreu de seu discurso audacioso e imprudente.
     

 
 
Como referenciar: "Provas - Questões Respondidas - Vestibular PUC/PR - 2013" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 25/04/2024 às 10:21. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_prova.php?id=156