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Dicionário de Filosofia

Anamnésia
Doutrina platônica da reminiscência. Não nos seria possível numerar as coisas, dois, três, quatro, etc., se não tivéssemos latente a idéia de número e a de duplicidade, triplicidade, etc., que de certo modo, preexistem na alma.
 

Anarquia
Doutrina política que consiste, em linhas gerais, na redução progressiva ou revolucionária do poder estatal ou de sua extinção política completa. Neste sentido foi usada pela primeira vez por Proudhon.
 

Análise
a) Decomposição de um todo em suas partes, seja na ordem material (análise química), seja na ordem mental (análise de um conceito), pela definição. b) Na lógica os elementos primários são a própria forma lógica, e a análise consiste em demonstrar a aplicação correta das leis do raciocínio de um material dado. c) O emprego que Kant faz das palavras análise e analítico prende-se ao uso por Aristóteles, que distingue no Organon, sobre a lógica formal, uma analítica primária (teoria do raciocínio) e uma analítica secundária (teoria das provas). Essa análise lógica que é essencialmente decomposição dos conceitos se opõe diametralmente à síntese, como operação contrária. Kant, no propósito de aplicar as formas lógicas ao conhecimento da realidade, parte deste sentido da palavra quando procura as condições a priori da experiência na sua chamada analítica transcendental.
 

Análogo
a) Adjetivo que designa a referência de um termo a um segundo termo, na mesma relação que um terceiro e um quarto. Essa relação pode ser quantitativa, como acontece na proporção matemática (2:3::4:6., ou o caso especial 2:4::4:8, segundo a fórmula a:b::b:c), ou a relação pode ser referente à situação, às funções ou à finalidade. Assim: a roupa humana é análoga (ou corresponde) à pele dos animais; quer dizer que ela tem o mesmo fim para o homem que a pele para o animal. b) Análogos também se chamam os grupos, cujos membros se correspondem uns aos outros.
 

Androcracia
É a condição social que consiste na supremacia masculina; ou seja, em que todo o poder é dado aos homens.
 

Angústia
a) Para Kierkegaard a angústia, em sentido filosófico, parte do abismo irreconciliável entre o finito e o infinito, sentido pela existência humana como uma opressão radical, como desamparo ante o nada, pelo qual pode fugir do engano da razão unificadora e identificadora e submergir-se no existir. b) Heidegger faz da angústia o meio de temperar o ânimo peculiar, mediante a qual se revela o nada e se descobre a existência como um estar, sustentando-se nela. Há nela uma indeterminação absoluta, que a distingue do medo. c) Na concepção trágica de Nietzsche, a luta entre o ser e o não-ser, e a afirmação daquele pela vontade de potência, pelo desejo de conservar-se e de superar-se.
 

Animismo
a) Doutrina que considera a alma o princípio da vida. Para os jônicos o princípio da vida é a alma, mas sendo material, o princípio da vida é material. Para Platão é o princípio da vida, mas é inferior, perecível; portanto, cabendo a razão à alma superior, imortal, inteligente, imaterial, nous. Os estóicos pouco diferem dos jônicos, embora sejam panteístas. Paracelso segue Platão: a vida provém de uma alma intermediária entre o corpo e o espírito; diferindo do animismo de Aristóteles. A vida provém da alma nutritiva. b) Usado ainda para designar o estado mental dos povos primitivos, que emprestam caracteres antropomórficos às coisas da natureza.
 

Anoético
Refere-se às sensações puras, aos estados afetivos e aos estados precognitivos e não cognitivos da mente.
 

Antagonismo
a) Etimologicamente a oposição, a luta entre contrários. b) Antagonismo físico é quando há concorrência de forças, que atuam em sentido inverso ou de uma que produz efeitos opostos. c) Na ordem mental oposição de caracteres, opiniões, sentimentos, volições num indivíduo. d) Deve-se distinguir antagonismo de antinomia, porque se esta é uma oposição, é ela irredutível e insolucionável, enquanto o antagonismo é solucionável.
 

Antítese
a) Oposição de sentido entre dois termos ou duas proposições, que pode ser contraditória ou contrária, mas geralmente refere-se à última. b) Num sentido mais lato usa-se também referente à oposição que há entre dois caracteres ou duas tendências. c) Na lógica transcendental de Kant, como depois na terminologia de Fichte, Hegel e nos dialéticos modernos, a antítese, como oposto à tese, ganha uma significação especial que se baseia na primeira definição.
 

   

 
 
Como referenciar: "Dicionário - A" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 23/11/2024 às 23:33. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_dic.php?palvr=A&pg=8