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Dicionário de Filosofia

Agonístico
Concernente à luta. Empregado por Platão para indicar o que gosta da controvérsia. Emprega-se com referência à luta em geral, luta pela vida, luta de classes e para as tomadas de posição que recomendam a polêmica, como um instrumento de progresso.
 

Alienação
Georg Wilhelm Friedrich Hegel entendia Alienação como a consciência que se experimenta como separada da realidade à qual pertence de alguma maneira. Karl Marx pensava que a Alienação é a separação entre o trabalhador e o produto do seu trabalho, ou seja, o que o trabalhador produz não lhe pertence.
 

Alma
Nos gregos, aparece a crença amplamente exemplificada em Homero, de que o homem possui um duplo, uma sombra da sua existência corporal, a psique, representada como distinta e como separável do corpo sem, entretanto, ser concebida como uma realidade superior; foi antes um sopro que deu a vida. Em Anaxágoras a psique faz parte do Nous, que move o universo, antecipando com isso um ponto de vista que considera a psique não só em relação ou oposição ao corpo, mas também ao espírito. Os pitagóricos, em parte, procuraram estabelecer um acordo entre a psique e as realidades cosmológicas, concebendo aquela como a harmonia do elemento corpóreo. Mas esse papel meramente funcional não está de acordo com o fato da substancialidade da alma, indispensável pressuposição da crença na transmigração da alma, atribuída aos pitagóricos. As diferentes atribuições da alma, enquanto constituem valorações positivas, foram reunidas e interpretadas por Platão. Segundo ele a psique move a si mesma, é imortal e congênita aos deuses e permanece na visão pura das ideias eternas, que contrastam com a corruptibilidade do mundo visível e, ainda cônscia daquele mundo absoluto do ser verdadeiro, a vida ligada ao corpo significa, uma existência inferior. Para Aristóteles a psique é o princípio ativo do movimento e da vida, a forma do corpo e a enteléquia, como o princípio peculiar de ordem dos elementos corpóreos. Conforme as diferentes manifestações da atividade da alma, distingue a alma vegetativa, a animal e a racional, as quais não podem ser separadas do corpo. Uma parte está dentro da alma racional, porém outra vem de fora e sobrevive à existência corpórea. A alma é por Aristóteles definida como a primeira perfeição, que é ato de um corpo natural orgânico e ainda como o primeiro princípio pelo qual vivemos, sentimos, nos movemos e pensamos. Esta doutrina foi aceita pelos escolásticos em geral e, em especial por Tomás de Aquino, que a considerou como a forma substancial do corpo.
 

Alognosia
Conhecimento supra-normal da mente, fora do âmbito dos sentidos, a qual se mantém diretamente com a mente de outro indivíduo.
 

Alogos
Nome dado pelos egípcios a Tifone que representava as paixões brutais, contrárias à razão, em oposição a Osíris, que é na ordem cósmica o mesmo que, no homem, é a razão.
 

Altruísmo
Se colocar no lugar do outro, ter o sentimento e o pensamento de que é outra pessoa. Oposto ao egoísmo. Benevolência, mas não se reduz a ela. Geralmente gera benefícios para a comunidade. Amor ao próximo.
 

Amanual
Heidegger chama mundo amanual ao conjunto das coisas ou situações, enquanto estão à mão e se nos oferecem portanto como algo útil, manejável ou manipulável. Assim o mundo amanual é aquele do qual nos ocupamos e preocupamos, o mundo que se refere às distintas possibilidades da existência humana. Seu modo de ser é ontologicamente anterior ao mundo presente, o qual se baseia no mundo amanual, no qual a existência se acha instalada.
 

Amoralismo
a) Doutrina que nega à valoração ética o caráter universal e imperativo. O amoralismo é antes a proclamação da relatividade da moral do que a sua negação, visto que a existência de uma valoração moral é um fato evidente. b) O adjetivo amoral, entretanto, que não se aplica à doutrina, mas à atitude prática de um indivíduo, significa um estado de neutralidade perante os valores do bem e do mal, que pode ser uma mentalidade primitiva ao desconhecer a qualificação ética ou uma neutralidade reflexiva que despreza aqueles valores. c) Quanto à doutrina de Nietzsche, é difícil classificá-la como amoralismo ou imoralismo. Ele que chama sua própria doutrina de imoralismo, ataca a moral tradicional e exige um procedimento que, dentro das categorias dessa moral tradicional, é imoral. Isto porém não passa ainda de amoralismo. d) Usado ainda para designar a ausência de moralidade num indivíduo.
 

Analítico
a) O que se processa por análise ou que constitui uma análise. O método analítico do pensamento é o que se baseia no juízo, indução e silogismo, e que constitui o procedimento ordinário do espírito; ele se opõe ao método sintético que procede por meio de tese, antítese e síntese. b) Kant chama de juízo analítico aquele cujo predicado está contido no sujeito.
 

Analogia
a) Proporção que consiste em uma identidade de relação entre cada dois termos de vários pares. b) Também significa, a realidade que encarna essa proporção. c) Na lógica uma forma de argumento que, partindo da identidade ou semelhança observada entre dois ou mais objetos, infere a existência de um caráter observado em um dos termos, a existência do mesmo caráter, ainda não observado no outro termo.
 

   

 
 
Como referenciar: "Dicionário - A" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 23/11/2024 às 21:39. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_dic.php?palvr=A&pg=7