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Dicionário de Filosofia

Absurdo
a) Adjetivo para designar um pensamento que contradiz as leis formais da lógica. Uma ideia absurda, portanto, é uma ideia cujos elementos são incompatíveis uns com os outros. Um juízo absurdo é o que implica uma inconsequência. b) Um raciocínio absurdo é um silogismo formalmente falso. Neste sentido restrito da palavra, tudo o que é "contraditório", é também considerado absurdo pela lógica formal. E tudo o que é absurdo, também é falso. Mas nem tudo o que é falso é absurdo, porque uma proposição, sendo absurda, ainda não carece completamente de sentido, porquanto a sua falsidade consiste, principalmente, no elemento formal. Por isso "falso" tem um sentido mais geral do que absurdo, encerrando também o contrassenso. c) Em filosofia é absurdo o que é contra a razão; não obstante, no uso comum, também se chama absurdo o que é contrário às verdades contingentes (por ex.: o sol nasce às 3 horas; o que pode ser errado, mas nunca absurdo, no sentido filosófico). Não se deve, no entanto, empregar esta expressão para qualificar o que é contraditado pela experiência, porque esta não compreende senão as leis e os fatos que conhecemos, e que, embora não existam, podem ser julgados possíveis. Nas ciências, que se apoiam unicamente em raciocínios e definições, como a geometria, não há meio termo entre o absurdo e o verdadeiro. Nas outras, o hipotético e o falso servem de intermediários entre os dois extremos. d) Na linguagem familiar diz-se de tudo quanto é desrazoável, tanto quanto às ideias como às pessoas. "Redução ao absurdo" é a operação pela qual se demonstra que uma proposição dada é falsa, ao deduzir dela quer uma proposição já conhecida por falsa, quer uma contrária àquela de onde ela procede.
 

Abulia
Conjunto de fenômenos psicológicos anormais, que se manifestam na ausência ou impotência da vontade. Há abulia de decisão e abulia de execução. Na primeira, há indecisão ou incapacidade de decidir a escolha ou a ação; na segunda, há a concepção do ato, mas falta a vontade para praticá-lo, embora nada o impeça.
 

Abundância
Presença de bens materiais, conforto, ou provimentos adequados a subministrar as bases físicas para uma boa vida. Este termo começou a ser usado, e entrou em voga atualmente, ao ser empregado na chamada Filosofia da abundância, em contraste com a escassez, condicionada por outras maneiras de conceber a organização econômica da vida social.
 

Abuso
Latim: ab e usum, o que indica o afastamento do uso normal e devido de alguma coisa. Abuso é, assim, o uso indevido de algo, e pode ser empregado em todas as esferas. Daí falarem-se em abusos políticos, sociais, econômicos, filosóficos, etc. Nele há sempre o logos de um desvio do uso normal. É o caminho do vício, das direções viciosas. Só que, no vício, há a indicação de um hábito abusivo.
 

Academia
Escola filosófica fundada por Platão em 387 a.C., nos jardins consagrados ao herói ateniense Academos. Fechada no ano 529 por ordem do imperador romano Justiniano.
 

Acatafasia
Deficiência da linguagem, que consiste na incapacidade de relacionar as palavras para a construção de frases.
 

Acatalepsia
Palavra usado por Pirro para designar o estado céptico, que renuncia em definitivo encontrar a solução de um problema. Os pirrônicos admitiam uma acatalepsia universal e absoluta. Segundo eles, de nenhuma coisa podemos ter um conhecimento certo. Bacon usava-a no sentido de dúvida definitiva, oposta à dúvida metódica.
 

Acidental
Diz-se ao que pertence ao acidente e não à essência; igualmente ao que ocorre de maneira contingente e casual, sem necessidade.
 

Acidentalismo
Doutrina que sustenta a negação do princípio de causalidade e que afirma que podem ocorrer fatos absolutamente sem causa (tiquismo, casualidade, acaso) o que, na ética e na psicologia especulativa condiz ao indeterminismo dos processos mentais, ensinando que não há ligações entre si, sem determinada causa, mas que se verificam acidentalmente.
 

Acidente
Designação genérica de diversas circunstâncias ou qualidades que podem determinar uma substância, sem constituir, contudo um de seus elementos essenciais. Aristóteles distingue: 1) acidentes que são próprios a um sujeito, não necessariamente (por exemplo: o fato de um músico ser branco); 2) acidentes que aderem ao sujeito, com necessidade (melhor é chamá-los de propriedades), ainda que não pertençam à substância, como por exemplo o fato dos ângulos de um triângulo equivalerem dois retos.
 

   

 
 
Como referenciar: "Dicionário - A" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 23/11/2024 às 11:01. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/vi_dic.php?palvr=A&pg=3