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Sêneca (4 - 65)

 

            Lúcio Aneu Sêneca distingue o corpo da alma, o corpo é o que prende a alma e a alma é onde está o verdadeiro homem. Para que a alma se torne pura, ela tem que se libertar do corpo que é um peso que prende a alma nas coisas materiais. A alma tem uma parte racional e outra irracional. A parte irracional é dividida em duas, uma das paixões que é irascível e ambiciosa e outra humilde que é branda e que busca o prazer.

            Na filosofia de Sêneca a consciência é a capacidade de conhecimento que o homem tem de distinguir entre o bem e o mal. As pessoas não podem livrar-se dessa capacidade, não conseguem esconder-se dela porque as pessoas não podem esconder-se de si mesmas. O criminoso pode evitar a punição da lei, mas não evita a punição de sua consciência que é um juiz que não perdoa ninguém.

            O pecado está na estrutura e na fundamentação do homem. Para sermos homens precisamos pecar, se alguém nunca pecar, não é homem, mesmo o sábio é um pecador. Existe um constante contraste entre aquilo que o homem é e aquilo que o homem deveria ser. Essa hesitação entre ser uma coisa ou ser outra, em escolher entre o bem e o mal é algo exclusivo dos seres humanos.

            Sêneca era contra a escravidão e contra as diferenciações sociais entre as pessoas. O que pode dar valor e nobreza a uma pessoa é somente a virtude e essa todos podem ter. Na sociedade o que define se alguém vai ser escravo ou um nobre é somente a sorte do nascimento. Em sua origem todos os homens eram iguais. A nobreza é uma construção de cada homem no desenvolvimento do seu espírito.

            Devemos nos comportar com os nossos inferiores como gostaríamos que nossos superiores se comportassem conosco. O amor e a fraternidade é que deve fundamentar a relação entre as pessoas. Para ele a filosofia tem uma finalidade prática. O homem tem que conhecer a natureza e os seus fenômenos para perder o temor do mundo. Acreditava na predestinação dos homens que podem aceitar ou rejeitar seu destino, se aceitarem, podem viver em liberdade, se rejeitarem não terão uma vida livre.

 

Sentenças:

- Quem corre em um labirinto se confunde com a própria velocidade.

- Saber mais que os outros é fácil, difícil é saber melhor que os outros.

- Perdemos o dia esperando a noite e perdemos a noite esperando amanhecer.

- Os costumes começam como vícios.

- A verdadeira felicidade não é ter tudo, mas não desejar nada.

- Quem morre se adianta no caminho.

- Vemos melhor o sol quando ele está se pondo.

- A justiça tardia se parece muito com a injustiça.

- Se queres teus segredos guardados, guarda-os você mesmo.

- Quando não sabemos a que porto estamos indo, qualquer vento é favorável.

- De todos os dias da nossa vida, poucos dedicamos a nós mesmos. 

- Pobre não é quem tem pouco, mas quem muito deseja.

- É inútil dar conselhos à um sábio e aconselhar um ignorante é perca de tempo.   

- Quem é temido por muitos deve também temer a muitos.

- A paz é conveniente ao vencedor e necessária ao vencido.

- Sou homem e não considero estranho nada que é humano.

- Somos todos membros de um grande corpo.

- A divindade está perto de você, está contigo, está dentro de ti.


Sêneca


Responsável: Arildo Luiz Marconatto

Como referenciar: "Sêneca (4 - 65)" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 21/11/2024 às 12:00. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/historia_show.php?id=35