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(28/Ago) Professor de Filosofia - Estado do Rio de Janeiro - CEPERJ - 2013
 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

31. Entre os primeiros pensadores da filosofia, foi recorrente a referência a elementos naturais como a água, o fogo, a terra e o ar para a explicação da realidade. Um desses casos é encontrado na seguinte sentença. "Este mundo, o mesmo de todos os (seres), nenhum deus, nenhum homem o fez, mas era, é e será um fogo sempre vivo, acendendo-se em medidas e apagando-se em medidas". Essa frase, como consta no volume dedicado aos pré-socráticos da coleção Os pensadores, é atribuída a:
A) Tales de Mileto.
B) Heráclito de Éfeso.
C) Parmênides de Eleia.
D) Pitágoras de Samos.
E) Demócrito de Abdera.

32. O amor é tema do diálogo O banquete, de Platão. Nele, os convivas se divertem fazendo elogios a Eros, deus do amor. De acordo com o que nos é relatado nessa obra, Sócrates ouviu o discurso que pronuncia sobre Eros de:
A) um aprendiz, Fedro, mas Sócrates não lhe dá crédito.
B) um deus, o próprio Eros, que o transmitiu diretamente a Sócrates.
C) um homem, Agatão, como o próprio Sócrates dá inteiro crédito.
D) uma mulher, Diotima, como o próprio Sócrates dá inteiro crédito.
E) um rei tirano, Dionísio, mas Sócrates não lhe dá crédito.

33. No capítulo IX de sua Poética, Aristóteles situa o discurso poético em relação ao discurso histórico, destacando especificidades de seu conteúdo e de seu valor. Para o filósofo grego, no capítulo em questão, a poesia é:
A) mais filosófica, porém menos séria do que a história, pois a poesia se refere principalmente ao particular, e a história, ao universal.
B) menos filosófica, porém mais séria do que a história, pois a poesia se refere principalmente ao universal, e a história, ao particular.
C) mais filosófica e mais séria do que a história, pois a poesia se refere principalmente ao universal, e a história, ao particular.
D) menos filosófica e menos séria do que a história, pois a poesia se refere principalmente ao particular, e a história, ao universal.
E) tão filosófica e tão séria quanto a história, pois ambas se referem principalmente ao universal.

34. Em sua Poética, Aristóteles se pergunta a respeito da natureza do discurso poético e de seu efeito. Em resposta a essas questões, ele apresenta dois conceitos fundamentais para a sua compreensão da tragédia e que terão "grande influência na teoria e na crítica literárias posteriormente", como comenta Danilo Marcondes na sua Iniciação à história da filosofia. Essas duas noções aristotélicas são:
A) o belo e o sublime.
B) o sujeito e o objeto.
C) o apolíneo e o dionisíaco.
D) a imitação e a purificação.
E) a aura e a reprodução.

35. Durante a filosofia medieval, uma das mais constantes discussões foi aquela sobre a relação entre fé e razão, já que, em princípio, cada uma delas parecia uma via distinta para se alcançar Deus ou a verdade. O pensamento religioso, nesse momento da história, refletiu sobre a sua interação com o entendimento argumentativo da filosofia. Conforme observa Danilo Marcondes na sua Iniciação à história da filosofia, Santo Agostinho adotou uma posição decisiva nesse contexto, postulando que, quanto aos ensinamentos religiosos, deve-se adotar o seguinte procedimento:
A) primeiro acreditar para depois compreender.
B) primeiro compreender para depois acreditar.
C) acreditar e compreender simultaneamente.
D) somente compreender, sem jamais acreditar.
E) somente acreditar, sem jamais compreender.

36. Durante a filosofia escolástica, destaca-se o nome de Guilherme de Ockham, por conta de seu pensamento pautado por um princípio de economia. Segundo Etienne Gilson, em A filosofia na Idade Média, Ockham não se cansava de repetir que, se quisermos uma proposição que nos garanta, ao mesmo tempo, a sua verdade e a realidade que ela afirma, precisaremos de uma:
A) evidência imediata.
B) mediação especulativa.
C) criação artística.
D) fé inesgotável.
E) reflexão subjetiva.

