Roger Bacon (1214 - 1292)
A
filosofia de Bacon é conhecida principalmente pelo destaque dado ao empirismo,
teoria que defende que a experiência sensorial é o que produz em nós o
conhecimento. Bacon usou também a matemática, que para ele era a suprema ciência,
para entender a natureza.
O método de conhecimento científico
deve seguir a ordem de pesquisa iniciada pela observação da natureza, depois o
observador deve levantar hipóteses para entender o fenômeno da natureza e por
último deve buscar comprovar suas hipóteses através da experimentação. O
processo observação, hipótese e experimentação não têm fim e é aplicado em
cadeia de acontecimentos que se relacionam e criam o conhecimento científico. A
verdade da ciência se baseia na repetição dos fenômenos observados e para que
isso possa ser feito todo o processo tem que ser detalhadamente descrito. A
verdade científica vai surgir através do trabalho de muitas pessoas e vai levar
o tempo que esse trabalho demorar. Os erros anteriores serão eliminados pelas
pesquisas posteriores e assim a ciência alcança seu progresso.
Existem dois modos de alcançarmos o
conhecimento: pela experiência e pelo argumento. O argumento nos dá conclusões
e demonstrações racionais, mas são conclusões que não afastam a dúvida, pois
não podem ser diretamente comprovadas. A comprovação das verdades somente pode
ser feitas através da experiência, que tanto pode ser interna como externa. A
experiência externa é a que conseguimos através do sensorial dos nossos
sentidos, através dela alcançamos as verdades da natureza. A experiência
interna depende diretamente da iluminação divina e através dela conseguimos
alcançar as certezas sobrenaturais. As duas verdades levam o homem ao seu
objetivo que é atingir a felicidade e a salvação.
Existem sete níveis de experiência
interna: 1 - Iluminação científica; 2 - Virtude; 3 - Dons do Espírito santo; 4 - Bem-aventuranças; 5 - Sentidos espirituais; 6 - Resultados espirituais como a
paz de Deus; 7 - Êxtase divino.
Em seus escritos Bacon reivindica
uma reforma na teologia. Para ele a bíblia deve ser o centro das atenções dos
estudos da teologia e as análises dos textos sagrados devem ser feitos
preferencialmente na língua original em que foram escritos. Bacon condenou
diversas interpretações dadas aos textos sagrados que para ele eram
adulterações dos textos originais. O mesmo que acontecia com a bíblia acontecia
com os textos dos filósofos gregos: continham diversos erros de tradução e de
interpretação.
Nos escritos de Bacon aparecem
estudos de matemática, ótica e alquimia. Descreve o processo para fazer a
pólvora, enumera o posicionamento dos astros celestes, afirma que a terra é
redonda, antecipa invenções que ainda seriam feitas como o microscópio, o
telescópio, os óculos, máquina a vapor e máquinas voadoras.
Sentenças:
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A matemática é que nos dá acesso às ciências.
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A experiência é a peça principal da ciência.
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Muitos mistérios da natureza e da arte são conhecidos somente pela magia.
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A verdade é filha do tempo.
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Saber é poder.
- A verdade só se mostra a quem a procura.
Roger Bacon
Responsável: Arildo Luiz Marconatto