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Hamlet - imagem XL
Hamlet e Laertes fazem uma luta acirrada, intensa. Laertes olha para Hamlet e olha para o Rei, sente a difícil competição.
De repente, Laertes esboça um golpe, vira-se e atinge Hamlet no ombro.
Hamlet olha o ombro ferido, camisa rasgada sob o olhar de Horácio, entre tantos outros. O Rei grita para separá-los, pois estão enraivecidos, mas eles continuam. Nesta luta Hamlet acaba por fincar sua espada no pulso. O homenzinho que fora juiz e conhecido de Laertes, pergunta-lhe como ele está.
- “Estou justamente morto, com minha própria deslealdade”.
Naquele mesmo instante Hamlet nota que sua mãe não passa bem e acha que está desmaiando por ter visto aquilo tudo, mas ao aproximar-se dela, conta que foi a bebida e olha para Hamlet pela última vez, dizendo:
- “Oh, meu querido Hamlet.”
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Hamlet - imagem XXXIX
- “Ele tem calor e escassez de respiração” – diz a rainha, e lhe oferece o lenço. Um velho ancião passa a taça com a bebida para que ela a segure. A taça com veneno. A Rainha então bebe o líquido da taça e o rei, ao vê-la beber, grita:
- “Boa Gertrudes, não beba!” – mas é tarde.
O rei vira-se cambaleando e dizendo que é muito tarde.
Laertes chega perto do Rei para dizer-lhe:
- “Meu senhor, o estocarei agora”.
A rainha chama Hamlet dizendo que deseja enxugar a sua face. Ele aproxima-se dela deixando-a fazer a sua generosidade e com carinho beija a face da mãe e o olha ternamente.
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Hamlet - imagem XXXVIII
E as escolhas das armas inicia. O Rei ordena a um dos homens que coloque as jarras de vinho em uma das mesas, apontando para o lugar.
- “Vamos, comecem” – diz o rei.
Tanto Hamlet quanto Laertes fazem o ritual da luta. Quando uma se aproxima da outra, vê-se a espada de Hamlet embolada. Em sua ponta uma minúscula bolinha de aço.
A Rainha olha tudo seriamente. Olha com desconfiança a taça que está nas mãos do ancião a seu lado e que contém a jóia, a pérola jogada dentro pelo Rei.
Nosso filho ganhará, de voz alta diz o Rei a Rainha.
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Hamlet - imagem XXXVII
Ao som das cornetas tem início a luta entre Hamlet e Laertes. O Rei pede que Hamlet segure uma das mãos de Laertes. Ao segurá-la, Hamlet pede-lhe perdão, dizendo-lhe que o fez errar, mas como um cavalheiro - que o perdoasse.
A Rainha beija Hamlet e o abraça. O filho conduz a mãe até seu lugar de espectadora, delicadamente.
Laertes grita para que tragam os floretes, mas Hamlet diz que ele será o seu florete, já que suas habilidades são como estrela na noite mais escura, realmente um brilho ígneo.
“ - Você me escarnece, senhor” - diz Laertes.
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Hamlet - imagem XXXVI
Chega um encarregado do Rei para dizer a Hamlet que ele fez uma grande aposta em sua pessoa e começa a tecer elogios sobre Laertes. Hamlet pergunta ao homem o que está acontecendo.
Horácio diz a Hamlet que perderá a aposta, mas Hamlet diz que não pensa assim, pois Laertes esteve na França enquanto ele esteve em contínua prática e que ganharia as vantagens. Mas Hamlet tem um pressentimento.
“ - Nós desafiamos o presságio. Existe uma providência especial pelo outono de um pardal. Se é agora, por que não vir? Se é para não vir, será agora. Se não é agora, contudo virá. A prontidão é tudo. Há uma divindade que amolda nossos fins, eles cortam ásperos como nós iremos.”
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Hamlet - imagem XXXVI
Horácio e Hamlet conversam. Hamlet diz-lhe que é o homem mais íntegro com quem já deparou.
- “Não pense que é lisonja, pois tens sido quem, sofrendo tudo, nada sofres. Quem os males e bens do destino têm agradecido igual. E abençoados os que tão bem misturam sangue e bom senso, que não são flautas em que o destino toca o que quer. Mostra-me um homem que não seja escravo da paixão e eu o trarei no coração sim, no coração do meu coração, como faço contigo. Chega de falarmos nisso, mas sinto muito ter perdido a cabeça com Laertes, pois minha causa retrata a sua. Vou desculpar-me com ele; porém a violência da sua dor me fez perder o controle.” – diz Hamlet referindo-se ao episódio no cemitério.
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Hamlet - imagem XXXV
O Rei explica a Laertes como vão matar Hamlet: - “Nós cuidaremos de exaltar vossa maestria, ensejaremos um confronto entre vocês e apostaremos. Hamlet, não tendo suspeita, não examinará as espadas e vós fácil ou ardilosamente podereis escolher uma espada não embolada e vingar vosso pai”.
Laertes diz que envenenará a espada. Ainda assim, o rei preparará uma taça com bebida envenenada. Caso Hamlet tenha sede, nem mesmo será preciso lutar...
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Hamlet - imagem XXXIV
O Rei inicia uma conversação com Laertes, um plano, para acabar com Hamlet, agora da sua volta. Não poderá sucumbir, diz o Rei, ao que planejei, de modo que sua morte não provoque qualquer protesto; nem mesmo de sua mãe que a julgará acidental. Laertes gosta da idéia; sobretudo, coloca-se a disposição como instrumento se assim for possível. O Rei fica satisfeito ao ouvir isso, pois é isso mesmo que convém a ele. O Rei sabia que Laertes brilha num dom. Um normando esteve no palácio há meses atrás, dizendo que Laertes tinha perícia nas armas e principalmente no florete. |
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Hamlet - imagem XXXIII
Hamlet, vendo aquela cena, aproxima-se e se identifica.
