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Imagens filosóficas

Galileu

Galileu 63
Rapidamente, tudo se tornou um detalhe técnico. Em 1616, Galileu concordou em não ensinar ou defender a teoria de Copérnico. A acusação era de que ele havia violado esse acordo e Galileu dizia: “Não violei o acordo. Se olhar bem, no final do livro, eu defendo a posição da Igreja e apenas cito esses argumentos como uma ferramenta de discussão”. Qualquer um que lesse o livro saberia a verdade. Notícias sobre o confinamento de Galileu chegaram à Maria Celeste e ela enviou uma carta com conselhos de cautela, sem saber se chegariam a seu pai. “Pai, agora é o momento de se beneficiar daquela prudência, que lhe foi dada pelo Senhor Deus.”
Galileu 62
“Em respeito à corte, recentemente, reli meus diálogos, depois de três anos e realmente reconheço que, em muitos lugares, um leitor ignorante de minhas reais razões poderia supor que vários argumentos sugerem verdadeira convicção de minha parte. Meu erro, confesso, foi o de ambição; a inclinação natural da maioria dos homens em relação às sutilezas para me mostrar mais hábil do que outros homens em desenvolver argumentos para solucionar problemas; ainda que, problemas falsos”. Galileu foi detido em um quarto pequeno no Palácio da Inquisição. Parecia certo que seu “Diálogo” seria banido. A questão era: “Qual seria a punição de Galileu?”
Galileu 61
“Bem, quando estava escrevendo o“Diálogo”, não o fiz porque acreditava na doutrina de Copérnico; em vez disso, apresentei as razões astronômicas que poderiam avançar para qualquer lado da discussão e tentei mostrar que nenhum lado da discussão tem força conclusiva para vencer a opinião uma da outra. Eu não tenho, e desde a determinação do cardeal Belarmino, não tenho tal opinião”. Todos os que leram o “Diálogo” poderiam ver que a defesa de Copérnico era de longe o argumento mais forte do livro. O personagem Simplício, com as palavras de Urbano VIII, era mais sátira do que ciência. Galileu foi forçado a uma situação de falsa humildade e humildade nunca fora seu estilo.
Galileu 60
A Inquisição limitou o julgamento a duas perguntas simples: “ O cardeal Belarmino proibiu Galileu de defender Copérnico quando os dois se encontraram há 16 anoss?” E “Galileu violou esta ordem escrevendo seu “Diálogo?” Galileu: “O senhor cardeal Belarmino me informou que a opinião da estabilidade do Sol e do movimento da Terra era considerada incompatível com a Escritura Sagrada. Acredito que o cardeal me notificou de que era possível manter a opinião hipoteticamente como fez Copérnico”.
Galileu - parte 59
Em Roma, Galileu novamente podia ver o vaticano pelas janelas da embaixada toscana, mas por meses suas notificações para a Inquisição não apareceram. Sua ordem de julgamento, finalmente, chegou em abril. Como a maioria desses procedimentos, Galileu foi conduzido com completa formalidade e perfeita civilidade. Foi mostrado a ele um livro impresso em Florença, no ano de 1632, com o título “Diálogo, por Galileu Galilei”. Quando ele olhou para ele e o verificou, disse: Conheço muito bem esse livro e o reconheço como meu. E reconheço que todo o seu conteúdo foi escrito por mim”.
Galileu - parte 58
Enquanto se preparava para sair de Florença, a filha de Galileu buscou prepará-lo. “Pai, eu suplico para que não enfrente esses problemas pelo lado mais afiado. Em vez disso, vá pelo o outro lado; use-o para cortar a imperfeição que pode reconhecer em si mesmo, e chegue à consciência da vaidade e da ilusão de todas as coisas terrestres”.
Galileu - parte 57
Os conselheiros de Urbano o convenceram de que ele havia sido o modelo para Simplício e de que ele havia sido feito de tolo. Urbano ficou furioso com o livro e os dois nunca mais se falaram. O Papa reuniu uma comissão especial para o caso de Galileu, para olhar o manuscrito e a comissão recomendou um processo pela Inquisição. A Inquisição entregou um papel a Galileu, ordenando que aparecesse em Roma no próximo mês de outubro. O velho homem tentou atrasar sua viagem, alegando doença. No Natal, Galileu foi mais uma vez ordenado a aparecer. Ele poderia ir voluntariamente ou poderia ir algemado.
Galileu - parte 56
O que Galileu está fazendo é escrever um trabalho de grande literatura. Ele o escreveu como diálogo para que fosse tanto um trabalho científico quanto literário e ele esperava que esse Papa moderno, cosmopolita e culto, o apreciasse esquecendo, provavelmente, temporariamente, que, no final desta linda produção retórica, há um grande insulto. No final, ele coloca as palavras do Papa, na boca de Simplício. Que se Deus quisesse fazer o universo, de alguma outra forma, de qualquer forma e fazer parecer como é agora, Ele poderia ter feito e então, nenhum desses argumentos sobre o Sol ser o centro ou a Terra ser o centro pode ser definitivo. Anos antes, quando ele havia passeado pelos jardins do Vaticano com Galileu, o Papa havia dado o mesmo argumento, dizendo que os feitos de Deus estão além da compreensão humana.