37. Nas suas famosas Meditações, Descartes mostrou como a dúvida pode ser de grande utilidade ao preparar o caminho para o pensamento. Na segunda meditação, conforme Descartes explica no "resumo" dessa obra, o espírito supõe que não existem todas as coisas de que tenha a menor dúvida, para logo em seguida o espírito reconhecer que é:
A) possível que ele próprio não exista.
B) impossível que ele próprio não exista.
C) possível que ele próprio exista.
D) impossível que ele próprio exista.
E) irrelevante que ele próprio exista ou não exista.

38. Spinoza, na sua Ética, investigou "a potência do intelecto ou a liberdade humana", o que constitui a quinta parte de seu livro. Logo no primeiro axioma desta parte, ele define sua posição sobre o problema da contradição entre duas ações em um mesmo sujeito. Segundo tal axioma, se, em um mesmo sujeito, são suscitadas duas ações contrárias, é correto afirmar que:
A) deverá, eventualmente, dar-se uma mudança em ambas, ou em apenas uma delas, sendo possível que deixem de ser contrárias.
B) deverá, necessariamente, dar-se uma mudança em ambas, pois apenas em uma delas é insuficiente para que deixem de ser contrárias.
C) deverá, necessariamente, dar-se uma fixação em ambas, ou em apenas uma delas, para que nunca deixem de ser contrárias.
D) deverá, necessariamente, dar-se uma mudança em ambas, ou em apenas uma delas, até que deixem de ser contrárias.
E) deverá, necessariamente, dar-se uma cristalização de ambas, pois a estrutura ontológica dos entes exige a permanência dos contrários.

39. No capítulo sobre "O empirismo inglês", da coletânea Curso de filosofia, organizada por Antonio Rezende, Danilo Marcondes reconhece que o empirismo é "uma das grandes correntes formadoras da filosofia moderna". Na "definição" contida na abertura desse capítulo, o intérprete afirma que os empiristas pretendem dar uma explicação do conhecimento a partir da:
A) ideia inata.
B) contemplação teórica.
C) fé.
D) subjetividade transcendental.
E) experiência.

40. Immanuel Kant dedicou sua Crítica da razão pura à questão do conhecimento. De acordo com o que escreve o filósofo alemão na abertura da parte sobre a "razão em geral" desta obra, todo o nosso conhecimento começa:
A) na razão, vai daí aos sentidos e termina no entendimento.
B) na razão, vai daí ao entendimento e termina nos sentidos.
C) no entendimento, vai daí à razão e termina nos sentidos.
D) nos sentidos, vai daí ao entendimento e termina na razão.
E) nos sentidos, vai daí à razão e termina no entendimento.

41. O pensamento filosófico do século XIX concedeu especial relevância ao tema da história, porém nenhum pensador parece tê-lo feito tanto quanto Hegel. Na introdução da Filosofia da história, Hegel apresenta três tipos de abordagem da história, discorrendo sobre cada um deles. As três formas de encarar a história ali apresentadas por Hegel são as seguintes:
A) a científica, a artística e a filosófica.
B) a original, a refletida e a filosófica.
C) a epistemológica, a fenomenológica e a ontológica.
D) a monumental, a tradicionalista e a crítica.
E) a da loucura, a da sexualidade e a da ciência.

42. Em suas teses "Sobre o conceito da história", publicadas em Magia e técnica, arte e política (Obras escolhidas v. 1), Walter Benjamin analisa criticamente a ideia do progresso. Na tese 13, Benjamin afirma que a ideia de um progresso da humanidade na história é inseparável da ideia de sua marcha no interior de um tempo caracterizado como:
A) vazio e homogêneo.
B) cheio e heterogêneo.
C) saturado de agoras.
D) misterioso e redentor.
E) revolucionário.

43. Na "Terceira dissertação" de Genealogia da moral, Nietzsche discute a famosa definição que Kant oferece do belo, contrapondo a ela "uma outra, de um verdadeiro "espectador" e artista". Este escritor, a quem Nietzsche se refere e que, conforme o próprio filósofo alemão, chamou o belo de "uma promessa de felicidade", é:
A) Flaubert.
B) Goethe.
C) Proust.
D) Balzac.
E) Stendhal.