- “Que te danes”, diz o irmão da morta Ofélia e joga-se em Hamlet querendo bater-lhe, mas os soldados impedem. Hamlet diz que também amava Ofélia e o irmão diz-lhe que não mais que ele.
Hamlet sai e Laertes pergunta ao Rei porque não agiu contra Hamlet, enquanto saiam do cemitério e caminhavam para dentro do palácio. O Rei então explica que são duas as razões especiais que parecem desprezíveis, mas que para ele são fortes: a rainha, mãe de Hamlet, vive quase só para ele e outro motivo é o amor que a ele dedica o povo, cuja afeição converte seus pecados em graças.
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Hamlet - imagem XXXII
Hamlet vai até um cemitério onde encontra um homem velho fazendo uma cova. Hamlet, que estava acompanhado de seu amigo Horácio, começa a fazer-lhe perguntas, mas por fim para de falar, pois vêem que estão chegando no local o Rei e a Rainha, com tão poucos rituais, o que indica que quem estão trazendo tirou sua própria vida. Hamlet entende que aquele corpo é da bela Ofélia.
A mãe de Hamlet, a Rainha, joga-lhe pétalas de rosas e diz-lhe adeus. Esperava que seu filho, Hamlet, casasse com ela. O irmão da morta olha para o corpo diz:
- “Oh, tripla maldição, cai dez vezes triplicada sobre o maldito cujo ato perverso te privou da razão e joga-se na cova pedindo para que os cubram.”
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Hamlet - imagem XXXI
O irmão de Ofélia está no castelo e a vê balbuciando palavras desconexas, andando sozinha pelos corredores do castelo e sempre cantarolando canções de morte; canções cujas letras retratam a morte e falam do pai falecido.
O irmão olha para o alto e com lágrimas nos olhos, diz:
- “Vedes isto, ó Deus?”
E Ofélia foi até as margens de um riacho onde tem um salgueiro e onde suas folhas espelham na água. Levou grinaldas, urtigas, margaridas e flores purpúreas; ao tentar prender nos pendentes ramos suas coroas floridas, um ramo invejoso se quebrou e então ela e seus troféus caíram no riacho. Suas roupas se espalharam, e qual sereia por algum tempo a sustentaram. Não tardou muito até que seus trajes pesados de água puxassem a pobre jovem para a lamacenta Morte. Afogou-se.
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Hamlet - imagem XXX
Chega correspondência de Hamlet para os reis, trazida por marujos. O Rei e a Rainha retiram-se em silêncio lendo suas cartas.
Horácio que estava na vigia de Ofélia também recebe um mensageiro que lhe entrega uma carta de Hamlet. Nela, Hamlet explica que antes de partirem para a Inglaterra, um navio pirata fortemente armado deu caça a seu navio. Houve luta e Hamlet os abordou; eles se afastaram do navio e somente ele se tornou prisioneiro. Estranhou a maneira como o tratam e diz que farão trazer Horácio até onde ele está.
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Hamlet - imagem XXIX
O Rei é informado por Hamlet que este colocou fim à vida de Polônio.
- “Hamlet, tua segurança nos é tão cara quanto é penoso o que fizeste, e tua ação te obriga a daqui partir o quanto antes. Prepara-te pois... o navio está pronto e seguirás para a Inglaterra.”
- “Para a Inglaterra!”
O rei exige a partida imediata de Hamlet e se retira para pensar.
- “E, Inglaterra, se minha estima prezas, não ignora nossas soberanas ordens concernentes a imediata morte de Hamlet. Faze-o, Inglaterra, pois qual febre ele me ferve o sangue e precisas curar-me. Até eu saber que assim se fez, coisa alguma me dará alegria.” – deseja o rei.
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Hamlet - Imagem XXVIII
A Rainha afirma que Hamlet delira.
- “Mãe, não lisonjeeis vossa alma supondo que fale não vosso delito, mas minha loucura. Confessai-vos ao Céu. Arrependei-vos do passado, evitai o que está para vir e não adubeis as ervas daninhas para terem mais viço.”
A rainha chora.
- “Não vades para a cama de meu tio. Simulai virtude se não a tendes. Abstende-vos esta noite e isso facilitará a próxima abstinência, e a seguinte mais adiante, pois o hábito pode quase mudar a natureza. Mais uma vez, boa noite. E quando desejardes ser abençoada, a bênção eu vos pedirei! Preciso ser cruel somente para ser bondoso. Parto para a Inglaterra, sabeis?”
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Hamlet - imagem XXVII
Sua mãe chora sem parar e Hamlet perde a paciência.
- “Que fiz para ser tão rude comigo?” – ela pergunta.
- “Uma ação que macula a modéstia, que rouba a rosa da bela fronte de um amor inocente e deixa uma chaga que deprava os votos do casamento”.
Hamlet mostra de tudo saber.
- “Não fales mais. Fazes-me olhar dentro da minha alma e nelas vejo nodoas tão negras, que não perdem a cor” – diz ela.
- “Viver na fetidez de um leito lascivo, trocando carícias na podridão de um chiqueiro” – afirma Hamlet indignado.
Hamlet olha para o alto sentindo uma sensação estranha, cai ao chão começando a falar com uma imagem que diz estar vendo.
- “Que deseja vossa graciosa imagem?”
Hamlet fala com o fantasma do pai. A mãe nada vê.
- “Vede ali! Vede como se afasta. Meu pai, como se vestia em vida, acaba de sair. Olhe como ele vai, mesmo agora, fora no portal!” afirma Hamlet.
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