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Dicionário de Filosofia
Iconofilia | ||
Amor pelas imagens. Arte de colecionar imagens. |
Iconofobia | ||
Medo, aversão ou desprezo por imagens, especialmente as religiosas. |
Ideação | ||
Termo usado por Husserl em Investigações Lógicas para designar aquilo que chamou de "intuição eidética" ou "visão das essências". |
Ideal | ||
É a noção, de origem setecentista, da encarnação acabada, mas não real, da perfeição em determinado campo. Essa noção foi claramente expressa por Kant, que a distinguiu da noção de ideia: "A virtude e, com ela, o saber humano em toda a sua pureza são ideias. Mas o sábio é um ideal, um homem que só existe no pensamento, mas corresponde plenamente à ideia de sabedoria. Assim como a ideia dita a regra, o Ideal serve de modelo... Embora não se possa atribuir realidade objetiva aos Ideais, nem por isso eles devem ser considerados quimeras; ao contrário, oferecem um critério à razão, que precisa do conceito do que é perfeito em seu gênero para, tomando-o como medida, avaliar e estimar o grau e a falta de perfeição". No domínio da estética o Ideal é a figura humana. Esse conceito de Ideal como perfeição concretizada num tipo ou numa forma de vida, mas não realizada, passou a ser comum, verificando-se toda vez que se acentua a separação entre o dever ser e o ser. Hegel, que negou esta separação, empregou a noção do Ideal só no domínio da estética, visto ter concebido a arte como a "intuição concreta e a representação do Espírito Absoluto em si como do Ideal". A distância da realidade, que é a característica do Ideal, é limitada por Hegel ao mundo da arte, porque nele a Ideia ou Razão autoconsciente não chega a realizar-se na sua forma própria, mas transparece, nas formas sensíveis da natureza, como o Ideal que está de algum modo além dessas formas. Na filosofia contemporânea, que mesmo restabelecendo a distinção entre dever-ser e ser, própria da filosofia setecentista, recusa-se a considerar o dever-ser como já encarnado numa forma perfeita e como inatingível na realidade, a noção de Ideal, caracterizada por esses dois aspectos, deixou de ser usada e foi substituída pela noção de valor. |
Idealidade | ||
Para Kant Idealidade é a subjetividade das formas da intuição e das categorias; neste caso se trata de Idealidade transcendental no sentido de que tais formas são condições da consciência. Conforme Kant a existência de todos os objetos dos sentidos externos é duvidosa. A esta incerteza deu o nome de Idealidade dos fenômenos externos. Hegel inverteu esse conceito de Idealidade, afirmando que ela não deve ser entendida como negação do que é real, mas como sua conservação. |
Idealismo | ||
Este termo foi introduzido na linguagem filosófica em meados do século XVII, inicialmente com referência à doutrina platônica das ideias. Leibniz diz: "O que há de bom nas hipóteses de Epicuro e de Platão, dos maiores materialistas e dos maiores idealistas, reúne-se aqui [na doutrina da harmonia preestabelecida]". Contudo, esse significado do termo, que por vezes é indicado como "Idealismo metafísico", no sentido de ser uma hipótese acerca da natureza da realidade (que consiste em afirmar o caráter espiritual da própria realidade) não teve longa vida. Essa palavra foi usada principalmente nos dois significados seguintes: 1º Idealismo gnosiológico ou epistemológico, por várias correntes da filosofia moderna e contemporânea. 2º Idealismo romântico, que é uma corrente bem determinada da filosofia moderna e contemporânea. Denomina-se idealista quem admite que os corpos têm somente existência ideal em nosso espírito, negando assim a existência real dos próprios corpos e do mundo. Aquele que admite neste mundo somente espíritos é um idealista. Idealismo é a teoria que declara que os objetos existem fora do espaço ou simplesmente que sua existência é duvidosa e indemonstrável, ou falsa e impossível. O Idealismo constitui ainda o nome da grande corrente filosófica romântica que se originou na Alemanha no período pós-kantiano e que teve numerosas ramificações na filosofia moderna e contemporânea de todos os países. Por seus próprios fundadores, Fichte e Schelling, esse Idealismo foi denominado "transcendental", "subjetivo" ou "absoluto". Hegel, que também chama de subjetivo ou absoluto o seu Idealismo, esclarece seu princípio desta forma: "A proposição de que o finito é o ideal constitui o idealismo. O Idealismo da filosofia consiste apenas nisto: em não reconhecer o finito como verdadeiro ser. Toda filosofia é essencialmente Idealismo, ou pelo menos tem o Idealismo como princípio; trata-se apenas de saber até que ponto esse princípio está efetivamente realizado. A filosofia é Idealismo tanto quanto religião". Ambas as derivações mantiveram aquilo que, para Hegel, era a principal característica do Idealismo: a não realidade do finito e a sua resolução no infinito. |
Ideato | ||
Spinoza, que entende por ideia adequada aquela que tem "as notas intrínsecas da ideia verdadeira", adverte: "Digo intrínsecas para excluir a nota que é extrínseca, ou seja, a correspondência da ideia com o seu Ideato". |
Ideias abstratas | ||
Berkeley considera que a abstração nos leva a conceber coisas que não existem em lugar algum, por isso nega a sua existência, ou seja, para ele não há idéias abstratas, somente idéias concretas. David Hume diz, no Tratado da Natureza Humana, que as idéias são imagens apagadas das impressões em nossos pensamentos e em nossos raciocínios. Para John Locke um conceito, é uma idéia abstrata e, por ser humana, é a principal diferença entre animais e homens. Ele designa idéia, tudo o que é objeto do intelecto enquanto pensamento - imagem, noção, conceito mental. Se para Locke abstração é o processo através do qual o humano adquire os conceitos, então, nesse caso, podemos considerar conceito como uma idéia abstrata, como uma idéia que representa um aspecto da realidade isolada pelo espírito. |
Ideias Complexas | ||
Na Filosofia Clínica as Idéias Complexas, seguem a indicação de Hume e Locke e, refere-se a imagens mentais que se seguem a alguma vivência relacionada aos sentidos que sejam simultâneos ao derivar das idéias antecedentes, de modo adaptado à singularidade da pessoa. Novas idéias, subseqüentes e conseqüentes, darão uma diretriz de resolução à pessoa em direção às sensações, o que significa levar a pessoa da abstração para o sensorial e fazê-la viver momentos no limite sensorial a fim de conduzi-la a vivências que tinha somente enquanto usava conceitos ou termos que podiam ser usados como um modo íntimo de ser no mundo, e assim se ter maior objetividade, minúcia, entendimento, simplicidade. |
Idential | ||
Adjetivo criado por Avenarius para designar o conjunto de dois dos caracteres, identidade e alteridade. |
Como referenciar: "Dicionário - I" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 21/11/2024 às 14:24. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_dic.php?palvr=I&pg=0