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FRANZ (Clemens) BRENTANO (1838 - 1917)

Nasceu em 6 de janeiro de 1838 em Marienberg, então no império austro-húngaro. Em 1864 ordenou-se clérigo e foi professor, Privatdozent em filosofia (1866) e professor nomeado (1872) na universidade de Würzburg. O dogma da infalibilidade papal, proclamado em 1870, acentuou suas dúvidas religiosas e em 1873 ele decidiu abandonar o sacerdócio. Um ano depois publicou o livro Psychologie von empirischen Standpunkte (Psicologia do ponto de vista empírico), em que desenvolveu seu conceito de intencionalidade [1].

Mediante a recuperação do significado grego do termo "empírico" como relativo à experiência, Brentano defendeu uma psicologia que fosse ciência da alma, não limitada ao estudo experimental, mas baseada na análise das reações suscitadas pela experiência humana. Sustentou que a mente se refere aos objetos mediante diferentes formas de intencionalidade:
a) por percepção e idealização, incluindo sensação e imagem.
b) por julgamento, incluindo atos de reconhecimento, rejeição, e recordação; e
c) por amor ou ódio, o que leva em conta desejos, intenções, vontade e sentimentos a percepção e ideação, que incluem a sensação e a imaginação; o julgamento, que abarca atos de conhecimento, rejeição e aceitação; e o amor ou o ódio, que se estende aos desejos, intenções e sentimentos.

Sua decisão de se casar em 1880 foi impedida pelas autoridades austríacas, que não aceitaram sua renúncia às ordens sacras e, considerando-o ainda um padre, recusaram-lhe a permissão para o matrimônio. Sendo forçado a deixar sua cátedra na universidade e mudar-se com a esposa para Leipzig. No ano seguinte obteve permissão para voltar à universidade, porém somente para a antiga posição de professor, cujo salário dependia de quantidade de alunos que escolhessem sua disciplina. Lá permaneceu até 1895.
Gozava de grande popularidade entre os estudantes, entre os quais estavam Sigmund Freud, o psicólogo Carl Stumpf, e o filósofo Edmund Husserl.

Após 1895 Brentano abandonou a cátedra para entregar-se inteiramente à pesquisa, e em 1911 completou suas teorias com Von der Klassifikation der psychischen Phänomene (Sobre a classificação dos fenômenos psíquicos). Sua obra exerceu grande influência e foi uma das bases do método fenomenológico desenvolvido por seu discípulo Edmund Husserl, bem como influenciou a Freud, "É impressionante o quanto provavelmente Brentano influenciou a Freud. Este assistiu suas aulas por pelo menos dois anos, e exatamente na época que Brentano publicou seu famoso livro de 1874, no qual seu equacionamento entre o físico e o psíquico, o psicossomático, é mais salientado. O quanto Freud retirou de Schopenhauer foi provavelmente através de Brentano, citado inúmeras vezes no referido livro, no qual Brentano também discute amplamente Nicolau von Hartman, precisamente na questão dos estados mentais inconscientes." (COBRA, Rubem Queiroz)

Brentano morreu em 17 de março de 1917, em Zurique, Suíça.

PRINCIPAIS OBRAS
*Psychologie von Empirischem Standpunkt (Psicologia segundo o ponto de vista empírico), de 1874. A segunda edição desta obra inclui ainda Von der Klassifikation der Psychischen Phänomene (Sobre a classificação dos fenômenos psíquicos).

*Von Simmlichen um Poetishen Bewusstsein (Sobre a consciência sensorial e poética) (póstuma), de 1928

LINKS
http://plato.stanford.edu/entries/brentano/ (Sítio virtual contendo pequena biografia em inglês e links para outros sítios contendo obras de e sobre o Brentano.)

NOTAS
[1] Conceito filosófico segundo o qual conhecer significa captar algo, ter presente um objeto que não se reduz ao fato psicológico, mas é algo existente em si, real e empiricamente. Elaborado pelo austríaco Franz Brentano.

Fontes: Barsa Consultoria Editorial Ltda. e http://www.cobra.pages.nom.br

Como referenciar: "FRANZ (Clemens) BRENTANO (1838 - 1917)" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 23/11/2024 às 05:00. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/bio_popup.php?id=65