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Tomas More (1478 - 1535)

          Em sua obra Utopia - que pode ser traduzido como lugar que não existe ou lugar feliz que não existe - Tomas More descreve um imaginário reino situado em uma ilha. Nessa ilha vive uma sociedade ideal que pode ser vista como o oposto idealizado da Europa contemporânea de More ou uma sátira dessa mesma sociedade.

            A obra de More se divide em duas partes, na primeira chamada de Cidade Real o autor faz uma análise crítica sobre a economia e a política da Inglaterra de sua época. Nessa análise More se posiciona contra a pena de morte para os crimes de furto, que tinham aumentado devido ao desemprego e à fome causada pelo aumento da produção de lã para as indústrias têxteis.

            A causa de toda essa situação de pobreza e criminalidade é a propriedade privada e More propõe a sua abolição e a divisão dos bens materiais de forma igualitária.

            Na segunda parte do livro More descreve a Cidade Perfeita existente na ilha Utopia, que se assemelha à Inglaterra. Na Utopia a propriedade privada é proibida por lei e o cultivo da terra é feito em intervalos de dois anos por qualquer cidadão. Todos tem que trabalhar no mínimo 6 horas por dia e um lugar de destaque é dado ao estudo de ciência e de filosofia.

            A família monogâmica é o fundamento da sociedade utópica. As mulheres podem se casar com 18 anos e os homens com 22. O divórcio e permitido e o adultério é punido com severidade

            A tolerância religiosa é outro destaque da comunidade utópica, mas todos são obrigados a crer na Divina Providência e na imortalidade da alma. Todos admitem a existência de Deus, mas cada um pode prestar culto e adorar esse Deus conforme sua preferência. Todos podem tentar convencer os outros da verdade da sua fé, mas sem o uso da violência ou do insulto. A multiplicidade de rituais e cerimônias agrada a Deus segundo More.

            O filósofo nessa obra busca racionalizar a estrutura do estado em uma forma ideal.  A razão é que vai fundamentar a política. Ele coloca ainda que o caminho natural do homem é a busca do prazer e é pelo prazer que o homem pode chegar à solidariedade pois percebe que assim como o prazer é um bem para ele, também é um bem para os outros que convivem em sociedade e que em uma sociedade que busca o prazer todos os indivíduos podem mutuamente se proporcionar esse bem.

            Para termos uma sociedade organizada e para acabarmos com os males que atormentam essa sociedade temos que utilizar a razão e alguns elementos básicos que comandam a natureza e os homens, pois a natureza e a razão se equilibram em suas regras.

 

Sentenças:

- Os proprietários são como zangões que vivem do trabalho alheio.

- O homem não pode se separar de Deus nem a política da moral.

- Continuo fiel servidor do Rei, mas antes sou servidor de Deus.

- Os homens quando recebem um mal escrevem no mármore, mas um bem escrevem na poeira

Tomas More


Responsável: Arildo Luiz Marconatto

Como referenciar: "Tomas More (1478 - 1535)" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 20/04/2024 às 09:24. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/historia_show.php?id=63