Galileu - parte 55
Galileu - parte 55. Considerava-se que lavar o linho em vinagre fervente era uma medida de defesa, embora ninguém soubesse o motivo. O isolamento enclausurado das irmãs se tornou um benefício e a infecção passou por elas. Na primavera seguinte, a epidemia havia diminuído o suficiente para permitir comunicação limitada com o resto da Itália. Por meses, Galileu ficou sem notícias dos censores romanos. Seu manuscrito havia sido perdido na quarentena? Seu trabalho havia sido roubado? O censor florentino havia endossado o livro, mas Galileu precisava da aprovação de Roma.
Galileu - parte 54
O Magistrado da Saúde Pública incluía a ajuda do convento de Maria Celeste, filha de Galileu. Rezar pelo resto do mundo realmente tinha importância e as freiras sabiam disso. Na verdade, durante a peste, elas foram especialmente delegadas para rezar, de duas em duas, por 40 dias, sem parar. Esta foi considerada uma das intervenções mais ativas que poderiam ser feitas contra a peste. Maria Celeste se preocupava com seu pai que envelhecia. Como apotecária do convento, preparou uma medicação para ele, esperando protegê-lo da infecção. “Coloque sua fé neste remédio, pai. Ele é conservado com o mel. Tome uma vez, toda manhã, em uma dose do tamanho de uma noz, seguido de um gole de vinho grego. O Magistrado da Saúde diz que dá uma maravilhosa defesa. Por favor, utilize todas as precauções possíveis, para se proteger do perigo”.
Galileu - parte 53
Uma explosão de peste bubônica atinge toda a Itália, e sobretudo Toscana. O desenvolvimento da ciência trazia a compreensão do contágio. O grão-ducado de Toscana estabeleceu quarentenas em condições desumanas, lacrando as casas das pessoas. Os governadores de Toscana não podiam decidir se confiavam na quarentena ou no poder da oração. Só para ter certeza, tentaram os dois. Desfilar com a Madonna de Impruneta pela cidade era uma maneira de invocar sua ajuda divina e, claro, ter uma procissão religiosa, de certa forma, milita contra o efeito da quarentena. Esperava-se que a fé sobrepujasse a lei da Natureza.
Galileu - parte 52
Galileu conseguiu a permissão de um amigo censor para publicar seu livro em Florença. Ele sabia que seria muito mais difícil persuadir os censores em Roma. Ele despachou várias cópias para o Vaticano, mas antes que pudesse saber o resultado, Florença fora atingida por uma terrível catástrofe. Em 1630, a peste bubônica chegou em Toscana. Em questão de semanas, 6 mil florentinos estavam mortos e Galileu perdeu contato com Roma. Todas as noites quando a cidade se encolhia atrás de portas trancadas, carroças recolhiam os corpos. Médicos andavam pelas ruas com máscaras cheias de palhas para se protegerem do contágio.
Galileu - parte 51
Galileu terminou seu livro na véspera de Natal de 1629. Chamou-se “Diálogo sobre os dois máximos sistemas do mundo”. É uma obra-prima retórica. Galileu explica a nova visão do mundo. É uma discussão sobre os sistemas do mundo. O Sol é o centro do universo? Ou a Terra é o centro do universo? Ele apresenta todas as suas maravilhosas descobertas feitas pelo telescópio. Cria três personagens, nobres de Veneza. O primeiro personagem, o anfitrião, estimula uma discussão entre seus dois convidados. Um deles fala claramente por Copérnico e Galileu, mas o outro, Simplício, o ingênuo, é cômico e expressa as doutrinas da Igreja sobre ciência e filosofia.
Galileu - parte 50
Escrevendo em italiano, não em latim, apresentando sua mais persuasiva evidência, em um estilo brilhante e popular, Galileu começou a entreter e persuadir todos os que liam a visão de mundo de Copérnico. Seguiram-se meses escrevendo quando uma doença interrompeu seu trabalho. Finalmente, depois de cinco anos, o final estava próximo. “Pela Graça de Deus, fui para o caminho certo. O livro está bem grande e cheio de descobertas, o que, escrevendo por meio de diálogos, posso apresentar sem fingimento ou esforço. Se puder sobreviver a este inverno, devo terminá-lo e publicá-lo imediatamente”.
Galileu - parte 49
Galileu fez a difícil jornada de duas semanas a Roma, especialmente para se encontrar com o Papa Urbano VIII. Os dois velhos amigos conversaram bastante, enquanto passeavam pelos caminhos do Vaticano. Uma das coisas sobre as quais falaram era se Galileu podia ou não publicar a teoria de Copérnico e o Papa disse que, contanto que ele se limitasse a falar sobre ela hipoteticamente, não haveria problema. Galileu voltou desses encontros, sentindo que era o momento, de escrever seu grande livro sobre cosmologia, que ele estava prometendo desde 1610. Agora, aos 60 anos, ele se dedicava ao seu novo livro. O Papa dera a Galileu licença para embarcar no que ele esperava ser seu trabalho mais importante.

   

Como referenciar: "Galileu - Imagens filosóficas" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 21/11/2024 às 16:23. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/imagens_lista.php?categoria=Galileu&pg=1