44. Na "Carta sobre o humanismo", que é parte de Marcas do caminho, Martin Heidegger definiu um princípio fundamental de toda sua filosofia sobre a linguagem. De acordo com o que afirma Heidegger, logo no começo desse texto, a linguagem é:
A) voz de Deus.
B) morada do ser.
C) estrutura da subjetividade.
D) consenso inter subjetivo.
E) ideologia capitalista.

45. Theodor Adorno esteve sempre atento, em seu pensamento, aos variados perigos que rondam o exercício da filosofia durante a época contemporânea, a partir do século XX. No fragmento "Dentro e fora", de Minima moralia, ele destacou que a filosofia estava ameaçada no espaço acadêmico e no espaço extra-acadêmico, respectivamente, pelas pressões
A) da tautologia organizada e da tautologia desorganizada.
B) da economia estatal e da economia de mercado.
C) da economia de mercado e da tautologia organizada.
D) da tautologia organizada e da economia de mercado.
E) da tautologia desorganizada e da economia de mercado.

46. No capítulo "Visões da modernidade", da coletânea Curso de filosofia, organizada por Antonio Rezende, os professores Eduardo Jardim e Katia Muricy recorrem ao pensamento de Hannah Arendt para fazer um diagnóstico da contemporaneidade. "Nosso tempo é marcado, segundo Hannah Arendt, pela crise dos três sustentáculos da civilização ocidental". Conforme a exposição dos autores, tal crise se apresentou historicamente na seguinte sequência cronológica:
A) a da tradição filosófica, nos séculos XVII e XVIII; a da religião, no século XIX; e a da autoridade política, no século XX.
B) a da autoridade política, nos séculos XVII e XVIII; a da tradição filosófica, no século XIX; e a da religião, no século XX.
C) a da religião, nos séculos XVII e XVIII; a da tradição filosófica, no século XIX; e a da autoridade política, no século XX.
D) a da tradição filosófica, no século XVII; a da autoridade política, no século XVIII; e a da religião, no século XIX.
E) a da religião, no século XIX; a da tradição filosófica, no século XX; e a da autoridade política, no século XXI.

47. Durante o século XX, a filósofa Hannah Arendt afirmou que existe uma antiga resposta para a pergunta sobre o sentido da política tão simples e concludente, que poderia dispensar outras respostas por completo. De acordo com o que explana Hannah Arendt em O que é política?, esse sentido da política é:
A) o poder.
B) a administração.
C) a liberdade.
D) a igualdade.
E) o bem.

48. Jean-Paul Sartre, em O ser e o nada, faz uma fenomenologia das dimensões temporais. Tendo em vista essa descrição fenomenológica sobre o passado e o presente, ele conclui que:
A) o passado é em-si e o presente é para-si.
B) o presente é em-si e o passado é para-si.
C) o passado e o presente são em-si.
D) o passado e o presente são para si.
E) nem o passado e nem o presente são em-si ou para-si.

49. Nas Investigações filosóficas, Ludwig Wittgenstein indaga quantas espécies de frases existem na linguagem. De acordo com o que ele define nesta obra,
A) existe apenas uma espécie de frase: a afirmação.
B) existem apenas duas espécies de frases: a afirmação e a pergunta.
C) existem apenas três espécies de frases: a afirmação, a pergunta e o comando.
D) existem apenas quatro espécies de frases: a afirmação, a pergunta, o comando e a descrição.
E) existem inúmeras espécies de frases: em uma pluralidade que não é fixa.

50. Filosofia é questão de ideias. Entretanto, para alguns filósofos, ela é também questão de estilo. Gilles Deleuze pensava assim, e por isso dizia que "os grandes filósofos são também grandes estilistas", como fez na entrevista do livro Conversações, dedicada exclusivamente ao tema da filosofia. Nessa entrevista, o pensador francês define, ainda, que tal estilo em filosofia é:
A) a comunicação elegante.
B) a beleza da contemplação.
C) o processo da reflexão.
D) a quietude da linguagem.
E) o movimento do conceito.

GABARITO
31. B
32. D
33. C
34. D
35. A
36. A
37. B
38. D
39. E
40. D
41. B
42. A
43. E
44. B
45. D
46. C
47. C
48. A
49. E
50. E
     

 
 
Como referenciar: "Provas - Professor de Filosofia - Estado do Rio de Janeiro - CEPERJ - 2013" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 19/04/2024 às 19:19. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_prova.php?id=155